*Artigo de Padre Antonio Grappone
‘Primeiro,
o soco. O grupinho ‘pacifista e
evangélico’ está escandalizado : ‘Nós
sempre damos a outra face’, declaram. Talvez seja verdade.
Depois,
a história dos coelhos. Os jovens que são pura tradição (mas será que sabem do
que falam?), com a medalha de católicos perfeitos, estão feridos. Mas...
Estas
reações demostram apenas ignorância, meus caros jovens. Será que nós lemos o
que o papa disse? Tentamos entender? Ou só vimos as manchetes na internet, que,
em muitos casos, são fuxicos miseráveis e nem um pouco inocentes de ‘ilustres’ jornalistas ou ‘autodenominados’ teólogos?
O
papa Francisco ama a comunicação direta e não se preocupa em ser sutil,
especialmente nas conversas informais. Mas ele sempre diz a verdade. Ele não se
preocupa em equilibrar cada coisa que diz : ele é o papa, fala dentro de um
contexto mais amplo, que é o Magistério da Igreja, e dentro do magistério
pessoal, que, não custa lembrar, é o magistério petrino.
A
jogada dos senhores da informação, dos vendedores de fumaça, é precisamente a
de desacreditar o magistério, seja diante de quem se opõe a ele, seja diante de
quem o apoia, embora vários apoiem o que lhes convém, deformando todo o
sentido. Querem dividir a Igreja. ‘Divide
et impera’, como de fato acontece. E não poucos (e bons) católicos se
prestam a esse jogo. Não podemos continuar caindo na armadilha!
O
papa Francisco conhece muito bem esses problemas e por isso escreveu a Evangelii gaudium, a exortação
apostólica que contém as diretrizes do seu modo de agir e de todas as suas
afirmações. É preciso estudá-la melhor! O papa quer evangelizar, chegar a
todos, não pode usar sempre uma linguagem especializada e pomposa. Ele quer
chamar a todos à conversão, começando por si mesmo.
Até
os pais de muitos filhos, que o Santo Padre estima e encoraja, precisam ser
chamados à conversão. Ter filhos, em si, não é garantia de nada : em muitas
partes do mundo existe uma frequente irresponsabilidade com os filhos, gerados
e abandonados a si mesmos e às ruas. O papa vem desses lugares, dessas
situações.
E
depois, meia dúzia de ocidentais que clamam o direito de insultar impunemente
as religiões (ah, vejam que curioso, em particular a nossa!)... E, no mesmo
país, se alguém afirma que o casamento é entre um homem e uma mulher, corre o
risco de ir para a cadeia!
Mas
a questão é outra. O papa é amado ‘independentemente’.
É o sinal visível da unidade da Igreja. Ele é, na terra, a Cabeça do Corpo de
Cristo entre os homens do nosso tempo. Nele a Igreja encontra unidade e é
universal. Muitas confissões cristãs não têm o presente do papa e, sejamos
claros, isso é algo que se faz notar. A comunidade desmorona, a Tradição se
perde ou se mumifica, a Igreja se deteriora.
Santa Catarina, que é Doutora da Igreja,
chamava os papas de ‘doce Cristo na terra’.
E os papas do tempo dela foram Gregório XI e Urbano VI, ambos discutíveis e
discutidos. Basta pensar que com o papa Urbano aconteceu um grave cisma.
Catarina, porém, amou os dois, apoiou os dois. Se ela os chamou a honrar o seu dever,
foi porque Cristo diretamente lhe deu esta ordem, que ela cumpriu de forma
estritamente privada, pessoalmente ou por meio de cartas, que se tornaram
públicas só depois da morte da santa e dos papas. Não eram artigos de jornal!
Diante
de Pedro, mesmo que ele diga ou faça coisas que não nos agradam, só tem sentido
o respeito e a gratidão. A menos que sejamos perfeitos alienados. Não é questão
de ver quem tem razão, mas de considerar os papéis que Deus deu à Igreja.
Eu
também, às vezes, demoro a entender o papa. Nesses casos, quando se trata de
algo importante, escuto com mais atenção e leio melhor as declarações sobre o
tema, porque não acho sensata a ideia de que eu tenha toda a verdade católica
no bolso e o papa não.
No
final das contas, estou sempre de acordo com o Santo Padre. Aprendi a
compreender as preocupações dele, mesmo que inicialmente não fossem as minhas,
e, assim, elas se tornaram minhas também. Além do mais, o papa é o papa. Demos
graças a Deus por ele e rezemos por ele!’
Fonte :
* Artigo na íntegra de http://www.zenit.org/pt/articles/o-soco-os-coelhos-e-os-pretextos
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