quinta-feira, 21 de agosto de 2014

São Pio X, Papa

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)


Nasceu na aldeia de Riese, na região de Veneza (Itália), em 1835. Depois de ter desempenhado santamente o ministério sacerdotal, foi sucessivamente bispo de Mântua, patriarca de Veneza, e papa, eleito no ano 1903. Adotou como lema do seu pontificado ‘Restaurar todas as coisas em Cristo’, ideal que de fato orientou a sua ação pontifícia, na simplicidade de espírito, pobreza e fortaleza, dando assim um novo incremento à vida cristã na Igreja. Teve também de combater energicamente contra os erros que nela se infiltravam. Morreu no dia 20 de Agosto de 1914.

A Liturgia das Horas e a reflexão no dia de São Pio X, papa :

Ofício das Leituras

Segunda leitura
Da Constituição Apostólica Divino aflatu, de São Pio X, papa
(AAS3[1911],633-635)     (Séc.XX)

A voz da Igreja que canta suavemente
Compostos por divina inspiração, os salmos colecionados na Sagrada Escritura foram desde os inícios da Igreja empregados, como se sabe, não apenas para alimentar maravilhosamente a piedade dos fiéis que ofereciam sempre a Deus o sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que louvam seu nome (cf. Hb 13,15; Os 14,3); mas também, como já era costume na antiga Lei, para ocupar lugar eminente na sagrada liturgia e no ofício divino. Daí nasceu, na expressão de Basílio, ‘a voz da Igreja ’ e a salmodia. Salmodia que é ‘filha de sua hinodia, que sempre a Igreja canta diante do trono de Deus e do Cordeiro’, como expõe nosso predecessor Urbano VI. Assim a Igreja ensina aos homens particularmente devotados ao culto divino, conforme as palavras de Atanásio, ‘de que modo se deve louvar o Senhor e com que palavras dignamente’ confessá-lo. A este respeito disse muito bem Agostinho : ’Para ser bem louvado pelo homem, Deus mesmo se louvou; e, aceitando louvar-se, deu ao homem encontrar o modo de louvá-lo’.

Além disto, nos salmos há uma maravilhosa força para despertar nos corações o desejo de todas as virtudes. Pois, ‘embora toda a nossa Escritura, tanto a antiga quanto a nova, seja inspirada por Deus e útil para a instrução, como está escrito (cf. 2Tm 3,16), o livro dos salmos porém, semelhante a um paraíso, que contém em si os frutos dos demais livros, produz o canto, e, ainda mais, oferece seus próprios frutos unidos aos dos outros durante a salmodia’. Essas palavras são novamente de Atanásio, que acrescenta: ‘A mim me parece que os salmos são como um espelho para quem salmodia, onde este se contempla a si e os movimentos de seu espírito, e, assim impressionado, os recita’. Também diz Agostinho nas Confissões : ‘Como chorei por causa de teus hinos e cânticos, vivamente comovido pelas suaves palavras do canto de tua Igreja! As palavras fluíam em meus ouvidos e instilava-se a verdade em meu coração, fazendo arder a piedade; corriam-me as lágrimas e sentia-me bem com elas’.

Na verdade, a quem não comovem aquelas frequentes passagens dos salmos onde se canta profundamente a imensa majestade de Deus, a onipotência, a indizível justiça, a bondade ou a clemência e todos os outros infinitos louvores? A quem não inspiram iguais sentimentos as ações de graças pelos benefícios recebidos de Deus, ou as humildes e confiantes preces pelo que se deseja, ou os clamores do arrependimento dos pecados? A quem não inflama a cuidadosamente velada imagem do Cristo Redentor ‘cuja voz ouvia Agostinho em todos os salmos a salmodiar, a gemer, a alegrar-se na esperança ou a suspirar pela realização? ’.


Fonte :
‘In Liturgia das Horas IV’, 1212, 1214
               

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