Cirilo,
natural de Tessalônica, recebeu uma excelente formação em Constantinopla.
Juntamente com seu irmão, Metódio, dirigiu-se para a Morávia, a fim de pregar a
fé católica. Ambos compuseram os textos litúrgicos em língua eslava, escritos
em letras que depois se chamaram “cirílicas”. Chamados a Roma, ali morreu
Cirilo a 14 de fevereiro de 869. Metódio foi então ordenado bispo e partiu para
a Panônia, onde exerceu intensa atividade evangelizadora. Muito sofreu por
causa de pessoas invejosas, mas sempre contou com o apoio dos Pontífices Romanos.
Morreu no dia 6 de abril de 885 em Velehrad (República Tcheca). O Papa João
Paulo II proclamou-os patronos da Europa junto com São Bento.
A Liturgia
das Horas e a reflexão no dia de São Cirilo e São Metódio :
Ofício das
Leituras
Segunda leitura
Da Vida eslava de Constantino
(Cap.18:Denkschriftender kaiserl.Akademie
der Wissenschaften, 19, Wien 1970, p. 246)
Fazei crescer a vossa Igreja e a todos reuni na unidade
Constantino
Cirilo, fatigado por muitos trabalhos, caiu doente; e quando já havia muitos
dias que suportava a enfermidade, teve uma visão de Deus e começou a cantar: “O
meu espírito alegrou-se e o meu coração exultou, quando me disseram: Vamos para
a casa do Senhor”.
Depois de
ter revestido as vestes de cerimônia, assim permaneceu todo aquele dia, cheio
de alegria e dizendo: “A partir de agora, já não sou servo nem do imperador nem
de homem algum na terra, mas unicamente do Deus todo-poderoso. Eu não existia,
mas agora existo e existirei para sempre. Amém”. No dia seguinte, vestiu o
santo hábito monástico e, acrescentando luz à luz, impôs-se o nome de Cirilo. E
assim permaneceu durante cinqüenta dias.
Chegada a
hora de encontrar repouso e de emigrar para as moradas eternas, erguendo as
mãos para Deus, orava com lágrimas: “Senhor meu Deus, que criastes todos os
anjos e os espíritos incorpóreos, estendestes o céu, fixastes a terra e
formastes do nada todas as coisas que existem; vós que sempre ouvis aqueles que
fazem vossa vontade, vos temem e observam vossos preceitos, atendei a minha
oração e conservai na fidelidade o vosso rebanho, a cuja frente me colocastes,
apesar de incompetente e indigno servo.
Livrai-o da
malícia ímpia e pagã dos que blasfemam contra vós; fazei crescer a vossa Igreja
e a todos reuni na unidade. Tornai o povo perfeito, concorde na verdadeira fé e
no reto testemunho; inspirai aos seus corações a palavra da vossa doutrina;
porque é dom que vem de vós ter-nos escolhido para pregar o Evangelho de vosso
Cristo, encorajando-nos a praticar as boas obras e a fazer o que é de vosso
agrado. Aqueles que me destes, a vós entrego, porque são vossos; governai-os
com vossa mão poderosa e protegei-os à sombra de vossas asas, para que todos louvem
e glorifiquem o vosso nome, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém”.
Depois de
ter beijado a todos com o ósculo santo, disse: “Bendito seja Deus que não nos entregou
como presa aos dentes de nossos invisíveis adversários, mas rompeu suas
armadilhas e nos libertou do mal que tramavam contra nós”. E assim adormeceu no
Senhor, com quarenta e dois anos de idade.
O Sumo
Pontífice ordenou que todos os gregos que estavam em Roma, juntamente com os romanos,
se reunissem junto de seu corpo com velas acesas e cantando; e que suas
exéquias fossem celebradas do mesmo modo como se celebram as do próprio Papa. E
assim foi feito.
Fonte :
‘In
Liturgia das Horas III’, pg. 1263, 1264
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