segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Oração ao Senhor, pelas vítimas de Santa Maria - RS

p/Ma. Vanda Andrade Silva
(Ir. Maria Silvia - Obl. OSB)                   


       


          Senhor, Deus de todo  universo e de todos os homens!  

          Vimos diante de ti para orarmos, de alma e espírito vergados pela dor, pelas vítimas da inominável tragédia ocorrida na cidade de Santa Maria, R.Grande do Sul. 

          Nada podemos agora fazer pelos vitimados, a não ser nos elevar a vós, Senhor,  para pedir vossa  misericórdia   ao receber os que morreram, perdoando-lhes os pecados, abraçando-lhes como filhos amados e guardando-os  em vossa proteção.  

         Aos que ainda estão com a vida pendendendo por um fio,  rogamos ao Vós, a restituição da saúde e a chance de viver para adorarvos e agradecervos.

         Ó Piedosa Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), amparai, nesta indizível aflição  e dor, os pais, os irmãos, os parentes  e amigos de todas as vítimas desse pavoroso evento.

          Enchei o coração de todos eles de uma inesperada conformação e renovada esperança no viver e no reconduzir suas vidas sem os seus entes queridos.

         Ouvi, Senhor, os gritos e gemidos dos aflitos desse insólito episódio, com todo o vosso  amor  e vossa grandiosa misericórdia minimizando as suas dores.

          Socorrei-os, todos, com vossa divina providência.  Dai-lhes nova motivação e  profundo poder de superação  para viver um  novo dia a dia.

          Mostrai-lhes os vossos caminhos,  fazei com que atravessem esse tremendo deserto, com um passo de conformação, hauridos na fé já vivida ou numa nova fé, que os façam prosseguir com um novo coração.  Sim, Senhor de Misericórdia. Dai a eles, um novo e venerável coração, enchei as suas almas de uma compreensão além da que jamais tiveram.  Dai também novos olhos,  nos seus corações, para que se encham do vosso espírito e se abasteçam no vosso imenso amor.

          Aos que não crêem  ofereça uma nova ponte. Mostre-lhes um  novo horizonte, um daqueles que ainda guardas para nos dar.  Sim,  nosso Senhor,  mostra-lhes agora, nesse tortuosa hora de aflição, uma nova fonte,  onde possam  se refrescar do ardor  e da dor, do fogo que vitimou seus amados  e devorou  seus corações.

           Amado e inextinguível Deus!  Dirigi a este povo e consolai-os. Lavai os seus rostos do sal das lágrimas,  com vossa preciosa água do poço de água viva. 

            Consolai-os todos,  Amado Deus e os conduza pelos estreitos que ora passam.

            Ave Maria,  cheia de graça, rogai pelo seu filhos vitimados  e enclausurados nesse vale de lágrimas. Santa Maria, mãe de Deus rogai por todos nós pecadores e socorra seus filhos tão necessitados, nesta hora de terrível desespero e dor e mostrai-lhes Jesus, bendito fruto do vosso ventre.  Amém.

                
                                                                                   Maria Vanda Andrade da Silva        
                                                                                            

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Uma mística do serviço : A vida contemplativa segundo São Bernardo (Capítulo 1 de 3)

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
São Bernardo

 * Artigo de Pe. Lode van Hecke, OCSO
‘Entrando em Cister com seus trinta companheiros, São Bernardo fez resolutamente opção por uma vida comunitária. Ele não entrou em uma vida contemplativa na qual devesse – ele também – assumir uma vida comunitária. Já havia optado por uma vida comunitária, quando se retirou de sua propriedade familiar em Sombermon, não sozinho, mas com seus irmãos e mais alguns outros. Era, pois à primeira vista, um retiro coletivo.
Não podemos subestimar esse fato. Ele vai marcar toda a vida espiritual de Bernardo. Não se poderia, sem truncá-lo, retirar de sua doutrina a dimensão comunitária e mesmo apostólica. Ao que viveu na partida, ser-lhe-á fiel toda a vida, e quererá que os monges cistercienses o vivam também (1).
 

A ‘vontade comum
A ‘vontade comum’ é uma palavra-chave na espiritualidade de Bernardo. Ele tem horror ao individualismo e sempre se opõe a toda forma de ‘singularidade’ que é também excentricidade.
Poderíamos aqui definir a excentricidade como essa atitude que não coloca o bem comum no centro. Singularizando-se, a pessoa sai do centro, do círculo. Afasta-se da vontade comum para procurar o seu próprio bem. Quem se comporta dessa maneira, vive ‘segundo a carne’, vive contra o Espírito.
São Bernardo considera o afastamento da comunidade como uma forma de orgulho, porque o orgulhoso crê ter a existência por si mesmo e não precisar de ninguém. Por isso é que se isola dos outros. ‘Esta solidão é a dos orgulhosos, porque eles se consideram como únicos e só desejam passar por únicos’ (Div 1,2).
Bernardo utiliza a referência à comunidade como um verdadeiro critério para discernir a humildade. A seus olhos, o monge que não se atém à regra comum, também não se resgata absolutamente, fazendo coisas admiráveis e extraordinárias. E aquele que é fortemente aplicado a práticas particulares, mas lento nos exercícios comunitários, encontra-se no quinto degrau do orgulho (cf. Hum 42).
Por isso, gostava da imagem da procissão : ninguém é capaz de formar sozinho uma procissão...Ao contrário, ‘perturbaria a procissão quem quisesse avançar sozinho, e não seria apenas a si que prejudicaria, mas atrapalharia os outros’ (Pur 2,2).
Isso porque o ser humano é um ser social, no sentido em que é da natureza das coisas que o homem aprenda muito depressa dar-se conta dos outros. Ele compreende que o outro também tem direito ao respeito de suas necessidades e mesmo direito ao prazer! Em testemunho disto, cita essa passagem no Tratado do amor de Deus :
Sim, é de toda justiça que aquele que participa da natureza não seja excluído da graça, sobretudo daquela graça que se acha inerente à natureza. Se está a cargo do homem, eu não digo só prover às necessidades de seus irmãos, mas também velar sobre seus prazeres, que ele para isso reprima os seus, se não quiser ser transgressor da lei. Que ele se permita tudo que ele quer, com a condição de se lembrar da obrigação de conceder outro tanto a seu próximo. É assim que o amor carnal se torna também social, quando ele se alarga, em vista do bem comum’ (Dil 23).
 
  
Viver na Igreja, no Espírito
Este ‘amor social’ se purificará e se aprofundará pela fé em Cristo. Ele o fará de tal modo que nosso desejo de nos conformar ao Cristo, e nosso amor a Deus se exprimirão necessariamente em nosso senso de vida comunitária. Para Bernardo, nossa primeira comunidade é a Igreja. Nossa união pessoal com Jesus supõe que sejamos membros da Igreja. O que chamamos hoje ‘a dimensão mística’ de nossa vida espiritual é condicionada por nossa adesão à Igreja. É primeiramente a Igreja que tem o título de Esposa (SCt 68 e 69,1). Bernardo diz em uma de suas admiráveis conclusões dos Sermões sobre o Cântico :
 ‘Graças te sejam dadas, Senhor Jesus: tu te dignaste agregar-nos a tua Igreja bem-amada graças não só porque te somos fiéis, mas ainda porque somos unidos a ti como uma esposa casta e por uma união eterna. Também a nós concedes contemplarmos, a rosto descoberto, essa glória que possuis em toda igualdade com o Pai e o Espírito Santo, nos séculos dos séculos’ (SCt 12,11).
Para nós, viver na Igreja significa concretamente viver em comunidade. Mas é o Espírito Santo quem suscita a ‘vontade comum’, que nos leva da vontade própria à vontade comum (2). É logico concluir que a ausência da vida comunitária denota também uma ausência do Espírito Santo. ‘O anátema é separação. Sim, isto acontece com aquele que se separa da unidade : não há dúvida, o Espírito de vida retirou-se dele’ (Mich 1,6). Com efeito :
Jesus quer dizer Salvador ou Salvação, anátema quer dizer separação. Aquele que te insinua a te separares da salvação não é pois o Espírito de Deus, ele não vem de Deus, porque o Espírito Santo pretende reunir e não dispersar. Ele não cessa de convocar para sua terra os dispersos de Israel’ (Div 22,4).
Estas citações deveriam alimentar nosso zelo pelo ecumenismo, mas elas devem também primeiramente estimular nossa vida comunitária. Nossa generosidade não basta para formar uma comunidade. É-nos necessária a unção do Espírito Santo. Após a queda do pecado, estamos muito espontaneamente voltados para nós mesmos, dificultando uma coesão estável entre nós. Mas o que a natureza não sabe fazer, o Espírito Santo lhe dá como graça. Escutemos São Bernardo que fala primeiramente do egoísmo que nos é próprio, ainda mesmo que nos torne menos humanos. Este egoísmo nos cega a respeito de nós mesmos e ao mesmo tempo julga os outros de maneira indevida.
O homem, espoliado de toda humanidade, quando ele quer, quando tem necessidade de ser socorrido pelos homens, não quer ele mesmo socorrê-los quando este precisam. Mais ainda, julga, despreza, ridiculariza, ele homem, os falíveis, ele pecador, sem se considerar a si mesmo, de medo de ser tentado, ele também. Desta infelicidade, eu o disse, a natureza não pode se restaurar a si mesma. Ela não recuperava, uma vez deteriorado, o óleo da mansidão inata. Mas o que não pode a natureza, está em poder da graça. O homem que a unção do Espírito em sua misericórdia se dignar regar de novo com sua bondade, voltará logo a ser um homem. Além disso, ele receberá da graça um dom melhor que aquele da natureza. A graça o santificará na fé e na doçura’ (SCt 44,6).
Esse texto nos leva a compreender quanto a santidade pessoal pode tornar a comunidade coesa em torno dessa pessoa santa. É somente então, após ter recebido o Espírito de Jesus, que nos é possível viver como a Regra de São Bento o entende no capítulo 72 (Do bom zelo que os monges devem ter). Disto encontramos um eco na citação seguinte, em que Bernardo se dirige àquele que recebeu a unção do Espírito Santo :
Tu também, meu irmão, se recebeste algum dom do Alto, não tardes em partilhá-lo com teus companheiros, (...) então, todos te darão testemunho de que tu também expandes os melhores perfumes. Quem dentre vós suporta com paciência as enfermidades tanto físicas como morais de seus irmãos e mais ainda, se com autorização e competência os alivia nos seus trabalhos, reconforta-os nos seus desânimos, os instrui com seus conselhos, (...) quem dentre vós, digo, age assim, espalha entre seus irmãos um verdadeiramente bom odor, e mesmo o odor dos melhores perfumes’ (SCt 12,5) .
Será que temos medo de dar muito a nossos irmãos e de nos faltar matéria para partilhar? Ao contrário, quanto mais se dá, mais se recebe para dar. No seu quarto Sermão sobre a Ascensão, Bernardo o diz textualmente : ‘O privilégio dos dons espirituais é o de se comunicar sem diminuir’ (Asc 4,2). E no seu comentário sobre o Salmo 90 :
O que eu partilho não me faz falta. Bem ao contrário : tudo o que o Senhor dá eu partilho convosco muito mais seguramente, encontrando em tudo muito mais sabor. Esse alimento não diminui ao ser distribuído, ele aumenta mesmo, na medida em que é servido’ (QH 10,6). 


Fonte :
*Pe. Lode van Hecke, OCSO, monge trapista da Abadia Notre-Dame d’Orval, Bélgica – Artigo publicado em Collectanea Cisterciensia, T. 66 – 2004-3.  Traduzido do francês pelo Mosteiro Maria Mãe do Cristo, Caxambu – MG.
Revista Beneditina nrº 24, Novembro/Dezembro de 2007, editado pelas monjas beneditinas do Mosteiro da Santa Cruz – Juiz de Fora/Minas Gerais

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(1)  Talvez este já seja um ponto no qual se diferencia de Estêvão Harding, abade co-fundador de Cîteaux.
(2) Embora Bernardo continuamente utilize a expressão vontade comum (‘voluntas communis’), é necessário notar que, ao contrário, ela nunca aparece em São Bento, por mais importante que seja a vida comunitária na Regra, a luta contra a vontade própria e a singularidade ( cf. RB 7,55).

 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A ofensa e o perdão

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

‘Perdoai-nos as nossas dívidas,
assim como nós perdoamos aos nossos devedores’ (Mt 6,12).

  * Artigo de Dom Eugene Manning, OCSO

‘Muitos cristãos ainda sabem o Pai-Nosso de cor, porém a maioria diz o texto sem o rezar verdadeiramente, sem refletir.
No entanto, o que pedimos a Deus é perigoso. Pedimos a Ele que se nivele à nossa maneira de perdoar e não o inverso. Corremos um enorme risco : Deus coloca em nossas mãos um trunfo. Ele se compromete a nos perdoar tudo, com a condição de nos anteciparmos, dando-lhe o exemplo : perdoar aos outros tudo e sempre.
Mas, como é que nós perdoamos? Permanece algo em nosso coração após haver perdoado com palavras?
O verdadeiro perdão torna a dizer : podes recomeçar e eu também recomeçarei a apagar essa ferida de meu coração. Será que muitas vezes não nos acontece achar que fomos ofendidos por causa de uma simples injúria ao nosso amor próprio? Temos, com toda certeza, uma ideia por demais orgulhosa de nosso valor, de nossa personalidade.
Há pessoas simples que passam através de todas as humilhações da vida, sem se sentirem ofendidas. Elas nada têm a perdoar, porque simplesmente nao se consideram ‘ofensáveis’. Elas sempre creram que somente Deus é importante, não pensam em si mesmas. Que dizer da alegria de Deus quando esses pobres em espírito batem a porta do céu? Certamente lhes dirá : ‘Bem-aventurado és...’ Palavras que ressoarão aos nossos ouvidos por toda a eternidade.’  

Fonte :
*Dom Eugene Manning, OCSO (+1995), abade de Notre-Dame de Oelenberg, França – Artigo publicado em Region Alsace, agosto de 1982. Traduzido pelo Mosteiro da Santa Cruz – Juiz de Fora – MG.

Revista Beneditina nrº 21, Maio/Junho de 2007, editado pelas monjas beneditinas do Mosteiro da Santa Cruz – Juiz de Fora/Minas Gerais 

(e-mail: publicacoesmonasticas@yahoo.com.br).

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Vale dos Cristãos, na Síria : agonia e morte

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)


Há algum tempo, a milícia islâmica apropriou-se da fortaleza de ‘Kark dês Chevaliers’ (*) e passou a utilizá-la como base de lançamento de morteiros contra o exército sírio. Obviamente, os civis que residem na área também são vítimas da barbárie.
As poucas dezenas de povoados do célebre ‘Vale dos Cristãos’, na Síria ocidental, são habitadas por cerca de 150 mil cristãos em estado permanente de terror. O vale (‘Wadi al Nasara’), histórico baluarte dos cristãos sírios, em sua maioria greco-ortodoxos, acolheu nos últimos meses milhares de refugiados procedentes de Homs e de outras cidades bombardeadas.
Os cristãos, através de sua fé e neutralidade, pretendem ser agentes da concórdia e do congraçamento.
Todavia, de acordo com um sacerdote local, que intercede constantemente aos atiradores para respeitá-los e não acertar os civis de modo arbitrário, a comunidade cristã é pequena e frágil : ‘O vale é assediado pela violência e pela instabilidade que desorienta e aterroriza. A violência toma conta de tudo e nós não conseguimos ser instrumentos de diálogo e de coesão, como gostaríamos de ser’. 

 Nota :
(*) Kark dês Chevaliers - fortaleza erigida no século XI por um Emir muçulmano e posteriormente reedificada pelos cruzados. Agora é patrimônio cultural da UNESCO. 

Fonte :

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Bento XVI e o Apostolado do Mar

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
 
‘No encerramento do XXIII Congresso Mundial do Apostolado do Mar, em fins de 2012, depois de congratular o Cardeal Antonio Maria Vegliò, Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, o Papa citou os importantes temas tratados neste evento, tais como o anúncio do Evangelho a um crescente número de marítimos pertencentes às Igrejas Orientais, a assistência aos não-cristãos ou ateus e a tentativa de empreender uma colaboração ecumênica e inter-religiosa cada vez mais sólida.
 
De acordo com Bento XVI, o Pontífice alertou que a delicada situação dos marítimos, pescadores e navegantes desperta ainda mais a atenção da Igreja : 

Situações de injustiça, agravadas pelo processo de globalização, ainda caracterizam o trabalho dos marítimos, especialmente quando tripulações sofrem restrições para desembarcar, são abandonadas nos navios em que trabalham, ameaçadas pela pirataria ou prejudicadas pela atividade da pesca ilegal’. 

Em particular, o Papa dirigiu seu pensamento aos trabalhadores do setor de pesca e suas famílias, lembrando as atuais dificuldades ligadas à incerteza do futuro, pelos efeitos negativos das transformações climáticas e pela excessiva exploração dos recursos : 

A vocês, pescadores, que precisam de condições de trabalho dignas e seguras, salvaguardando o valor da família, a tutela do meio ambiente e a defesa da dignidade de cada pessoa, asseguro a proximidade da Igreja’– acrescentou Bento XVI. 

Na sequência, recordou que o Apostolado do Mar foi instituído em 1922 pelo Papa Pio XI, que encorajou os primeiros capelães e voluntários neste campo, missão confirmada por João Paulo II 75 anos depois. 

Desde o início do Cristianismo, o mundo marítimo foi um veículo eficaz da evangelização, a começar pelos Apóstolos até aos dias de hoje – fez notar Bento XVI. 

Também hoje a Igreja singra os mares para levar o Evangelho a todas as nações; sua presença capilar nos portos, as visitas que fazem cotidianamente aos navios atracados e o acolhimento fraterno nas horas de pausa das tripulações são o sinal visível da solicitude para com quem não pode dispor de um acompanhamento pastoral ordinário’. 

Concluindo, renovou aos agentes da pastoral do mar o ‘mandato eclesial’ que, em comunhão com as Igrejas locais de pertença, os coloca na primeira linha da evangelização de tantos homens e mulheres de variadas nacionalidades que transitam pelos portos.’

sábado, 12 de janeiro de 2013

O Batismo de Jesus

Por Maria Vanda (Ir. Maria Silvia, Obl. OSB)

O Batismo do Senhor no Rio Jordão
 
                O batismo de Jesus marca o início do ministério público de Jesus. Este evento é narrado nos três evangelhos sinóticos (Mateus, Lucas e Marcos, enquanto que em João 1:29-33, que não é uma narrativa direta, João Batista testemunha o episódio[1][2]. O batismo é um dos cinco eventos mais importantes da narrativa evangélica sobre a vida de Jesus, os outros sendo a transfiguração, a crucificação, a ressurreição e a ascensão[3][4].

João Batista pregava o "batismo pela água", não de perdão ou contrição, mas para a remissão dos pecados (Lucas 3:3) e se declarava um precursor d'Aquele que iria batizar "com o Espírito Santo e com o fogo" (Lucas 3:16). Ao fazê-lo, ele estava preparando o caminho para o "Senhor"[5]. Jesus veio até o Rio Jordão, onde ele foi batizado por João num lugar que é tradicionalmente conhecido como Qasr al-Yahud ("Castelo dos Judeus")[5][6][7][8][9]. Este evento termina com o céu se abrindo, a descida do Espírito Santo na forma de uma pomba e uma voz divina anunciando: "Tu és o meu Filho dileto, em ti me agrado."[10]. A voz combina frases chave do Antigo Testamento: "Meu Filho" (o rei da linhagem de David adotado como Filho de Deus em Salmos 2:1 e Salmos 10:1, "dileto" (ou "bem-amado" - como Isaque em Gênesis 22:) e "em ti me agrado" (o servo de Deus em Isaías 42:1)[5]

A maior parte das denominações cristãs vêem o batismo de Jesus como um evento importante e a base para o rito cristão do batismo (veja também Atos 19:1-7). A controvérsia reside principalmente com a relação do ato com a heresia do cristianismo primitivo conhecida como adocionismo, que pregava que Jesus só ali se tornou o Filho de Deus.

No cristianismo oriental, o batismo de Jesus é comemorado no dia 6 de janeiro, a festa da Epifania[11] . Na Igreja Católica, na Comunhão Anglicana e em outras denominações ocidentais, ela é relembrada num dia da semana seguinte, a festa do Batismo do Senhor. No catolicismo romano, o batismo de Jesus é um dos Mistérios Luminosos do Santo Rosário.

Por Parmigianino, atualmente na Berlin Staatliche Museen - Gemäldegalerie, em Berlim. Nos evangelhos, os relatos do batismo de Jesus são sempre precedidos por informações sobre João Batista e seu ministério[12][13][14]. Neles, João pregava pela contrição e pelo arrependimento para remissão dos pecados e encorajava as esmolas para os pobres (como em Lucas 3:11) conforme ele ia batizando as pessoas na região do Rio Jordão, próximo da Pereia, por volta do início do período conhecido como ministério de Jesus. O Evangelho de João (João 1:28) especifica "Betânia, além do Jordão", ou seja Bethabara, na Pereia, quando ele se refere pela primeira vez a ele e, depois, João 3:23 se refere a mais batismos num lugar chamado "Enom, perto de Salim" "porque havia ali muitas águas"[15][16].

Os quatro evangelhos não são as únicas referências ao ministério de João na região do Jordão. Em Atos 10:37-38, Pedro se refere a como o ministério de Jesus se iniciou "depois do batismo que pregou João"[17]. Nas Antiguidades Judaicas (18.5.2[18]), o historiador judeu do século I Flávio Josefo também escreveu sobre João Batista e sua morte na Pereia[19][20]. Nos evangelhos, João já vinha profetizando (como em Lucas 3:16) a vinda de alguém "mais poderoso do que eu"[1][21]. Paulo também se refere a esta antecipação por João em Atos 19:4[22]. Em Mateus 3:14, ao se encontrar com Jesus, João diz: "Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?". Porém, Jesus o convence a batizá-lo mesmo assim[23]. Na cena batismal, após Jesus emergir da água, o céu se abre e uma "voz divina" diz: "Tu és o meu Filho dileto, em ti me agrado.". O Espírito Santo então descende sobre Jesus na forma de uma pomba em Mateus 3:13-17, Marcos 1:9 e Lucas 3:21-23[1][21][23]. Em João 1:29-33, ao invés de uma narrativa direta, encontramos João Batista testemunhando o evento[1][2].

Este é um dos casos nos evangelhos onde uma voz divina chama Jesus de "Filho", sendo a outra durante a transfiguração de Jesus[24][25]. Após o batismo, os evangelhos sinóticos seguem descrevendo a tentação de Jesus, mas João 1:35 narra o primeiro encontro entre Jesus e dois de seus futuros discípulos, que eram na época discípulos de João Batista[26][27]. Nesta narrativa, no dia seguinte, João Batista vê Jesus novamente e o chama de Cordeiro de Deus e "Os dois discípulos, ouvindo dizer isto, seguiram a Jesus"[17][28][29]. Um deles é chamado de André, mas o nome do outro não é revelado. Raymond E. Brown levanta a hipótese de que o outro poderia ser o autor do Evangelho de João, João Evangelista[2][30]. Seguindo na narrativa, os dois agora passaram a ser discípulos de Jesus daí em diante e trazem outros para o grupo. Eventualmente, em Atos 18:24 até Atos 19:6, estes discípulos terminam por se misturar ao corpo maior de seguidores de Jesus[2][26].

Qasr el Yahud, o lugar apontado como local do Batismo de Jesus. No Novo Testamento, João Batista é descrito como habitando a região do deserto do Mar Morto. E depois iniciou sua pregação na região da Judeia, tendo instituído o Batismo como doutrina proveniente de Deus e caminho da salvação eterna. Alguns estudiosos descrevem esta região como uma das mais corrompidas da época. Algumas tradições religiosas indicam o local de pregação de João Batista próximo a atual Ponte Allenby. Jesus encontrou João Batista anunciando a palavra de Deus nas margens do rio Jordão e lá foi batizado por ele, marcando o início de seu ministério.

O local de batismo turístico oficial de Israel é onde o Mar da Galileia flui para o Rio Jordão.[31] Este local é muito distante do atual local onde supõe-se que João Batista tenha batizado.[31] Esta realocação foi realizada para evitar conflitos com a Jordânia.[31]

O batismo de Jesus é geralmente considerado como o início do seu ministério, logo após o início do ministério de seu primo, João Batista. [12][14][32]. Em Lucas 3:1-2 podemos ler[33][34]: “ «No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Itureia e Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene, sendo sumos sacerdotes Anás e Caifás, veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto.» (Lucas 3:1-2)[35]

Há, porém, duas tentativas de determinar quando o reinado de Tibério César se iniciou[36]. A tradicional é assumir que o reino de Tibério começou quando ele se tornou co-regente, em 11 d.C., o que colocaria o início do ministério de João Batista por volta do ano 26 d.C. Porém, alguns acadêmicos assumem que ele começou com a morte de seu predecessor, Augusto César, em 14 d.C., implicando que o ministério de João teria começado em 29 d.C.[36].

As datas geralmente aceitas para o início do ministério de João baseadas neste trecho ficam, portanto, entre 26-29 d.C., com o ministério de Jesus e o Seu batismo ocorrendo logo em seguida[33][34][37][38][39].

Em Lucas, Jesus é observado por uma grande multidão que se reunira para ver João e ser batizada por ele, enquanto que em Marcos não há menção de mais ninguém fora Jesus e João na ocasião. A cena se inicia em Lucas e Mateus com João proferindo um polêmico discurso, aparentemente contra os fariseus e saduceus, ali presentes. Lucas e Mateus então se reencontram com o relato de Marcos, que não trata dele, retratando Jesus descendo em direção a João e sendo batizado por ele.

Enquanto Lucas é explícito sobre o Espírito de Deus descendo no formato de uma pomba, a escolha de palavras em Mateus é vaga o suficiente para que possa ser interpretada como apenas sugerindo que tal descida teria tomado a forma de uma pomba. Há uma variada gama de simbolismo relacionado às pombas na época em que estas passagens foram escritas. Enquanto Howard Clarke[40] acredita que eles remetem à figura de Noé enviando a pomba para encontrar terra seca, sendo assim um símbolo do renascimento, Albright e Mann[41] notam que em Oséas, a pomba é símbolo do povo de Israel. Seja qual for o significado dos evangelhos sinóticos, a iconografia da pomba se tornou a partir daí o símbolo do Espírito Santo na arte cristã.

O batismo de Jesus aparece nos apócrifos do Novo Testamento e em algumas crenças consideradas heréticas pelo cristianismo majoritário.

De acordo com o Evangelho dos Hebreus, do qual sobraram apenas fragmentos, a sugestão para que Jesus fosse se batizar com João veio da mãe e dos irmãos de Jesus, sendo que Ele originalmente teria resistido, dizendo "Em que eu teria pecado para precisar ser imergido por ele? A não ser, claro, que exatamente isso que agora eu digo seja o pecado da ignorância e da presunção."[42].

O adocionismo, a crença de que o homem Jesus foi adotado como Filho de Deus era uma das duas cristologias mais populares do século II. Um tipo de adocionismo, como o que era mantido pelos ebionitas (judeo-cristãos), defendia que Jesus se tornara o Filho de Deus no seu batismo. O outro defendia que isso teria acontecido na ressurreição.

O proto-gnóstico do século I Cerinto ensinava que Cristo (um espírito) adentrou no homem Jesus em seu batismo, permanecendo distinto dele (guiando-o e ensinando-o), e deixou-o na crucificação[43].

            As representações do Batismo de Jesus são muito antigas e podem ser vistas já nas catacumbas romanas, em um afresco na Catacumba de Calixto, na cripta de Lúcia, do século II. É uma composição simples em que aparecem somente Jesus a João Batista. Mais tarde, a partir do século VI, a cena se enriquece com detalhes, como a presença de anjos que atuam com acólitos. O Rio Jordão muita vezes é destacado e os artistas muitas vezes o representam como as barbas de Deus. Outro elemento recorrente é um cervo que bebe pacificamente nas águas do rio.

Nos séculos XIII e XIV os artistam alteram a cena. Ao invés de ver Jesus submergido nas águas, se vê João que derrama sobre a derrama sobre a cabeça de Jesus com o auxílio de uma concha, como se pode cnmtemplar nos baixos relevos da porta do Batistério em Florença. Muitos artistas do Renascimento representam Jesus orando e recebendo a água derramada, os anjos participam deste ato solene.

                 
Referências:
  • 1. ↑ a b c d Jesus of history, Christ of faith by Thomas Zanzig 2000 ISBN 0884895300 page 118
  • 2. ↑ a b c d The Gospel and Epistles of John: A Concise Commentary by Raymond Edward Brown 1988 ISBN 9780814612835 pages 25-27
  • 3. ↑ Essays in New Testament interpretation by Charles Francis Digby Moule 1982 ISBN 0521237831 page 63
  • 4. ↑ The Melody of Faith: Theology in an Orthodox Key by Vigen Guroian 2010 ISBN 0802864961 page 28
  • 5. ↑ a b c Harrington, Daniel J., SJ. "Jesus Goes Public." America, Jan. 7-14, 2008, pp.38ff
  • 6. ↑ Mateus 3:13-17
  • 7. ↑ II Coríntios 5:21; Hebreus 4:15; I Pedro 3:18
  • 8. ↑ O Evangelho de Mateus, sem paralelo nos demais, inclui uma conversa entre Jesus e João. Este humildemente reluta em batizar Jesus, insistindo ao invés disso que Jesus é quem deveria batizá-lo. A preocupação de João parece ser de duas naturezas: (1) João batizou outros pela contrição e para perdoar os pecados, algo que Jesus, sem pecado, não necessitaria; (2) O ministério de João Batista incluía a vinda de um "mais poderoso" que ele que iria trazer uma nova forma de batismo - não apenas com água, mas com o Espírito Santo e com fogo. Jesus insistiu e João cedeu em batizá-lo. Ao aceitar, Jesus é visto como se identificando e demonstrando toda a sua solidariedade com a humanidade pecadora, pois de acordo com o próprio Novo Testamento, ele era desprovido de pecados.
  • 9. ↑ Ao tomar o lugar dos pecadores, colocando a culpa sobre si e levando-a às profundezas do Jordão, o batismo de Jesus por João marca a sua aceitação da morte dos pecados, enquanto que a sua volta da água representaria a sua ressurreição. - Papa Bento XVI. Jesus de Nazaré (ed. em inglês) Doubleday Religion, 2007. ISBN 978-0-385-52341-7
  • 10. ↑ Marcos 3:11. Ver também Mateus 3:17 e Lucas 3:21-22
  • 11. ↑ http://www.pravoslavieto.com/calendar/feasts/01.06_Bogojavlenie/istoria.htm
  • 12. ↑ a b Jesus and the Gospels: An Introduction and Survey by Craig L. Blomberg 2009 ISBN 0805444823 page 224-229
  • 13. ↑ The Cradle, the Cross, and the Crown: An Introduction to the New Testament by Andreas J. Köstenberger, L. Scott Kellum 2009 ISBN 9780805443653 p. 141-143
  • 14. ↑ a b Christianity: an introduction by Alister E. McGrath 2006 ISBN 9781405109017 pages 16-22
  • 15. ↑ Big Picture of the Bible - New Testament by Lorna Daniels Nichols 2009 ISBN 1579219284 page 12
  • 16. ↑ John by Gerard Stephen Sloyan 1987 ISBN 0804231257 page 11
  • 17. ↑ a b Jesus of Nazareth by Duane S. Crowther 1999 ISBN 0882906569 page 77
  • 18. ↑ Flávio Josefo. Antiguidades Judaicas: HEROD THE TETRARCH MAKES WAR WITH ARETAS, THE KING OF ARABIA, AND IS BEATEN BY HIM AS ALSO CONCERNING THE DEATH OF JOHN THE BAPTIST. HOW VITELLIUS WENT UP TO JERUSALEM; TOGETHER WITH SOME ACCOUNT OF AGRIPPA AND OF THE POSTERITY OF HEROD THE GREAT (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: XVIII.5:2,
  • 19. ↑ Eerdmans Dictionary of the Bible 2000 ISBN 9053565035 page 583
  • 20. ↑ Behold the Man: The Real Life of the Historical Jesus by Kirk Kimball 2002 ISBN 9781581126334 page 654
  • 21. ↑ a b Eerdmans commentary on the Bible by James D. G. Dunn, John William Rogerson 2003 ISBN 0802837115 page 1010
  • 22. ↑ The Book of the Acts by Frederick Fyvie Bruce 1988 ISBN 0802825052 page 362
  • 23. ↑ a b The Synoptics: Matthew, Mark, Luke by Ján Majerník, Joseph Ponessa, Laurie Watson Manhardt 2005 ISBN 1931018316 pages 27-31
  • 24. ↑ Transfiguration by Dorothy A. Lee 2005 ISBN 9780826475954 pages 21-30
  • 25. ↑ The Content and the Setting of the Gospel Tradition by Mark Harding, Alanna Nobbs 2010 ISBN 9780802833181 pages 281-282
  • 26. ↑ a b The people's New Testament commentary by M. Eugene Boring, Fred B. Craddock 2004 ISBN 0664227546 pages 292-293
  • 27. ↑ New Testament History by Richard L. Niswonger 1992 ISBN 0310312019 pages 143-146
  • 28. ↑ The Life and Ministry of Jesus: The Gospels by Douglas Redford 2007 ISBN 0784719004 page 92
  • 29. ↑ A Summary of Christian History by Robert A. Baker, John M. Landers 2005 ISBN 0805432884 pages 6-7
  • 30. ↑ The Disciple Whom Jesus Loved by J. Phillips 2004 ISBN 0970268718 pages 121-123
  • 31. ↑ a b c Walking in the Footsteps of Jesus (em inglês). Slate (18 de janeiro de 2008). Página visitada em 14 de julho de 2011. "We pull off where the Sea of Galilee flows out into the Jordan River, which is Israel's official tourist baptism site. The actual place where John the Baptist baptized is much farther down the river, but it straddles the armed border between Israel and Jordan. So, the Israeli authorities wisely said: Baptize here!"
  • 32. ↑ The Cradle, the Cross, and the Crown: An Introduction to the New Testament by Andreas J. Köstenberger, L. Scott Kellum 2009 ISBN 9780805443653 pages 140-141
  • 33. ↑ a b Eerdmans Dictionary of the Bible 2000 Amsterdam University Press ISBN 9053565035 page 249
  • 34. ↑ a b The Bible Knowledge Background Commentary: Matthew-Luke, Volume 1 by Craig A. Evans 2003 ISBN 0781438683 pages 67-69
  • 35. ↑ Segundo a Tradução Brasileira da Bíblia
  • 36. ↑ a b Luke 1-5: New Testament Commentary by John MacArthur 2009 ISBN 0802408710 page 201
  • 37. ↑ The Cradle, the Cross, and the Crown: An Introduction to the New Testament by Andreas J. Köstenberger, L. Scott Kellum 2009 ISBN 9780805443653 page 114
  • 38. ↑ Christianity and the Roman Empire: background texts by Ralph Martin Novak 2001 ISBN 1563383470 pages 302-303
  • 39. ↑ HOEHNER, Harold W. Chronological Aspects of the Life of Christ. [S.l.]: Zondervan, 1978. 29–37 p. ISBN 0310262119
  • 40. ↑ Clarke, Howard W. The Gospel of Matthew and its Readers: A Historical Introduction to the First Gospel. Bloomington: Indiana University Press, 2003.
  • 41. ↑ Albright, W.F. and C.S. Mann. "Matthew." The Anchor Bible Series. New York: Doubleday & Company, 1971.
  • 42. ↑ Contra os pelagianos (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 2, Página visitada em 23/01/2012.
  • 43. ↑ "Cerinthus" na edição de 1913 da Catholic Encyclopedia (em inglês)., uma publicação agora em domínio público.
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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Serviço Jesuíta aos Refugiados e o microcrédito às haitianas

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)



Consideradas as principais vítimas de exclusão, além de camponeses e crianças, as mulheres haitianas são inovadoras. Valem-se de seus esforços para sustentar mais de 43% das famílias no país.
No dia 12 de janeiro de 2010, um grande terremoto devastou o Haiti, prejudicando especialmente as mulheres. De repente, milhares de vendedoras ambulantes,  domésticas e operárias perderam seus meios de sobreviência.
Subitamente, foram obrigadas a buscar refúgio com seus filhos nos improvisados acampamentos e a reinventar um modo de prover a família.
O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), perceptível à situação delicada, disseminou um projeto, em outubro de 2011, para ‘melhorar as condições de vida e dignidade de milhares de mulheres deslocadas de Porto Príncipe, através de estratégias de auto-sustento econômico e sociocultural’.
O projeto foi implantado em quatro acampamentos da capital. Passado um ano, e antes de cada uma receber o microcrédito da JRS, as numerosas chefes de família foram instruídas na administração do pequeno comércio e na organização de um grupo de cooperativa econômica.
Isto é apenas um esboço do caminho trilhado pelas mulheres haitianas depois do terremoto, com sua criatividade e tenacidade silenciosa, mas que tem dado resultados.

Fonte :

sábado, 5 de janeiro de 2013

Epifania do Senhor

Por Maria Vanda (Ir. Maria Silvia, Obl. OSB)


1. Eu o vejo, mas não agora, eu o contemplo, mas não de perto: uma estrela desponta (anateleî) deJacob, um ceptro se levanta de Israel» (Números 24,17).

Assim fala, com uns olhos muito claros postos no futuro, um profeta de nome Balaão, que o Livro dos Números diz ser oriundo das margens do rio Eufrates (Números 22,5), uma vasta região conhecida pelo nome de «montes do Oriente» (Números 23,7).

2. Do Oriente são também os Magos, que enchem o Evangelho deste Dia (Mateus 2,1-12), e que representam a humanidade de coração puro e de olhar puro que, agora e de perto, sabe ler os sinais de Deus, sejam eles a estrela que desponta (anateleî) (2,2 e 9) ou o sonho (2,12), uma e outro indicadores de caminhos novos, insuspeitados. Surpresa das surpresas: até para casa precisamos de aprender o caminho, pois é, na verdade, um caminho novo! (2,12). Excelente, inteligente, o grande texto bíblico: Balaão vem do Oriente, e os Magos também. O texto grego diz bem, no plural, «dos Orientes» (ap’anatolôn). Só a estrela que desponta (anatolê / anatoleî), no singular, pode orientar a nossa humanidade perdida no meio da confusão do plural.

3. De resto, já sabemos que, na Escritura Santa, a Luz nova que no céu desponta (Lucas 1,78; 2,2 e 9; cf. Números 24,17; Isaías 60,1-2; Malaquias 3,20) e o Rebento tenro que entre nós germina (Jeremias 23,5; 33,15; Zacarias 3,8; 6,12) apontam e são figura do Messias e dizem-se com o mesmo nome grego anatolê (tsemah TM) ou forma verbal anatéllô. Esta estrela (anatolê) que arde nos olhos e no coração dos Magos está, portanto, longe de ser uma história infantil.

Orienta os passos dos Magos e, neles, os de toda humanidade para a verdadeira ESTRELA que desponta e para o REBENTO que germina, que é o MENINO. E os Magos e, com eles, a inteira humanidade orientam para aquele MENINO toda a sua vida, que é o que significa o verbo «ADORAR» (proskynéô). Esta «adoração» pessoal é o verdadeiro presente a oferecer ao MENINO.

4. Note-se bem, neste contexto, o contraponto bem vincado de Herodes, e de todos os Herodes deste nosso tempo e de todos os tempos.

5. Mas, para juntar aqui outra vez os fios de ouro da Escritura Santa, nomeadamente 1 Reis 10,1-10 (Rainha de Sabá), Isaías 60 e o Salmo 72(71), diz o belo texto de Mateus que os Magos ofereceram ao MENINO ouro, incenso e mirra. Já sabemos que, desde Ireneu de Lion (130-203), mas entenda-se bem que isto é secundário, o ouro simboliza a realeza, o incenso a divindade, e a mirra a morte e o sepultamento

6. (...omissis...)

7. Ilustra bem o grandioso texto do Evangelho de Mateus o soberbo texto de Isaías 60,1-6, que canta Jerusalém personificada como mãe extremosa que vê chegar dos quatro pontos cardeais os seus filhos e filhas perdidos nos exílios de todos os tempos e lugares. Também não falta a luz que desponta (anateleî) (60,1) e os muitos presentes, os tais fios que se vão juntar no Evangelho de hoje, de Mateus.

8. Também os versos sublimes do Salmo Real 72(71) cantam a mesma melodia de alegria que se insinua nas pregas do coração da inteira humanidade maravilhada com a presença de Rei tão carinhoso. Também aqui encontramos a hiperbólica «idade do ouro», o grão que cresce mesmo no cimo das colinas, e a felicidade dos pobres, que serão sempre os melhores «clientes» de Deus. Extraordinária condensação da esperança da nossa humanidade à deriva.

9. E o Apóstolo Paulo (Efésios 3,2-3 e 5-6) faz saber, para espanto, maravilha e alegria nossa, que os pagãos são co-herdeiros e comparticipantes da Promessa de Deus em Jesus Cristo, por meio do Evangelho.

10. Sim. Falta dizer que, no meio de tanta Luz, Presentes e Alegria para todos, vindos da Epifania, que significa manifestação de Deus entre nós e para nós, não podemos hoje esquecer as crianças e a missão. Hoje celebra-se o dia da «Infância Missionária», que gosto de ver sempre envolta no belo lema: «O Evangelho viaja sem passaporte». Para significar que o Evangelho nos faz verdadeiramente filhos e irmãos. E entre filhos e irmãos não há fronteiras nem barreiras nem muros ou qualquer separação.


'Angelus Domini', Franz Biebl, chór EPIFANIA


Angelus Domini nuntiavit Mariae et concepit de Spiritu Sancto.
Ave Maria gratia plena Dominus tecum benedicta tu in mulieribus et benedictus fructus ventris tui Jesus

Maria dixit: Ecce ancilla Domini, fiat mihi secundum verbum tuum.
Ave Maria...

Et verbum caro factum est et habitavit in nobis.
Ave Maria...

Sancta Maria Mater Dei ora pro nobis peccatoribus
Sancta Maria ora pronobis nunc et in hora mortis nostrae. Amen


Fonte :
Wikipedia


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

CIMBRA - Conferência de Intercâmbio Monástico do Brasil

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

  * Este artigo, da Madre Vera Lúcia Parreiras Horta, OSB,
faz parte do Boletim AIM nº 100

‘Para compreender a CIMBRA é preciso olhar o mundo monástico do Brasil em sua formação histórica e no contexto da Igreja do pós-Vaticano II. Um ano depois de os Abades beneditinos reunidos em Roma elaborarem a ‘Síntese  de Princípios da Vida Monástica Beneditina’, um grupo pioneiro de superiores beneditinos ousou transpor os limites de seus Mosteiros e comunidades e reuniu-se pela primeira vez, em São Paulo, no Mosteiro de São Geraldo, dos monges beneditinos húngaros. No grupo estava uma Abadessa do Nordeste, Madre Mectildes Villaça Castro, OSB, o que causou impacto, pela distância percorrida e pelos conceitos da época em relação à clausura das monjas. Foi a inauguração do que mais tarde se chamou CIMBRA (‘Conferência de Intercâmbio Monástico do Brasil’). Reunia comunidades de diferentes famílias monásticas presentes no país, desde a mais antiga implantação beneditina no continente americano em 1582, a Congregação Beneditina do Brasil, restaurada no século XIX pela Congregação de Beuron, até as de origem mais recente. O Brasil contava também com a presença monástica cisterciense, Mosteiros de monges e monjas de diversas origens, a saber, Itália, Áustria e Alemanha, alguns reunidos na Congregação Brasileira da Santa Cruz. Congregações missionárias femininas, como a das Beneditinas Missionárias de Tutzing, chegaram ao país em 1903 e muito se desenvolveram, formando hoje dois Priorados. As monjas beneditinas, após receberem sua formação na Abadia de Stanbrook, Inglaterra, chegaram em 1911.
Ao grupo pioneiro uniram-se novas comunidades monásticas, após o Concílio Vaticano II, quando Congregações européias e norte-americanas fizeram fundações em nosso país. Assim, a Congregação Americano-Cassinense, a Congregação Húngara – esta vinda pouco antes da II Guerra Mundial – a Congregação Olivetana, a Congregação Valumbosana e, mais tarde, a nova implantação dos monges camaldulenses. Algumas destas famílias monásticas contavam com a presença de comunidades femininas. As monjas receberam novo influxo com a chegada ao sul do país da Congregação da Rainha dos Apóstolos, fundando o Mosteiro do Encontro, em Curitiba, em cujas proximidades já estavam os monges beneditinos franceses de Tournay. Mais recentemente, o Mosteiro do Encontro fundou um Priorado na Amazônia, presença pioneira na região, seguida por duas comunidades de monjas da Congregação Brasileira. Hoje o Brasil conta ainda com a presença dos trapistas e trapistinas, de Mosteiros que integram a Congregação de Subiaco, de comunidades de Irmãs Beneditinas originárias da Itália, Polônia, Áustria e Estados Unidos, bem como de Mosteiros diocesanos. A variedade de presença que se estende por todo país, com uma concentração maior no sul e leste do Brasil, tem na CIMBRA o espaço de encontro que une a todos em fraternidade.
Em seus primeiros anos, tratava-se de duas tarefas : aproximar as comunidades presentes no país para além das fronteiras de suas próprias Congregações e realizar o ‘aggionarnamento’ pedido pelo Concílio. O impacto dos documentos promulgados, junto à produção das conferências episcopais latino-americanas, como a de Medellín, levantaram a questão do ‘Como compreender a presença monástica neste novo contexto eclesial e latino-americano?’. Neste momento em que a própria Igreja procurava compreender-se a si mesma e à sua missão frente a novos desafios, também a vida monástica o procurou. Era necessário ainda elaborar uma organização interna para o grupo que surgia. De 1967 a 1974, realizaram-se encontros anuais, sediados nos Mosteiros do Morumbi (São Paulo) ou do Rio de Janeiro, sendo que a partir do terceiro destes encontros, escolhe-se um tema de reflexão. Eis alguns :
v A oração na vida do monge
v O monge face ao mundo
v Juventude e Formação Monástica
Os primeiros tempos foram marcados por muitas tensões provocadas por pontos de vista às vezes conflitantes, bem como a perspectiva ou não de se formar uma Congregação Brasileira em que todas as famílias monásticas se reunissem, caminho seguido pelas comunidades do ‘Cono Sur’, mas que não se mostrou adequado ao Brasil.
Para coordernar a CIMBRA formaram-se Diretorias, com grande apoio da Congregação Beneditina do Brasil e da Congregação Húngara (Mosteiro de São Geraldo, no Bairro do Morumbi, em São Paulo). Constantes colaboradoras foram as comunidades de ‘Vita et Pax’, das Monjas Olivetanas, dentre elas a figura de Madre Clara Hermans, e as Beneditinas Missionárias de Tutzing. Desta primeira época da CIMBRA notamos a edição dos ‘Cadernos Beneditinos’, as atividades das Comissões de Liturgia e Canto, com a edição das Fichas de Leituras Patrísticas e de outros autores, que enriqueceram o Ofício das Vigílias. Houve ainda iniciativas para a atualização do Ofício Divino, conforme as novas orientações o ‘Thesaurus Liturgiae Horarum Monasticae’, um fato no mundo monástico em geral. Desta época datam ainda os primeiros Anuários Beneditinos e Cistercienses do Brasil, o Centro de Informação Monástica, Boletim Litúrgico, Boletim Informativo e início dos trabalhos de tradução das fontes monásticas. Houve ainda ajuda para despesas de viagens para encontros e doação de livros. Até chegar à presente organização, a CIMBRA contou com um Estatuto mais simples. A composição da Diretoria foi gradualmente fixada em um presidente e seis conselheiros, sendo três homens e três mulheres. Além do equilíbrio masculino e feminino, observa-se a representatividade das famílias monásticas do Brasil.
O dia 17 de novembro de 2009 marcou a existência da CIMBRA como pessoa jurídica, civilmente reconhecida. Em uma assembléia cheia de alegria, os participantes aprovaram unanimemente o novo Estatuto, selo do caminho iniciado a 31 de agosto de 1967, nos tempos pós conciliares. Sim, em 2017, a CIMBRA completárá seus 50 anos de vida!
Constam como finalidades da CIMBRA :
v Promover e coordenar a aproximação e as relações entre as Comunidades Religiosas dos ramos masculino e feminino do Brasil, regidas pela Regra de São Bento e por suas respectivas Constituições.
v Promover, organizar e realizar cursos, conferências, congressos, seminárias, debates, propiciando o estudo dos assuntos monásticos buscando estabelecer uma colaboração eficaz entre os seus membros.
v Promover o intercâmbio com entidades congêneres. 
Dentre os Presidentes da CIMBRA, houve figuras marcantes no seu desenvolvimento, como Dom Basílio Penido, OSB, Dom Leo Rothrauf, OSB, Dom Paulo Rocha, OSB, Dom Ernesto Linka, OSB, representantes dos monges brasileiros, húngaros e dos mais recentes no país, os americano-cassinenses. As últimas Diretorias foram presididas por Dom Edmilson Amadeu Caetano, O.Cist., hoje Bispo de Barretos, SP, e por Dom Bernardo Bonowitz, OCSO. Membro constante destas Diretorias, Dom Joaquim de Arruda Zamith, OSB, Abade emérito do Mosteiro de São Bento de São Paulo e ex-Abade presidente da Congregação Beneditina do Brasil, residindo hoje na comunidade do Mosteiro de São Bento de Vinhedo, SP, muito contribuiu para o desenvolvimento dos estudos monásticos. Dom Leo Rothrauf, ao visitar grande número de comunidades, preparou o terreno para a realização da primeira CIMBRA JOVEM em 1976. Dom Paulo Rocha teve notável atuação nas publicações da CIMBRA. Graças à ajuda de Dom Timóteo Amoroso Anastácio, OSB, profundo conhecedor das línguas latina e grega, traduziram-se para o português as ‘Instituições Cenobíticas’ e as ‘Conferências’ de Cassiano, diversas ‘Vidas dos Pais’ do monarquismo, e outras fontes monásticas. A importância do estudo destas fontes para a compreensão da Regra de São Bento ficou evidente nos cursos com Irmã Aquinata Bockmann, OSB, e Dom Adalbert de Vogué, OSB, a partir de 1981, vindos a convite de Dom Inácio Barbosa Accioly, OSB, Abade do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, e abertos à CIMBRA. Graças à personalidade marcante destes irmãos, aliada ao dom pessoal de cada um, a CIMBRA obteve uma estabilidade em nosso meio. Seus encontros constituíram-se em espaço de reflexão, de produção monástica própria, material ainda hoje utilizado.
O ano de 1972 traz a grande novidade : o primeiro Encontro Monástico Latino-americano, hoje chamado EMLA. Realizado no Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, teve como tema ‘A Vida Monástica, hoje, na América Latina’. Primeiro passo no congregar as famílias monásticas das três Américas, os EMLAs tornaram-se periódicos, gradualmente organizados na estrutura que se chama UMLA : União Monástica Latino-Americana. Dela fazem partes as três organizações monásticas do continente latino-americano : ABECCA, CIMBRA E CONO SUR, que hoje possui um pequeno Estatuto. Os EMLAs realizam-se com uma periodicidade de quatro anos, cada vez em uma das três regiões mencionadas. Hoje o mundo monástico latino-americano conhece seu rosto, e é unido por fortes laços de fraternidade e mútua ajuda.
O ano de 1976 marcou o início dos encontros de formandos, realizado no Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, e teve como tema ‘A Comunidade Beneditina a Serviço da Igreja’. As assim chamadas CIMBRAS JOVENS tornaram-se uma tradição, realizadas a cada dois anos, desde então sem interrupção, sob a forma de Semanas de Estudo. Uma equipe liderada por Imã Úrsula Worringen, OSB, Madre Teresa Paula Perdigão, OSB e Madre Abadessa Paula Iglésias, OSB, reunindo ainda outros colaboradores, marcou gerações pelo aprofundamento da vida monástica e a criação de laços de amizade que se estendem por toda a vida. Recentemente realizou-se uma CIMBRA JOVEM em três etapas anuais, como Curso de Patrologia.
Em 1979 a CIMBRA estendeu novamente sua atividade para o campo da Liturgia, desta vez com a realização das Semanas de Música Sacra. Reunidos nestes encontros, monges e monjas mais preparados neste campo, com a colaboração de profissionais da área, abordaram o estudo do Canto Gregoriano e da música em geral e deram início à criação de repertório em vernáculo para o Ofício Divino e Missa. A colaboração de Dom João Evangelista Enout, OSB, no Canto Gregoriano, entre outros, bem como a de Dom Matias Fonseca de Medeiros, OSB, na música vernácula, foram marcantes.
Os encontros dos professos perpétuos, com temas variados, as chamadas Assembléias a cada dois anos, são o espaço normal onde a CIMBRA respira e continua a se irradiar. Ora focalizando temas como a Oração, o Trabalho, a Saúde, momentos fortes do monaquismo como o XV Centenário do Nascimento de São Bento, ora trazendo para a realidade monástica os passos da Igreja na América Latina, após cada Conferência Episcopal como as de Santo Domingo, Puebla e Aparecida, a CIMBRA procura exercer o papel de animadora da vida monástica no país, como órgão interlocutor do contínuo caminhar, esperando cumprir nosso papel relendo a história, mergulhando em suas raízes e com o olhar no futuro a ser construído. A última realização da CIMBRA é a ‘Escola do Serviço do Senhor’, um programa para Formadores em duas etapas anuais, de vinte dias cada uma. Com estas e outras iniciativas, a CIMBRA, atenta aos movimentos monásticos do momento nas diversas famílias ligadas pela Regra de São Bento, constitui uma das muitas constelações que enriquecem o HOJE do mundo monástico e pelos quais somos todos gratos.
A CIMBRA dispõe do website www.cimbramonastica.org.br. Nele podem ser obtidas maiores informações sobre sua história e atividades.’              


Fonte :
*Madre Vera Lúcia Parreiras Horta, OSB, 
  Abadessa do Mosteiro do Salvador 
(www.mosteirodosalvador.org.br), em Salvador, Bahia e Presidente da CIMBRA desde 2009.

Boletim AIM, nº 100, editado pela Aliança Inter-Monástica em 2011, é um boletim internacional a serviço das comunidades monásticas de tradição beneditina.