‘O
Papa Francisco aprovou a proposta da Congregação para as Causas dos Santos de
declarar doutor da Igreja universal, o sacerdote e monge São
Gregório de Narek,
ilustre pela sua doutrina, seus escritos e a sua sabedoria mística.
...O
novo doutor da Igreja universal nasceu em Andzevatsik (então Armênia, agora
Turquia) por volta do ano 950 e morreu em Narek pelo ano 1005.
Desde
cedo seu tio materno o tomou sob a sua proteção, Ananias o Filósofo, que era
abade de Narek. Lá, foi instruído no conhecimento das Escrituras, se distinguiu
pelo seu rigor ascético e pelo seu espírito de oração. Gregório passou toda a
sua vida dentro dos muros do mosteiro.
Depois
de ser ordenado sacerdote virou o formador dos noviços que desejavam entrar na
vida monástica. Sua fama de santidade e sabedoria transcendeu as paredes de
Narek, passou aos mosteiros vizinhos e se tornou, sem buscar isso, um
reformador de monges.
Eram
tempos de relativa calma, tempos de criatividade, antes de que as invasões
mongóis e turcas mudassem a Armênia para sempre. Estas terras experimentaram
nessa época um renascimento da sua literatura, pintura, arquitetura e teologia,
dos quais Gregório foi uma figura central. A sua obra poética-literária de peso
foi o ‘Livro de Orações’. Os seus
mais de vinte mil versos foram compostos em pouco mais de três anos. Ele mesmo
pensou neste texto como o seu testamento.
O
mosteiro de Narek foi destruído durante a Primeira Guerra Mundial, por causa do
chamado holocausto armênio realizado pelas tropas otomanas. Esta fato
especialmente trágido consistiu na deportação forçada e extermínio de um número
desconhecido de civis, calculado aproximadamente entre um milhão e meio e dois
milhões de pessoas por parte do governo dos Jovens Turcos no Império Otomano de
1915 até 1923.
O
genocídio armênio foi caracterizado por sua brutalidade e uso de marchas
forçadas sob condições extremas, o que geralmente levaram à morte muitos dos
deportados.
No
ano passado, o primeiro-ministro, Erdogan, expressou suas condolências aos
descendentes das vítimas deste massacre, um gesto apreciado pelo papa Francisco
durante sua viagem à Turquia.
Na
coletiva de imprensa, durante o voo de regresso a Roma, o Santo Padre disse : ‘Nesta viagem tive contatos com os armênios.
No ano passado o governo turco teve um gesto : o então primeiro ministro,
Erdogan, escreveu uma carta sobre a lembrança deste episódio; uma carta que
alguns consideraram muito fraca, mas que era – a meu ver – um gesto, não sei se
grande ou pequeno, de estender a mão. E isso é sempre positivo. E posso
estender uma mão, estendendo-a mais ou menos, esperando para ver o que me diz o
outro para não colocar-me em apuros. Isso foi o que fez, então, o primeiro
ministro’. ‘No próximo ano haverá
muitos atos comemorativos deste centenário, mas esperamos que se chegue por um
caminho de pequenos gestos, de pequenos passos de aproximação’,
acrescentou.
Para
recordar o aniversário do genocídio dos armênios, o Papa argentino vai presidir
uma celebração no próximo dia 12 de abril, na Basílica de São Pedro.’
Fonte :
* Artigo na íntegra de http://www.zenit.org/pt/articles/um-monge-da-armenia-novo-doutor-da-igreja
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