Após polêmica do ano passado,
eles ainda são mandados para a capital sem saber para onde ir e o que fazer
‘Ao menos
duas vezes por semana, ônibus vindos do Acre têm despachado estrangeiros, sem
qualquer aviso, em São Paulo. Os veículos chegam de madrugada e deixam os
imigrantes, a grande maioria haitianos, na Barra Funda, sem qualquer informação
ou assistência.
Em janeiro,
600 imigrantes chegaram à cidade e foram acolhidos na pastoral Missão Paz e em abrigos
municipais.
O Acre
recebeu R$ 3,385 milhões do governo federal para o custeio da viagem dos
estrangeiros a São Paulo.
Em
contrapartida, o Acre deve garantir que os haitianos só sejam enviados após a
emissão de documentos (CPF, carteira de trabalho e o protocolo de entrada no
Brasil). O Acre deve, ainda, garantir condições dignas de viagem (alimentação e
higiene).
Outra
obrigação é avisar os assistentes sociais da prefeitura sobre o envio dos
estrangeiros, o que passou a ser feito no ano passado após o problema ser
divulgado pela imprensa.
Agora, porém,
o próprio secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão,
admite não mais avisar Estado ou prefeitura ‘São Paulo já sabe disso há muito tempo, não precisa ficar avisando toda
vez. Ninguém nos avisa quando chegam aqui ao Acre. Porque temos que avisar?’
Para o padre
Paolo Parise, responsável pela Missão Paz, é ‘preocupante’ a forma como os
estrangeiros são ‘jogados’ em São Paulo. Segundo ele, os imigrantes não têm
grana para comer na viagem de quatro dias e não são informados onde podem buscar
ajuda na capital.
Visto humanitário
Segundo a
Polícia Federal, 17 mil dos 28,9 mil estrangeiros que entraram no país em 2014
vieram pelo Acre. A maioria são haitianos, que têm direito ao visto humanitário
para ficar no Brasil, por causa do terremoto que devastou o país em 2010.
Para Camila
Assano, coordenadora da Conectas, ONG de proteção aos direitos humanos, a
política do governo federal é ‘um
desastre’, pois não dá a integração adequada e estimula o preconceito.
Sem ajuda
governamental, a Missão Paz gasta R$ 2 milhões por ano para abrigar imigrantes.
‘Estamos no limite. Temos vaga para 110
pessoas, mas sempre acabamos abrigando mais’, afirmou Parise.’
Fonte :
* Artigo na íntegra de http://media.wix.com/ugd/f12d03_1ea5899443054c01a6b36e66bad7b7c9.pdf
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