Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

‘Enquanto os
seus oficiais a cercavam, o próprio Nabucodonosor veio à cidade. Então Joaquim,
rei de Judá, sua mãe, seus conselheiros, seus nobres e seus oficiais se
entregaram; todos se renderam a ele. Conforme o Senhor tinha declarado, ele
retirou todos os tesouros do templo do Senhor e do palácio real, quebrando
todos os utensílios de ouro que Salomão, rei de Israel, fizera para o templo do
Senhor. Levou para o exílio toda Jerusalém : todos os líderes e os homens de
combate, todos os artesãos e artífices. Era um total de dez mil pessoas; só
ficaram os mais pobres. Nabucodonosor levou prisioneiro Joaquim para a
Babilônia. Também levou de Jerusalém para a Babilônia a mãe do rei, suas
mulheres, seus oficiais e os líderes do país. O rei da Babilônia também
deportou para a Babilônia toda a força de sete mil homens de combate, homens
fortes e preparados para a guerra, e mil artífices e artesãos. Segundo
Livro dos Reis, Capítulo 24, versículos de 11 a 16
Uma das páginas
mais tristes da história do Povo de Israel que aparece em diversas narrativas
bíblicas é, sem dúvida alguma, o chamado ‘Cativeiro da Babilônia’. Essa
tragédia será para sempre lembrada como resultado da desobediência do povo para
com a aliança de Deus.
A Babilônia aos
poucos passa a ser vista não apenas como uma potência de importância histórica,
mas desempenha um papel central na narrativa bíblica como símbolo da rebelião
humana contra Deus. No Novo Testamento, a Babilônia assume um significado ainda
mais profundo, representando um sistema mundial que se opõe ao Reino de Deus e
que persegue aos cristãos. A queda de Babilônia passa a ser vista então como a
queda do mal diante de Deus.
Em outras
citações bíblicas, como no capítulo 10 do livro do profeta Isaías, aparece uma
profecia sobre a Assíria, país que conquistou o reino de Israel aproximadamente
entre 725 e 721 a.C. Nos capítulos 13 e 14, Isaías fala sobre a Babilônia,
o país que conquistou Judá aproximadamente entre 600 e 588 a.C.
Potência
política e mundanismo
A antiga
Babilônia é hoje considerada um dos impérios mais ricos e mais mundanos da
história. Originários dos povos amoritas que habitavam a região sul do deserto
árabe, os babilônios criaram uma das civilizações que ocuparam a Mesopotâmia,
região localizada entre os rios Tigre e Eufrates, onde hoje se encontra o
moderno Iraque e parte da Turquia.
Promovendo a
dominação dos acadianos que já ocupavam a região, o povo amorreu realizou um
processo de expansão territorial que anexou várias cidades da Mesopotâmia, até
que em meados do século XVIII a.C., o rei Hamurábi consolidou o Primeiro
Império Babilônico.
Durante o seu
governo centralizador e autoritário, Hamurábi ergueu a cidade de Babilônia, que
se transformou em um dos mais importantes centros urbanos e comerciais da
Antiguidade. Além disso, ele também foi responsável pela compilação de um
importante conjunto de leis talhadas em um monumento de pedra conhecido como o
Código de Hamurábi de onde se originou a tristemente célebre Lei de Talião,
instrumento jurídico que de forma geral determinava a execução de penas que se
igualassem aos prejuízos causados por algum delito, falha ou acidente.
Umas das
maravilhas dos tempos antigos
Apesar de
promover o crescimento e a prosperidade do Império Babilônico, uma série de
revoltas internas somada com a invasão dos cassitas e dos hititas provocaram a
queda e o desparecimento do Primeiro Império Babilônico que foi retalhado em
diferentes reinos menores. O tempo passou e no ano de 1300 a.C., os
assírios, potência militar de então, subjugaram todos os reinos que outrora
formaram o Primeiro Império Babilônico.
Mais tarde, no
século VII a.C., ocorreu, por sua vez, a queda dos assírios devido às invasões
dos caldeus e dos medos, vindos da região onde hoje se situa o moderno Irã.
As invasões
possibilitaram a criação do Segundo Império Babilônico que atingiu o seu apogeu
no governo do rei Nabucodonosor. Durante o seu reinado a civilização babilônica
viveu um tempo de grandes conquistas militares e de execução de diversas obras
públicas. Data dessa época os famosos Jardins Suspensos da Babilônia que
causavam inveja e espanto em todos os que os conheciam e que hoje figuram entre
as principais construções arquitetônicas do Mundo Antigo, sendo considerados
umas das sete maravilhas do tempo antigo.
No governo do
rei Nabucodonosor os hebreus foram escravizados e levados ao cativeiro. Esse
episódio, lembrado como o período do Cativeiro da Babilônia seria cantado nos
salmos e em outras citações bíblicas e nunca mais esquecido. Segundo as
narrativas bíblicas, depois de 50 anos, os hebreus ganharam autorização para
retornarem para suas terras vindo um período de reconstrução com os sacerdotes
Esdras e Neemias.
Após a morte de
Nabucodonosor, os persas invadiram, saquearam e dominaram a Babilônia que nunca
mais se reergueu.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2025-06/curiosidades-biblia-babilonia.html
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