sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Santo Estêvão da Hungria

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 

Nasceu na Panônia cerca do ano 969; tendo recebido o batismo, foi coroado rei da Hungria no ano 1000. No governo do seu reino foi justo, pacífico e piedoso, observando com toda a diligência as leis da Igreja e procurando sempre o bem dos súditos. Fundou vários episcopados e auxiliou com o máximo zelo a vida da Igreja. Morreu em Al ba Real (Szekesfehérvar) no ano 1038.


A Liturgia das Horas e a reflexão no dia de Santo Estêvão da Hungria :

Ofício das Leituras

Segunda leitura
Dos Conselhos de Santo Estêvão a seu filho
(Cap. 1.2.10: PL 151,1236-1237, 1242-1244)     (Séc.XI)

Escuta, meu filho, os ensinamento de teu pai
Em primeiro lugar, se deseja honrar a coroa real, recomendo-te, aconselho e exorto, filho muito caro, que guardes a fé católica e apostólica com tanta diligência e cuidado, que te tornes um exemplo para todos os que da parte de Deus te estão sujeitos; e todos os eclesiásticos com razão te denominem o verdadeiro homem da fé cristã, sem a qual, não tenhas dúvida, não te poderás dizer cristão nem filho do Igreja. No palácio real, depois da fé, a Igreja ocupa o segundo lugar, ela que foi plantada por nosso chefe, o Cristo; em seguida, transplantada, solidamente edificada e espalhada pelo universo por seus membros, os apóstolos e santos padres. Embora gerando sempre nova prole, em algum lugar é considerada antiga.

Em nossa monarquia, filho, ela é ainda jovem e recente, por este motivo precisa de protetores mais precavidos e declarados. Não aconteça que por teu desleixo, preguiça e negligência seja destruído e aniquilado o que a divina clemência nos concedeu sem merecimento de nossa parte.

Meu filho muito querido, doçura de meu coração, esperança continuidade de nossa linhagem, rogo-te e ordeno que por tudo e em tudo, firmado na piedade, sejas propício não apenas aos parentes e próximos, ou aos príncipes e aos chefes, ou aos ricos ou vizinhos e povo; mas também aos estrangeiros e a todos que te procuram. Pois a prática da compaixão te leva à máxima felicidade. Sê misericordioso para com os oprimidos, guardando sempre no fundo do coração o exemplo do Senhor : Quero a misericórdia e não o sacrifício (Mt 9,13). Sê paciente com todos, não apenas com os poderosos, mas também com os pequeninos.

Sê, enfim, forte para que a prosperidade não te ensoberbeça ou a adversidade não te abata. Sê também humilde para que Deus te eleve agora e no futuro. Sê, ainda, modesto, e a ninguém castigues ou condenes em excesso. Sê manso para não faltares à justiça. Sê fidalgo, de modo a jamais infligir deliberadamente um ultraje a alguém. Sê casto, para evitares, como aguilhão da morte, todo o mau cheiro da luxúria.

Todas estas coisas ditas acima, reunidas, tecem a coroa real, porque sem ela ninguém consegue reinar aqui nem chegar ao reino eterno.
  

Fonte :
‘In Liturgia das Horas IV’, 1205, 1206

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