Nasceu em Caná. O apóstolo Filipe
conduziu-o a Jesus. Diz uma tradição que depois da Ascensão do Senhor pregou o
Evangelho na Índia e aí recebeu a coroa do martírio.
A Liturgia
das Horas e a reflexão no dia de São Bartolomeu, apóstolo :
Ofício das
Leituras
Segunda leitura
Das Homilias
sobre a Primeira Carta aos Coríntios,
de São João
Crisóstomo, bispo
(Hom. 4,3.4:PG61,34-36) (Séc.IV)
A
fraqueza de Deus é mais forte que os homens
Por meio de homens ignorantes a cruz persuadiu, e mais, persuadiu a terra
inteira. Não falava de coisas sem importância, mas de Deus, da verdadeira
religião, do modo de viver o Evangelho e do futuro juízo. De incultos e
ignorantes fez amigos da sabedoria. Vê como a loucura de Deus é mais sábia que
os homens e a fraqueza, mais forte.
De que modo mais forte? Cobriu toda a terra, cativou a todos por seu
poder. Sucedeu exatamente o contrário do que pretendiam aqueles que tentavam
apagar o nome do Crucificado. Este nome floresceu e cresceu enormemente. Mas
seus inimigos pereceram em ruína total. Sendo vivos, lutando contra o morto,
nada conseguiram. Por isso, quando o grego me chama de morto, mostra-se
totalmente insensato, pois eu, que a seus olhos passo por ignorante, me revelo
mais sábio que os sábios. Ele, tratando-me de fraco, dá provas de ser o mais
fraco. Tudo o que, pela graça de Deus, souberam realizar aqueles publicanos e
pescadores, os filósofos, os reis, numa palavra, todo o mundo perscrutando
inúmeras coisas, nem mesmo puderam imaginar.
Pensando nisto, Paulo dizia : O que
é fraqueza de Deus é mais forte que todos os homens (1Cor 1,25). Com isso
se prova a pregação divina. Quando é que se pensou : doze homens, sem
instrução, morando em lagos, rios e desertos, que se lançam a tão grande
empresa? Quando se pensou que pessoas que talvez nunca houvessem pisado em uma
cidade e, em sua praça pública, atacassem o mundo inteiro? Quem sobre eles
escreveu, mostrou claramente que eles eram medrosos e pusilânimes, sem querer
negar ou esconder os defeitos deles. Ora, este é o maior argumento em favor de
sua veracidade. Que diz então a respeito deles? Que, preso o Cristo depois de
tantos milagres feitos, uns fugiram, o principal deles o negou.
Donde lhes veio que, durante a vida de Cristo, não resistiram à fúria dos
judeus, mas, uma vez ele morto e sepultado – visto que, como dizeis, Cristo não
ressuscitou, nem lhes falou, nem os encorajou – entraram em luta contra o mundo
inteiro? Não teriam dito, ao contrário : ‘Que
é isto? Não pôde salvar-se, vai proteger-nos agora? Ainda vivo, não socorreu a
si mesmo, e morto, nos estenderá a mão? Vivo, não sujeitou povo algum, e nós
iremos convencer o mundo inteiro, só com dizer seu nome? Como não será
insensato não só fazer, mas até pensar tal coisa?’
Por este motivo é evidente que, se não o tivessem visto ressuscitado e
recebido assim a grande prova de seu poder, jamais se teriam lançado em tamanha
aventura.
Fonte :
‘In
Liturgia das Horas IV’, 1223, 1225
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