terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Ética islâmica e ética cristã

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 *Artigo do Padre Olmes Milani,
Missionário Scalabriniano


‘... Aos poucos vou chegando à conclusão de que é essencial mudar a atitude de comparar religiões, e adotar uma abordagem que respeite as diferenças, ensejando a abertura de caminhos para a fraternidade e enriquecimento.
 Tratando-se do relacionamento entre Islã e Cristianismo, as duas principais religiões monoteístas do planeta, existem muitos pontos comuns no campo da ética e moral.
Embora não exista ainda igualdade como nas sociedades ocidentais marcadas pela cultura cristã, constata-se uma evolução significativa quanto ao casamento e a vida conjugal, aproximando-se consideravelmente da moral cristã. A poligamia vai sendo abolida e o poder masculino de repudiar uma mulher deixa de ter respaldo legal.
A família é vista como a célula básica da sociedade por ambas as religiões. O matrimônio também é reconhecido como a única maneira de criar a entidade jurídica.
A promoção e a defesa da vida, do começo ao fim, são defendidas tanto por cristãos como islâmicos, sendo proibido o aborto, embora exista certa tolerância quanto ao chamado aborto terapêutico.
A  esterilização, mutilação e eutanásia são práticas não aceitas por islâmicos e cristãos.
Enfim, se a ética islâmica se revela assim próxima à bíblica e assume os ensinamentos do Antigo Testamento, é preciso reconhecer que, às vezes, ela oferece aos muçulmanos a possibilidade de admitir algumas posições do Evangelho.
Especialistas no estudo do Alcorão revelam que, de uma forma ou de outra, ‘o verdadeiro monoteísmo consiste no amor a Deus e no amor ao próximo’, interpretando assim o texto do Alcorão à luz do ensinamento Bíblico e Cristológico, do ‘duplo mandamento do amor’. Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo.’


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