Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo do Padre Eduardo Revolledo Villanueva,
Missionário Comboniano
Caminho formativo
Animado pelo testemunho dos
combonianos, comecei um caminho de discernimento mais aprofundado para poder
descobrir o que Deus queria para mim. Com muitos medos e dúvidas, mas com a
convicção de que Deus me acompanharia, no ano de 2008 ingressei no postulantado
dos Missionários Combonianos, naquela que é a primeira etapa de formação para a
vida religiosa, e iniciei os estudos de Filosofia. Foi uma experiência muito
positiva e pude partilhar as minhas inquietações vocacionais com jovens
peruanos e chilenos que tinham o mesmo ideal e queriam ser missionários ao
estilo de São Daniel Comboni.
Depois fui para o México por
quase dois anos para continuar o meu processo de formação. Foi a primeira vez
que saí do meu país e tive uma experiência internacional. Nesse período,
reafirmei o meu desejo de seguir Jesus Cristo e dedicar a minha vida à missão
segundo o carisma dos Missionários Combonianos. Por isso, em 2014 fiz os
primeiros votos religiosos. Para realizar os estudos teológicos, os meus
superiores destinaram-me ao Quênia. Estive nesse país da África Oriental por
quase quatro anos e a experiência que fiz ficou marcada no meu coração.
Ir para outro continente e
aprender novos idiomas foi, sem dúvida, um grande desafio para mim. Como
missionário, foi necessário abrir a mente e o coração, afiançar a vontade e a
determinação de aprender com as pessoas, conhecer a sua cultura e os seus
costumes. A partilha quotidiana com os Quenianos ajudou-me a confirmar a minha
vocação para a vida religiosa missionária.
Depois de terminar os meus
estudos no Quénia, fui destinado à Ásia. Passei o primeiro ano no Vietname a
estudar a língua e, em seguida, vim para Taiwan para aprender chinês. Foi ali
que entreguei a minha vida para a missão, com a consagração perpétua a Deus e
ordenação diaconal na paróquia comboniana que servimos nos arredores de Taipei.
Posteriormente, regressei ao Peru, onde fui ordenado sacerdote para o serviço
do povo de Deus.
Missão em Taipei
Atualmente, sirvo como pároco
numa paróquia da periferia da cidade onde vivem os combonianos em Taipei
(Taiwan). A paróquia é pequena, pois a percentagem de católicos na região é
baixa, no entanto, a comunidade cristã é viva e muito entusiasta na expressão
da sua fé. A paróquia é muito peculiar, pois acolhe imigrantes vietnamitas e
pessoas provenientes da China continental, de Hong Kong e Taiwan. É um
verdadeiro lugar multicultural, em que a fé é o ponto de encontro e união. Na
paróquia realizamos diversas tarefas pastorais, nomeadamente o acompanhamento
de grupos de crianças e adolescentes, o atendimento de migrantes, a pastoral indígena,
a visita a famílias, os cursos bíblicos.
Todavia, porque a nossa paróquia
está junto de uma casa para doentes de lepra, oferecemos o nosso serviço como
voluntários e cuidamos deles com muito carinho, apesar de a maioria deles não
ser cristã. É uma bela oportunidade para o encontro inter-religioso e o diálogo
com os nossos irmãos budistas e taoistas.
Normalmente, tendemos a pensar
que os missionários são os que ensinam as pessoas sobre Deus. Não obstante,
considerando a minha curta experiência no Vietname e em Taiwan, acho que é o
oposto. São as pessoas que encontro que, na sua simplicidade, me revelam o
rosto misericordioso de Deus. Na verdade, são elas que me ensinam a ser um
pároco missionário, incentivando-me a ser uma pessoa próxima, com disponibilidade
para aprender dia a dia com elas, que comigo partilham a sua cultura, a sua fé
e a sua experiência com o nosso Deus, que é amor e está presente nos seus
corações.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://www.combonianos.pt/alem-mar/artigos/8/860/ser-missionario-em-taiwan/
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