Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo de
Fabrício Veliq,
teólogo protestante
‘Está
muito em voga em nossos dias a ideia de cuidado com o corpo. As academias estão
cheias de pessoas fazendo os mais diversos exercícios e com os mais variados
propósitos: ganho de massa muscular, condicionamento físico, estético, dentre
tantos outros que poderíamos citar. Da mesma forma, os consultórios de nutrição
têm sido muito procurados para que se tenha uma dieta que cause o melhor
efeito, visando ao resultado proposto.
Essa
geração do exercício físico e do cuidado do corpo, como não podia ser diferente,
é fruto do seu próprio tempo, em que a forma como se apresenta esteticamente é
também um valor a ser considerado nas diversas relações interpessoais,
trabalhistas etc. Tudo isso ligado a uma dinâmica capitalista, em que tal
estética é vista como mercadoria a ser consumida e, de alguma maneira, a
adequação a ela é também um sinal de bem-estar social e de saúde.
Não
podemos negar que a atividade física é algo importante para a vida humana. O
corpo humano não foi feito para ficar parado e são diversas as doenças que
podem advir de uma vida sedentária. Nesse sentido, em alguma medida, é muito
bom que diversas pessoas tenham se atentado à necessidade de fazer alguma
atividade física regular.
Claramente,
é sabido que o resultado da atividade física não é algo que surge de um dia
para o outro. Dessa maneira, é ilusório alguém que está acima do peso começar a
fazer uma dieta e exercícios físicos e achar que dentro de uma semana seus
problemas se resolverão e que terá o corpo esbelto que deseja. O condicionamento
do corpo é algo que leva tempo e exige constância nas atividades. Sem isso, o
risco de uma frustração por não ver nenhum tipo de resultado é enorme e,
consequentemente, parar com a atividade física é algo que passa na cabeça de
muitas pessoas com o passar de algumas semanas de início dos exercícios.
Com
o tempo, porém, a atividade física passa a fazer parte da vida e sua falta
começa a ser sentida por aquelas pessoas que se habituaram a ele. Em outras
palavras, passa a ser ‘normal’ se exercitar e condicionar o corpo com a
alimentação necessária que atenda aos objetivos que se tenha em mente.
Quando
vamos para as questões de fé, infelizmente, nem sempre tal reflexão é feita.
Pensa-se que a vida com Deus é algo que se dá de maneira mágica, imediata,
bastando para isso uma vontade interior forte. De maneira análoga ao exercício
físico, esse exercício da fé também é algo que demanda tempo, disposição e
constância para o alcance de certa solidez.
O
relacionamento com Deus, assim como todos os outros relacionamentos que
envolvem pessoas, não é algo que surge do dia para a noite, mas deve ser
exercitado diariamente, sendo justamente tal consistência que gera o
amadurecimento e fortalecimento da vida cristã.
Exercitar
a fé, sem dúvida, é algo necessário em nossos dias, nos quais uma fé rasa e
fácil tem sido oferecida em diversas igrejas e movimentos. Assim como não há
mágica para a transformação do corpo, também não há para o desenvolvimento da
fé.
A
pergunta que fica é se estamos dispostos a nos exercitarmos, seja o corpo, seja
a fé e aguardar o tempo necessário para o resultado esperado.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://domtotal.com/noticia/1583934/2022/07/exercitar-a-fe/
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