Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo do Padre Fernando Domingues,
Missionário Comboniano
‘A confiança
em Deus é uma característica típica de quem vive centrado no amor do Coração de
Cristo. É como viver sempre ligados a uma força que é muito maior do que toda a
energia que nós mesmos possamos produzir para motivar o que fazemos e o estilo
de vida que escolhemos para o nosso dia-a-dia.
Na carta
encíclica sobre a qual temos refletido nestes últimos meses, o Papa Francisco
apresenta-nos o testemunho de Cláudio de la Colombière, um dos santos que
experimentou a devoção ao Coração de Jesus e colaborou muito para que ela se
difundisse na Igreja. A sua partilha inspirou muita gente a descobrir a sua fé
de maneira nova (ver DN n.º 126). São Cláudio confessa, a certo ponto : «Meu
Deus, estou tão convencido que velais sobre aqueles que em Vós confiam, e que
nada pode faltar a quem de Vós tudo espera, que resolvi viver o futuro sem
preocupação alguma, e descarregar sobre Vós todas as minhas preocupações [...].
O que nunca perderei é a esperança; conservá-la-ei até ao último instante da
minha vida.»
Este cristão,
que olhava para Cristo através da imagem do seu Sagrado Coração, vivia na
certeza de que Deus cuidava sempre dele, o acompanhava e estava presente não só
nos seus momentos de oração, mas também ao longo de todo o dia, nos trabalhos
que precisava de realizar. Por isso, ele vivia cada momento sentindo-se sempre
acompanhado pela presença amorosa de Deus, e não se preocupava com o seu futuro
pois, fosse ele o que fosse, São Cláudio tinha a certeza de que o amor de Deus
lá estaria para o sustentar e lhe dar toda a energia de que precisasse.
Ele colocava o
seu presente e o futuro inteiramente nas mãos de Deus, sabendo que aquele Amor
que ele contemplava no Coração de Cristo não deixaria desperdiçar nenhum dos
seus esforços para fazer o bem. E quando alguns dos trabalhos que ele fazia
pareciam não dar fruto, ele não se angustiava e nunca perdia a esperança, pois
sabia que tudo ficava naquele depósito seguro que é o Coração de Cristo e, a
partir dali, daria fruto a seu tempo, o tempo de Deus.
Vemos aqui uma atitude
muito parecida com a maneira como o próprio Jesus enfrentava os aparentes
fracassos da sua missão e até mesmo o mistério tremendo da sua morte. Jesus
tinha a certeza de que tudo ficava nas mãos seguras do Pai do Céu e que, a seu
tempo, o bem que ele agora fazia ia produzir frutos abundantes. E foi assim que
do aparente fracasso da sua paixão e morte nasceu «ao terceiro dia» a sua vida
nova na ressurreição, e daí nos veio o Espírito Santo com os seus dons, e daí,
da oferta incondicional da Sua vida, acabou por nascer a Igreja e tudo o que
hoje vivemos nela.
Centrar o nosso
olhar no Coração de Cristo comunica-nos a mesma energia que animava Jesus e
ajuda-nos a confiar sempre n’Ele, na certeza de que todo o bem que vamos
fazendo fica, de algum modo, depositado no seu Coração, como uma semente que o
amor de Deus fará germinar e crescer e dar fruto, a seu tempo.
Podemos viver
confiando no Coração de Cristo e, como São Claúdio, conservar a esperança até
ao fim.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://www.combonianos.pt/alem-mar/opiniao/4/1480/coracao-que-confia-sempre/
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