Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo de Tsh Oxenreider,
escritor
Tradução : Ramón Lara
‘Criar um plano e um orçamento
para a compra de presentes de Natal é algo que as famílias fazem todos os anos.
Queremos enfatizar ‘o motivo da temporada de Natal’ e evitar exagerar
nos presentes, sem parecermos mesquinhos ou avarentos. Mas, como sabemos, esta
não é uma temporada de férias comum.
Enquanto crescia nos anos 80 e
90, meus pais passavam algumas tardes e noites em dezembro procurando presentes
em lojas locais. Se não estava disponível nas lojas da nossa vizinhança geral,
não estaria em nossa árvore. Agora, compramos quase tudo em quase qualquer
lugar, quase a qualquer hora, e quase nos esquecemos de como viver sem esse
luxo. Se estivermos sem sabão em pó, podemos usar nosso telefone para comprar e
ser entregue em algumas horas; então é claro que podemos pedir um novo
brinquedo fabricado em qualquer parte do mundo e embrulhá-lo sob a árvore na
véspera de Natal.
Este ano, a crise da cadeia de
suprimentos, ilustrada pelos contêineres descarregados que se acumulam em
nossos portos marítimos, resultou em lojas com estoque insuficiente e tempos de
entrega imprevisíveis para presentes pedidos online. Por isso, estamos sendo
informados que devemos fazer os pedidos com antecedência, até mesmo para fazer
outros pedidos ou trocas, antes que nossos vizinhos joguem tudo em seus
carrinhos de compras digitais. Porém, e se, em vez disso, reconhecêssemos o
quão pouco os presentes ‘certos’ realmente importam?
Essa ideia não é nova, é claro.
Contadores de histórias de Dickens a Alcott nos lembram que o Natal não é sobre
presentes; é sobre pessoas, família, lar e Jesus. Podemos fazer bem este ano
vivendo essa verdade.
Como isso poderia ser?
Primeiro, podemos limitar nossas compras a lojas em um raio de oito quilômetros
de nossas casas. Podemos nos restringir ao que podemos pegar com nossas mãos
reais e colocar em um carrinho da vida real. Não apenas podemos apoiar melhor
nossos lojistas locais; também podemos moderar nossos próprios desejos traçando
um limite literal em torno de nossas opções.
Também podemos priorizar eventos
como presentes, em vez de itens tangíveis. Ao relembrar as férias da infância,
você se lembra de tudo que desembrulhou? Provavelmente não - mas você pode se
lembrar melhor daquilo que fez com sua família e amigos. Você deve se lembrar
de ir a um show ou a uma missa de meia-noite na véspera de Natal, reunir-se com
sua família e sentar-se à ‘mesa dos filhos’ com seus primos, assar
biscoitos com seus amigos ou embarcar em um avião. Da mesma forma, os ingressos
para um concerto ou peça podem não ser tão divertidos de desembrulhar quanto os
presentes volumosos, mas costumam ser mais divertidos de usar.
Também podemos seguir a rota do
presente caseiro, por mais banal que possa parecer. Minha filha adolescente
assa e embrulha uma fornada de biscoitos para a família todo Natal, também faz
os biscoitos para o Dia dos Pais e aniversários, e as pessoas nunca se cansam
disso. As pessoas sabem que esses presentes estão vindo, mas mal podem esperar
para ver o que inventou a cada vez. Chapéus de malha, tigelas entalhadas à mão,
uma fotografia bem enquadrada de um lugar especial – existem muitas ideias; e
nenhuma deles é banal, não importa o que dizem as lojas.
Finalmente, está a solução
óbvia à qual podemos ser forçados de qualquer maneira : compre menos. Talvez
este seja o Natal quando finalmente podemos dizer ‘chega’ mais cedo do
que costumamos fazer e descobrimos que isso não vai estragar as festas. Na
verdade, podemos criar uma abundância de outro tipo, em que abrimos os
presentes mais lentamente, gastamos mais tempo com o quebra-cabeça do grupo ou
iniciamos uma nova tradição de uma longa caminhada pela vizinhança no dia de
Natal.
A encíclica Laudato Si nos
convida a ‘regressar àquela simplicidade que nos permite parar e apreciar as
pequenas coisas... e não sucumbir à tristeza pelo que nos falta’ (n. 222).
A desaceleração da cadeia de suprimentos deste ano pode ser o convite que não
sabíamos que precisávamos para viver com mais intenção. Que esta temporada de
festas seja mais sobre a simplicidade das pequenas coisas, e que possamos levar
esse presente conosco para o Natal que está por vir.’
Fonte : *Artigo
na íntegra https://domtotal.com/noticia/1553600/2021/12/a-crise-mundial-da-cadeia-de-abastecimento-pode-salvar-o-natal/’
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