*Artigo
de Bernardino Frutuoso,
Jornalista
‘A Igreja Católica
da Mongólia, minoria entre minorias,
está a celebrar 24 anos de presença nesta nação da Ásia Central. Os primeiros
missionários foram enviados ao país depois da queda do comunismo, em 1990.
Chegaram no dia 10 de Julho de 1992, alguns meses depois de o Governo da
Mongólia e a Santa Sé terem estabelecido relações diplomáticas. Pouco depois,
começou o primeiro catecumenato. Ao primeiro grupo de missionários, da
congregação do Imaculado Coração de Maria, juntaram-se outros grupos : os
missionários e as missionárias da Consolata e os Salesianos.
A primeira
evangelização da Mongólia aconteceu no século VII, contudo, após a ascensão do
regime comunista no século XX, que fez o possível para acabar com toda a forma
de religiosidade, o Cristianismo praticamente desapareceu. Em 1991, com a queda
do regime e em 1992, com a aprovação da nova Constituição que garante a
liberdade religiosa, teve início o ressurgimento da prática religiosa no país.
Igreja viva e
missionária
A comunidade
eclesial mongol, a mais jovem do mundo, tem agora o seu primeiro sacerdote
nativo. O jovem Joseph Enkhee-Baatar foi ordenado no passado dia 28 de Agosto,
na Catedral de São Pedro e Paulo, em Ulan-Bator, capital daquele país asiático.
A missa da
ordenação, presidida por Dom Wenceslao Padilla, prefeito apostólico de
Ulan-Bator, chegado à Mongólia com os primeiros missionários, contou com a
presença de D. Lazzaro YouHeung-sik, bispo de Daejeon (Coreia do Sul), diocese
onde o jovem sacerdote fez os estudos de Teologia, e Dom Osvaldo Padilla,
núncio apostólico na Coreia e Mongólia, e com a participação de cerca de 1500
fiéis, entre os quais 40 padres concelebrantes.
Para o padre
Prosper Mbumba, missionário congolês na Mongólia, esta ordenação vai criar uma
nova dinâmica no seio da comunidade católica mongol, favorecendo assim um sentimento
de pertença : «A comunidade católica na
Mongólia, renascida em 1992, agora tem mais de mil batizados, e com o seu
primeiro sacerdote autóctone terá novo entusiasmo e desenvolverá um maior
sentimento de pertença. A Igreja, de fato, foi vista por muito tempo como
estrangeira, como uma fé levada pelos missionários. Agora, essa ideia poderá
mudar.»
A comunidade
católica da Mongólia «está feliz e
orgulhosa do seu primeiro padre. Joseph Enkh-Baatar enfrenta uma grande tarefa :
a de ser uma ponte entre a cultura católica e a cultura mongol. Vamos
acompanhá-lo o melhor possível. Tenho a certeza de que será capaz de enfrentar
com a sensibilidade certa os desafios que se deparam a esta jovem Igreja»,
referiu o padre Giorgio Marengo, missionário da Consolata, que desde 2003 vive
na Mongólia e, desde 2006 em Arvaikheer, uma região situada a 400 quilômetros
da capital.
O padre Bernardo
Cervellera, diretor da agência AsiaNews, realçou que «trabalhar na Mongólia significa confrontar-se, por um lado, com uma
cultura de religiosidade xamânica – vêem, portanto, os sacerdotes como um ponto
de encontro entre o Céu e a Terra, entre Deus e o homem –, e há uma tradição
budista, tibetana, muito forte».
«Por conseguinte, o fato de haver um
sacerdote mongol, que é parte desta cultura e que, ao mesmo tempo, recebeu o
anúncio de Jesus Cristo, pode verdadeiramente fazer um trabalho de
inculturação, seja do ponto de vista da cultura seja do da teologia, que,
naturalmente, é um pouco mais difícil e lento para um missionário estrangeiro»,
acrescentou o religioso.
E explicou que a
Igreja na Mongólia cresceu «muito lenta e
pacientemente, com relações de amizade», além de oferecer às crianças a
possibilidade de terem espaços onde podem brincar e estudar. «Deu uma ajuda também às mulheres, porque há
uma grande miséria; portanto procurou dar trabalho às mulheres e aos homens. A
Igreja pode trabalhar na Mongólia porque, por lei, as entidades estrangeiras
devem assumir um certo número de trabalhadores locais», aclarou,
salientando que os organismos católicos têm contribuído para o desenvolvimento
económico do país.
Além da
importância eclesial, missionária e apostólica esta ordenação tem uma grande
importância do ponto de vista prático. Sob a lei da República da Mongólia,
apenas os cidadãos têm o direito de comprar terras para construir locais de
culto e só eles podem guiar as organizações religiosas. Ainda se são muito
tolerantes com os católicos, os funcionários da Mongólia têm aplicado estas
regras, sobretudo com as outras denominações cristãs.
Igreja a crescer
Com 1,564 milhões
de km2, o que a torna o 19.º país com mais superfície, a Mongólia tem cerca de
três milhões de habitantes, estimando-se que pouco mais de metade sejam
budistas. A percentagem total de cristãos no país é de cerca de 2 %.
Depois de 24 anos
de liberdade religiosa, a Igreja da Mongólia cresceu até se tornar uma
comunidade viva e organizada. Conta com 1200 católicos em todo o país, que
representam 0,04 % da população, servidos por 81 missionários, homens e
mulheres, de 22 nacionalidades. Existem seis paróquias e várias ‘subparóquias’ (das 21 províncias da
Mongólia, 17 não têm nenhuma presença católica).
A Igreja procura
testemunhar o reino de Deus por meio do compromisso na transformação social,
visível nos projetos de desenvolvimento em favor dos mais pobres, de modo
especial nas áreas da educação e da assistência sanitária.’
Mongólia
Área : 1 564 116 km2
Capital : Ulan-Bator
Língua oficial : Mongol
Governo : República parlamentarista
Presidente : Tsakhiagiin Elbegdorj
Porpulação : 3 081 677 (estimativa 2016)
Religião : Budismo 53%; Islamismo 3%; Xamanismo 2,9%;
Cristianismo 2%
Fonte :
* Artigo na http://www.alem-mar.org/cgi-bin/quickregister/scripts/redirect.cgi?redirect=EuZVVZVAAAmvxECTPv
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