quarta-feira, 13 de agosto de 2014

São Maximiliano Maria Kolbe, Presbítero e Mártir

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)


Maximiliano Maria Kolbe nasceu na Polônia no dia 8 de janeiro de 1894. Ainda adolescente, ingressou na Ordem dos Frades Menores Conventuais e foi ordenado sacerdote em Roma, no ano de 1918. Animado de filial piedade para com a Virgem Mãe de Deus, fundou uma confraria religiosa com o nome de ‘Milícia de Maria Imaculada’, que se propagou de modo extraordinário tanto em sua pátria como em outras regiões. Chegando ao Japão como missionário, aplicou-se em difundir a fé cristã sob os auspícios e patrocínio da mesma Virgem Imaculada. Finalmente, regressando à Polônia, tendo padecido, por ocasião da guerra que então grassava, terríveis atrocidades no campo de concentração de Auschwitz, distrito de Cracóvia, consumou sua fecunda vida num holocausto de caridade, a 14 de agosto de 1941.


A Liturgia das Horas e a reflexão no dia de São Maximiliano Maria Kolbe,
presbítero e mártir :

Ofício das Leituras

Segunda leitura
Das Cartas de São Maximiliano Maria Kolbe
(O. Joachim Roman Bar, O.F.M. Conv., ed. Wybór Pism,
Warszawa 1973, 41-42;226)     (Séc.XX)

Do zelo apostólico que se deve ter ao procurar
a salvação e santificação das almas
Muito me alegra, caro irmão, o zelo que te inflama na promoção da glória de Deus. Pois observamos com tristeza, em nossos tempos, não só entre os leigos mas também entre os religiosos, a doença quase epidêmica que se chama indiferentismo, que se propaga de várias formas. Ora, como Deus é digno de infinita glória, nosso primeiro e mais importante ideal deve ser, com nossas exíguas forças, lhe darmos o máximo de glória, embora nunca possamos dar quanto de nós, pobres peregrinos, ele merece.

Como a glória de Deus resplandece principalmente na salvação das almas que Cristo remiu com seu próprio sangue, o desejo mais elevado da vida apostólica será procurar a salvação e santificação do maior número possível. E quero brevemente dizer-te qual o melhor caminho para este fim, isto é, para conseguir a glória divina e a santificação de muitas almas. Deus, ciência e sabedoria infinita, sabendo o que, de nossa parte, mais contribui para aumentar sua glória, manifesta-nos a sua vontade sobretudo pelos seus ministros na terra.
 
É a obediência, e ela só, que nos indica a vontade de Deus com evidência. O superior pode errar, mas não é possível que nós, ao seguirmos a obediência, sejamos levados ao erro. Só poderia haver uma exceção se o superior mandasse algo que incluísse – mesmo em grau mínimo – uma violação da lei divina; pois, neste caso, o superior não seria fiel intérprete de Deus.

Só Deus é infinito, sapientíssimo, santíssimo e clementíssimo, Senhor, Criador e Pai nosso, princípio e fim, sabedoria, poder e amor; tudo isso é Deus. Tudo que não seja Deus só vale enquanto se refere a ele, Criador de tudo e Redentor dos homens, último fim de toda a criação. É ele que nos manifesta a sua adorável vontade por meio daqueles que o representam, e nos atrai a si, querendo, deste modo, atrair por nós outras almas, unindo-as a si em amor cada vez mais perfeito.

Vê, irmão, quão grande é, pela misericórdia divina, a dignidade de nossa condição! Pela obediência com que ultrapassamos os limites de nossa pequenez e conformamo-nos à vontade divina, que nos dirige com sua infinita sabedoria e prudência, a fim de agirmos com retidão. Pode-se até dizer que, seguindo assim a vontade de Deus à qual nenhuma criatura pode resistir, nos tornamos mais fortes que tudo.

Esta é a vereda da sabedoria e da prudência, este é o único caminho pelo qual possamos dar a Deus maior glória. Pois, se existisse caminho diferente e mais alto, certamente Cristo no-lo teria manifestado com sua doutrina e exemplo. Ora, a divina Escritura resumiu a sua longa permanência em Nazaré com estas palavras : E era-lhes submisso (Lc 2,51), como nos indicou toda a sua vida ulterior sob o signo da obediência, mostrando que desceu à terra para fazer a vontade do Pai. 

Amemos por isso, irmão, amemos sumamente o amantíssimo Pai celeste, e deste amor seja prova a nossa obediência, exercida em grau supremo quando nos exige o sacrifício da própria vontade. Não conhecemos, para progredir no amor a Deus, livro mais sublime que Jesus Cristo crucificado.

Tudo isso conseguiremos mais facilmente pela Virgem Imaculada, a quem a bondade de Deus confiou os tesouros da sua misericórdia. Pois não há dúvida que a vontade de Maria seja para nós a própria vontade de Deus. E, quando nos dedicamos a ela, tornamo-nos em suas mãos como instrumentos, como ela própria, nas mãos de Deus. Portanto, deixemo-nos dirigir por ela, ser conduzidos por ela, e sejamos calmos e seguros por ela guiados: pois cuidará de nós, tudo proverá e há de socorrer-nos prontamente nas necessidades do corpo e da alma, afastando nossas dificuldades e angústias.


Fonte :
‘In Liturgia das Horas IV’, 1188, 1191
               

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