Maximiliano
Maria Kolbe nasceu na Polônia no dia 8 de janeiro de 1894. Ainda adolescente,
ingressou na Ordem dos Frades Menores Conventuais e foi ordenado sacerdote em
Roma, no ano de 1918. Animado de filial piedade para com a Virgem Mãe de Deus,
fundou uma confraria religiosa com o nome de ‘Milícia de Maria Imaculada’, que
se propagou de modo extraordinário tanto em sua pátria como em outras regiões. Chegando
ao Japão como missionário, aplicou-se em difundir a fé cristã sob os auspícios e
patrocínio da mesma Virgem Imaculada. Finalmente, regressando à Polônia, tendo
padecido, por ocasião da guerra que então grassava, terríveis atrocidades no
campo de concentração de Auschwitz, distrito de Cracóvia, consumou sua fecunda
vida num holocausto de caridade, a 14 de agosto de 1941.
A Liturgia das Horas e a reflexão no dia de São Maximiliano Maria Kolbe,
presbítero e mártir :
Ofício das Leituras
Segunda leitura
Das Cartas
de São Maximiliano Maria Kolbe
(O. Joachim Roman
Bar, O.F.M. Conv., ed. Wybór Pism,
Warszawa 1973, 41-42;226) (Séc.XX)
Do
zelo apostólico que se deve ter ao procurar
a
salvação e santificação das almas
Muito me alegra, caro irmão, o zelo que te inflama na promoção da glória
de Deus. Pois observamos com tristeza, em nossos tempos, não só entre os leigos
mas também entre os religiosos, a doença quase epidêmica que se chama
indiferentismo, que se propaga de várias formas. Ora, como Deus é digno de
infinita glória, nosso primeiro e mais importante ideal deve ser, com nossas
exíguas forças, lhe darmos o máximo de glória, embora nunca possamos dar quanto
de nós, pobres peregrinos, ele merece.
Como a glória de Deus resplandece principalmente na salvação das almas
que Cristo remiu com seu próprio sangue, o desejo mais elevado da vida
apostólica será procurar a salvação e santificação do maior número possível. E
quero brevemente dizer-te qual o melhor caminho para este fim, isto é, para
conseguir a glória divina e a santificação de muitas almas. Deus, ciência e
sabedoria infinita, sabendo o que, de nossa parte, mais contribui para aumentar
sua glória, manifesta-nos a sua vontade sobretudo pelos seus ministros na
terra.
É a obediência, e ela só, que nos indica a vontade de Deus com evidência.
O superior pode errar, mas não é possível que nós, ao seguirmos a obediência,
sejamos levados ao erro. Só poderia haver uma exceção se o superior mandasse
algo que incluísse – mesmo em grau mínimo – uma violação da lei divina; pois,
neste caso, o superior não seria fiel intérprete de Deus.
Só Deus é infinito, sapientíssimo, santíssimo e clementíssimo, Senhor,
Criador e Pai nosso, princípio e fim, sabedoria, poder e amor; tudo isso é Deus.
Tudo que não seja Deus só vale enquanto se refere a ele, Criador de tudo e
Redentor dos homens, último fim de toda a criação. É ele que nos manifesta a
sua adorável vontade por meio daqueles que o representam, e nos atrai a si,
querendo, deste modo, atrair por nós outras almas, unindo-as a si em amor cada
vez mais perfeito.
Vê, irmão, quão grande é, pela misericórdia divina, a dignidade de nossa
condição! Pela obediência com que ultrapassamos os limites de nossa pequenez e
conformamo-nos à vontade divina, que nos dirige com sua infinita sabedoria e
prudência, a fim de agirmos com retidão. Pode-se até dizer que, seguindo assim
a vontade de Deus à qual nenhuma criatura pode resistir, nos tornamos mais
fortes que tudo.
Esta é a vereda da sabedoria e da prudência, este é o único caminho pelo
qual possamos dar a Deus maior glória. Pois, se existisse caminho diferente e
mais alto, certamente Cristo no-lo teria manifestado com sua doutrina e
exemplo. Ora, a divina Escritura resumiu a sua longa permanência em Nazaré com
estas palavras : E era-lhes submisso (Lc 2,51), como nos indicou toda a sua
vida ulterior sob o signo da obediência, mostrando que desceu à terra para
fazer a vontade do Pai.
Amemos por isso, irmão, amemos sumamente o amantíssimo Pai celeste, e
deste amor seja prova a nossa obediência, exercida em grau supremo quando nos
exige o sacrifício da própria vontade. Não conhecemos, para progredir no amor a
Deus, livro mais sublime que Jesus Cristo crucificado.
Tudo isso conseguiremos mais facilmente pela Virgem Imaculada, a quem a
bondade de Deus confiou os tesouros da sua misericórdia. Pois não há dúvida que
a vontade de Maria seja para nós a própria vontade de Deus. E, quando nos
dedicamos a ela, tornamo-nos em suas mãos como instrumentos, como ela própria,
nas mãos de Deus. Portanto, deixemo-nos dirigir por ela, ser conduzidos por
ela, e sejamos calmos e seguros por ela guiados: pois cuidará de nós, tudo
proverá e há de socorrer-nos prontamente nas necessidades do corpo e da alma,
afastando nossas dificuldades e angústias.
Fonte :
‘In
Liturgia das Horas IV’, 1188, 1191
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