Nasceu por volta do ano 1225, da
família dos Condes de Aquino. Estudou primeiramente no mosteiro de Monte
Cassino e depois em Nápoles. Ingressou na Ordem dos Frades Pregadores e
completou os estudos em Paris e em Colônia, tendo tido como professor Santo Alberto
Magno. Escreveu muitas obras de grande erudição, e, como professor, lecionou
disciplinas filosóficas e teológicas, o que lhe valeu grande reputação. Morreu
nas proximidades de Terracina, a 7 de março de 1274. Sua memória é celebrada a
28 de janeiro, data em que seu corpo foi trasladado para Toulouse (França), em
1369.
A Liturgia
das Horas e a reflexão no dia de Santo Tomás de Aquino,
Presbítero e
Doutor da Igreja :
Ofício das
Leituras
Segunda leitura
Das
Conferências de Santo Tomás de Aquino, presbítero
(Colatio 6 super Credo in Deum) (Séc.XIII)
Na
cruz não falta nenhum exemplo de virtude
Que necessidade havia para que o Filho de Deus sofresse por nós? Uma
necessidade grande e, por assim dizer, dupla : para ser remédio contra o pecado
e para exemplo do que devemos praticar.
Foi em primeiro lugar um remédio, porque na paixão de Cristo encontramos
remédio contra todos os males que nos sobrevêm por causa dos nossos pecados.
Mas não é menor a utilidade em relação ao exemplo. Na verdade, a paixão
de Cristo é suficiente para orientar nossa vida inteira. Quem quiser viver na
perfeição, nada mais tema fazer do que desprezar aquilo que Cristo desprezou na
cruz e desejar o que ele desejou. Na cruz, pois, não falta nenhum exemplo de
virtude.
Se
procuras um exemplo de caridade : Ninguém tem amor maior do que aquele que dá
sua vida pelos amigos (Jo
15,13). Assim fez Cristo na cruz. E se ele deu sua vida por nós, não devemos
considerar penoso qualquer mal que tenhamos de sofrer por causa dele.
Se procuras um exemplo de paciência, encontras na cruz o mais excelente!
Podemos reconhecer uma grande paciência em duas circunstâncias : quando alguém
suporta com serenidade grandes sofrimentos, ou quando pode evitar os
sofrimentos e não os evita. Ora, Cristo
suportou na cruz grandes sofrimentos, e com grande serenidade, porque
atormentado, não ameaçava (1Pd 2,23); foi
levado como ovelha ao matadouro e não abriu a boca (cf. Is 53,7; At 8,32).
É grande, portanto, a paciência de Cristo na cruz. Corramos com paciência
ao combate que nos é proposto, com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e
completa a obra da fé. Em vista da
alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz, não se importando com a infâmia
(cf. Hb 12,1-2).
Se procuras um exemplo de humildade, contempla o crucificado: Deus quis
ser julgado sob Pôncio Pilatos e morrer.
Se procuras um exemplo de obediência, segue aquele que se fez obediente
ao Pai até à morte : Como pela desobediência de um só homem, isto é, de Adão, a
humanidade toda foi estabelecida numa condição de pecado, assim também pela
obediência de um só, toda a humanidade
passará para uma situação de justiça (Rm 5,19).
Se procuras um exemplo de desprezo pelas coisas da terra, segue aquele
que é Rei dos reis e Senhor dos senhores, no qual estão encerrados todos os
tesouros da sabedoria e da ciência (Cl 2,3), e que na cruz está despojado de
suas vestes, escarnecido, cuspido, espancado, coroado de espinhos e, por fim,
tendo vinagre e fel como bebida para matar a sede.
Não te
preocupes com as vestes e riquezas, porque repartiram entre si as minhas vestes
(Jo 19,24); nem
com honras, porque fui ultrajado e flagelado;
nem com a dignidade, porque tecendo
uma coroa de espinhos, puseram-na em minha cabeça (cf. Mc 15,17); nem com
os prazeres, porque em minha sede ofereceram-me vinagre (Sl
68,22).
Fonte :
‘In
Liturgia das Horas III’, 1221, 1223
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