Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
Teologia ‘de joelhos’
Um caminho que marcou a
existência de Bento XVI, como confirmam seus textos no volume. Homilias,
catequeses e discursos que, segundo Caruso, mostram um elemento comum : ‘A
vontade e o desejo de compartilhar este precioso tesouro que ele encontrou no
estudo e na oração’. Os horizontes abertos por esta síntese espiritual de Bento
XVI são infinitos. ‘Ratzinger é o mestre da fé que se dirige ao povo de
Deus’, enfatiza o editor, esperando que o livro ajude a encontrar respostas
para as questões da modernidade. ‘Bento XVI fazia teologia de joelhos’,
escreve o Papa Francisco no prefácio, recordando precisamente esta proximidade
com a dimensão contemporânea.
Um tesouro a ser redescoberto
‘Foi como entrar numa ampla
clareira’, diz Caruso sobre o trabalho de pesquisa : ‘O Magistério de Bento XVI
está verdadeiramente repleto de tesouros a serem redescobertos’. Fala-se das
virtudes teologais, da família, da oração, da alegria. Mas também da combinação
de fé e razão como uma estrutura narrativa para recontar a força e a relevância
do Evangelho. ‘Nisto’, continua Caruso, ‘ecoa o que foi dito na Encíclica Fides
e ratio de João Paulo II : fé e razão como as duas asas com as quais o
espírito humano se eleva à contemplação da verdade’.
Arte e beleza
Um passo fundamental é
representado pela beleza - que se concretiza na arte - como uma forma
privilegiada de encontrar Deus. O Papa Francisco também lembra isso no
prefácio, recordando implicitamente outros pontífices do século XX : desde Pio
XII, que em 1953 instituiu a Missa dos artistas na Basílica de Santa Maria em
Montesanto em Roma, até Paulo VI, que se encontrou várias vezes com artistas na
Capela Sistina, inspirando seus sucessores a celebrar esta ocasião. ‘Com Papa
Bento XVI’, aponta Caruso, ‘há um convite para seguir o caminho da beleza que
nos permite aproximar-nos do eterno e assim acolher a própria beleza de Deus’.
Pequenas peças no grande mosaico da história
Indicações ao alcance de todos,
assim como o chamado à santidade, que diz respeito a cada batizado e nada tem a
ver com super poderes e outras coisas extraordinárias. O Papa Bento XVI,
explica Caruso, reiterou isto por ocasião do Dia Mundial da Juventude em
Colônia, onde os Reis Magos estão enterrados. ‘Identificou precisamente os
Magos como aqueles que estão à frente de uma procissão sem limites que
transcende épocas e fronteiras e avança em direção ao absoluto de Deus’. Um
convite dirigido a cada um de nós : ‘Ser como pequenas peças no grande mosaico
da história que’, conclui Caruso, ‘será, em última análise, a face de Deus, que
é uma face de misericórdia e de esperança’.’
Fonte : *Artigo na íntegra
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