domingo, 2 de novembro de 2025

Economia e vida monástica

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo de Benoît-Joseph Pons


Os mosteiros para uma economia alternativa e sustentável [1]

Princípios da economia monástica

‘Como um grupo de homens ou mulheres que praticam um modo de vida baseado em princípios econômicos opostos aos do modelo atual pode inspirar soluções para os problemas que o mundo de hoje enfrenta? Este é o objetivo da apresentação seguinte.

A vida monástica se baseia em quatro pilares que são a oração, o trabalho, a lectio divina e a vida comunitária. A lectio é a leitura de um texto de natureza espiritual, seguido de uma reflexão pessoal, uma meditação e possivelmente uma oração inspirada por este texto. Os monges geralmente dedicam entre uma e duas horas a esta atividade. A economia monástica é construída em torno destes quatro pilares e se baseia em dois princípios essenciais : a desapropriação e a economia das necessidades. 

A desapropriação

Na Regra de São Bento, a desapropriação se baseia no objetivo de «nada preferir ao amor de Cristo». Ela é expressa de forma prática pelos dois seguintes preceitos :

«Antes de tudo, o vício da propriedade deve ser cortado do mosteiro pela raiz», e «Que tudo seja comum a todos, como está escrito. Que ninguém diga nem tenha a presunção de achar que alguma coisa lhe pertence» (RB 33,6).

A Regra diz também :

«Que ninguém ouse dar ou receber alguma coisa sem a permissão do abade; nem ter nada próprio, nada absolutamente, já que não é lícito ter a seu arbítrio nem o próprio corpo nem a vontade» (RB 33,2-4).

Em outras palavras, o monge não deve possuir nada de próprio, nem bens materiais nem imateriais. Não dispor do corpo conduz à castidade, não dispor da vontade conduz à obediência. Na prática, não possuir os bens que são colocados à sua disposição obriga o monge a tomar o maior cuidado possível com eles. A Regra pede ao celeireiro que «considere todos os objetos e bens do mosteiro como vasos sagrados do altar» (RB 31,10). Também diz :

«Se alguém deixar as coisas do mosteiro sujas ou as tratar com negligência, será repreendido» (RB 32,4).

A desapropriação monástica gera a necessidade de solidariedade e de não competição profissional. Um ofício é um serviço do qual ninguém é o proprietário. É dado pelo abade, de acordo com as habilidades da pessoa e as necessidades do mosteiro. Ele não dá ocasião para nenhum benefício pessoal.

Muitos mosteiros praticam a «colação dos ofícios». A cada três anos, ou sempre que necessário, cada monge remete seu ofício ao abade, que decide se o mantém naquele ofício ou se lhe dá um outro. Não se trata de uma decisão arbitrária; ela é discutida com o Conselho - os monges que ajudam o abade em suas escolhas - e em consulta com as pessoas envolvidas. Mas todo monge sabe que, em algum momento de sua vida, pode ocupar uma posição importante e depois ser-lhe atribuída uma função muito mais modesta. No mosteiro, não se faz uma carreira.

A ideia de não colocar a competição no centro das relações interpessoais é amplamente desenvolvida na Encíclica do Papa Francisco, Fratelli tutti, uma ideia inspirada em São Francisco :

«Francisco recebeu no seu íntimo a verdadeira paz, libertou-se de todo o desejo de domínio sobre os outros, fez-se um dos últimos e procurou viver em harmonia com todos» (FT 4). 

A economia das necessidades

A economia das necessidades é definida no capítulo 34 da Regra, intitulado : «Se todos devem receber igualmente o necessário». Ela se baseia na ideia de um retorno ao tempo idílico dos primeiros cristãos descritos nos Atos dos Apóstolos : «Repartia-se para cada um conforme lhe era necessário» (Atos 4,35; RB 34,1).

Não é uma questão de considerar todas as pessoas como números idênticos. Pelo contrário, cada pessoa é diferente e tem necessidades particulares. A Regra diz :

«Quem precisar de menos dê graças a Deus e não se entristeça; quem precisar de mais, humilhe-se em sua fraqueza e não se orgulhe por causa da misericórdia que obteve» (RB 34,3-5).

A economia das necessidades monásticas é dupla : cada um recebe de acordo com suas necessidades, e cada um contribui de acordo com seus meios. Assim, a cada membro da comunidade não é dada a mesma coisa. Eles recebem o que precisam, de acordo com sua própria situação. Na organização do trabalho dos monges : aquele que é jovem e talentoso oferece tudo o que pode; aquele que é mais velho e com menos possibilidades contribui de acordo com seus meios.

Nas lojas ou oficinas monásticas, o trabalho do monge dá origem a uma remuneração da comunidade. Mas esta remuneração não está ligada ao valor do trabalho realizado. É calculado sobre as necessidades de uma pessoa que trabalha, da mesma forma, quer o trabalho seja básico ou altamente qualificado. 

A economia monástica como uma economia alternativa e sustentável

Estes dois princípios operacionais fazem do mosteiro uma sociedade especial. Não é um conservatório de costumes de outra época, porque é um lugar onde vivemos no presente. Não é um laboratório porque não é um lugar de experimentação social. É o lugar de uma economia alternativa, porque questiona o mundo sobre suas práticas e tenta inspirar soluções para os novos problemas. Aqui, vou limitar-me à questão do trabalho.

O trabalho

No mundo, o trabalho serve para produzir bens e fornecer uma remuneração para a compra de outros bens. Esta é a base para o funcionamento da economia liberal. Esta troca de mercadorias é uma oportunidade para a comunicação entre as pessoas. O trabalho contribui para o estabelecimento de uma hierarquia social e é um elemento de reconhecimento, da parte dos outros e de si mesmo.

Karl Marx define três formas de alienação no trabalho : quando a remuneração representa apenas uma pequena parte do valor dos bens produzidos, quando o trabalho visa apenas a obtenção de um salário, quando o trabalhador não pode realizar uma atividade física e intelectual que seja livre.

No mosteiro, a desapropriação provoca uma completa dissociação entre trabalho e remuneração. Com este modo de operação, as três formas de alienação do trabalho desaparecem : visto que o monge não recebe remuneração, ele não a compara ao valor do que produziu; o trabalho que ele faz não visa principalmente a obtenção de um salário; finalmente, o trabalho monástico é geralmente de tipo artesanal, o que deixa ao trabalhador mais liberdade de ação do que o trabalho em linha de montagem.

Podemos atribuir ao trabalho três finalidades : trabalhar para ganhar a vida, trabalhar para ser reconhecido pelos outros e por si mesmo e, tratando-se de um cristão, trabalhar para participar da obra criadora de Deus.

Trabalhar para ganhar a vida

John Galbraith sublinha um paradoxo :

«A palavra ‘trabalho’ é aplicada simultaneamente àqueles para quem o trabalho é exaustivo, entediante, desagradável e para aqueles que manifestam evidente prazer e não provam nenhuma repulsão nele. ‘Trabalho’ refere-se tanto à obrigação imposta a alguns como à fonte de prestígio e alta remuneração que outros anseiam e desfrutam» [2].

Na economia liberal, a remuneração é definida pelas duas únicas forças reconhecidas, o Mercado e a Lei. É o Mercado que define os valores globalmente; a Lei os regulamenta de forma a limitar abusos : salário-mínimo, remuneração dos estagiários, limitação do horário de trabalho, proibição do trabalho infantil, etc. A Lei é relativamente eficaz na regulamentação dos baixos salários. É totalmente ineficaz no controle de altas rendas.

Os monges de hoje não querem viver de caridade pública, por isso estão cientes da necessidade de trabalhar para apoiar sua comunidade. Mas como o trabalho não proporciona nenhum benefício pessoal, remuneração ou consideração, a natureza do trabalho realizado torna-se menos importante : administrar o economato ou varrer o claustro não são fundamentalmente diferentes. Eles são apenas serviços correspondentes às habilidades do titular e à necessidade da comunidade. Portanto, não há competição por cargos.

 Trabalhar para ser reconhecido

Além do salário, o reconhecimento é uma motivação importante. Mas o valor do salário é, na prática, um elemento deste reconhecimento. A busca pelo reconhecimento no trabalho muitas vezes se traduz na busca pelo poder, seja pela imagem que se dá de si mesmo ou pelos benefícios materiais que se obtém. No mundo, o poder é medido em termos do número de pessoas que se tem sob o seu comando, o número de negócios que se dirige, etc. A imagem que se dá à família e aos amigos é muito importante e pode influenciar muito o comportamento. Cada um obtém um reconhecimento pessoal através do sentimento de ser útil para sua empresa, sua família e sua comunidade.

Ao contrário do que acontece com os salários, o trabalho como meio de realização pessoal é importante para os monges. Aquele que realiza um trabalho útil para a comunidade aprecia o reconhecimento da parte dela, mas se não o consegue, torna-se uma ascese.

Trabalhar para participar da obra criadora de Deus

Na visão cristã, o homem foi criado à imagem de Deus.

«Deus disse : ‘Façamos o homem à nossa imagem e segundo nossa semelhança. Que ele domine sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todos os animais da terra e tudo o que rasteja pela terra’» (Gn 1,26).

O fato de o homem ter sido criado à imagem de Deus lhe confere uma dignidade especial. Esta dignidade não se baseia em seus bens, seu sucesso, sua aparência. A autoridade que lhe é atribuída é à imagem da autoridade de Deus, uma autoridade de amor. A teologia da criação contínua se opõe à ideia de que a criação é apenas a construção de uma enorme máquina que funcionaria por si só. Deus continua a intervir no mundo, e o homem, criado à sua imagem, é chamado a contribuir para esta intervenção.

O homem, criado à imagem de Deus, participa da obra do Criador através de seu trabalho, e continua, na medida de suas possibilidades, a desenvolvê-la e completa-la, progredindo na descoberta dos recursos e valores incluídos em todo o mundo criado.

Assim, o trabalho, especialmente em sua concepção monástica, não é simplesmente utilitário e individualista : ganhar a vida e obter reconhecimento. É realizar uma obra, como entende Hannah Arendt. É uma visão comunitária, porque o que conta é o que se traz para o mundo.

No século XIX, se desenvolveu a expressão «trabalho beneditino», que significa um trabalho longo, que exige muita paciência. É a preocupação com o trabalho bem feito, que está ligada à obrigação de cuidar de todos os bens do mosteiro. O conceito beneditino do trabalho implica em se dedicar ao que é útil. Evitar de se ocupar com zelo e piedade do «nada». Dom Bertrand Rolin explica, com relação ao capítulo 48 da Regra, intitulado «Do trabalho manual quotidiano» :

«O que é importante neste capítulo é que se trata de um trabalho ‘verdadeiro’. E o trabalho ‘verdadeiro’ é aquele ‘a ser feito’, diz a Regra, ou seja, aquele que é útil para a vida da comunidade e para sua ação, qualquer que seja o seu valor segundo os critérios da sociedade» [4]

Com que frequência fazemos coisas que são perfeitamente inúteis, mas que nos fazem parecer bem porque demonstram nossos talentos?

Trabalho e remuneração

Na economia monástica há uma completa desconexão entre trabalho e remuneração, o que não é o caso no mundo. No mosteiro, o abade tem que encontrar uma pessoa para cada trabalho e dar uma função a cada pessoa. Em princípio, não há desemprego. Isto tem duas consequências. A primeira é que a existência de uma função não depende do equilíbrio entre o que ela custa e o que ela beneficia. Mesmo que cultivar uma horta custe mais do que comprar legumes no supermercado, vale a pena considerar o fato de que ela proporciona trabalho para alguém. A segunda é a questão do desemprego e sua indenização. Damos prioridade à redução do desemprego ou à sua indenização? A política tradicional pode sugerir que a luta contra o desemprego é, em certa medida, desviada por uma boa indenização dos desempregados. As ações contra o desemprego muitas vezes parecem ser impulsionadas principalmente pela necessidade de reduzir o custo da indenização. Entretanto, como vimos, o trabalho é certamente uma fonte de renda, mas não a única. Indenizar os desempregados é necessário, mas não é suficiente : é preciso dar-lhes trabalho. É uma questão de dignidade, como expressa pelo Papa Francisco em Fratelli tutti.

Conclusão sobre o trabalho

O conceito monástico de trabalho não se aplica apenas aos monges. Ele inspira os oblatos, esses leigos que, ligados a uma comunidade, procuram viver a Regra no mundo. Ele se baseia em um ensino derivado da tradição, mas também em uma adaptação ao mundo atual. Os monges não hesitam em utilizar máquinas ultra modernas em suas oficinas. Esse conceito pretende inspirar o mundo a progredir, inspirar a todos, cristãos ou não cristãos, de maneiras diferentes.

Gostaria de enfatizar a ideia de que o trabalho não deve ser apenas uma fonte de renda. O trabalho deve ser um elemento de desenvolvimento pessoal. E este desenvolvimento pessoal inclui ser útil para a comunidade. Para um trabalhador de base, é necessário que ele seja capaz de se orgulhar daquilo que faz. Para alguém com responsabilidades hierárquicas, é necessário que ele organize o trabalho de seus colaboradores para que possam florescer naquilo que fazem. Para os políticos e as administrações, não é somente preciso indenizar o desempregado, mas reduzir o desemprego.

Por outro lado, o trabalho deve dar à pessoa uma vida digna. Os movimentos do Comércio equitativo ou dos AMAP [5] trabalham em prol deste objetivo.

O trabalho não deve ser um lugar de competição, mas um lugar de cooperação.

Finalmente, trabalhar mais para ganhar mais, consumir mais não é uma abordagem responsável, a partir do momento que se obtenha as necessidades. Isto levanta a questão do lugar do crescimento em nossas análises econômicas. Levanta também a questão da publicidade. Um aspecto moderno da clausura monástica consiste em se preservar dos incentivos ao consumo, em particular limitando o acesso à Internet. A publicidade não é ruim em si mesma, mas seu uso deve ser controlado.

 A recepção da Encíclica Laudato si’ nos mosteiros

A publicação pelo Papa Francisco da Encíclica Laudato si’ provocou uma onda de entusiasmo nos círculos ecologistas, mesmo não-cristãos. Eles encontraram nela uma confirmação de seu discurso, passando voluntariamente os pontos que os perturbavam, como a defesa da vida. Paradoxalmente, nos círculos monásticos, a Encíclica demorou a se impor, enquanto que os documentos do magistério são geralmente recebidos aí muito favoravelmente. Para tentar entender este paradoxo, apresento uma hipótese : enquanto os militantes ecologistas viram na Encíclica uma verdadeira revolução na doutrina social da Igreja, os monges inicialmente a viram como uma nova expressão do que eles vivem diariamente desde as origens.

A vida monástica é uma vida de oração, essencialmente comunitária, baseada no canto dos salmos. O saltério contém 150 salmos; os monges normalmente os cantam em sua totalidade a cada semana. Vários autores trabalharam sobre a ecologia nos salmos. Alguns falam de salmos ecológicos, outros de salmos da natureza ou salmos da criação. Cinquenta e um salmos se enquadram em pelo menos uma dessas três categorias; em outras palavras, uma parte significativa do saltério é ecológica. Portanto, um monge, a menos que esteja cantando sem levar em conta o que está cantando, é necessariamente um ecologista, talvez sem conhecê-lo ou reconhecê-lo.

Após algum tempo de maturação, muitos mosteiros adotaram Laudato si’, quando descobriram que se tratava de uma brilhante formulação daquilo que eles tentam viver e que isso os ajudava a progredir.

A principal contribuição da economia monástica para a questão ecológica é a «sobriedade feliz». Esta é uma expressão desenvolvida por Pierre Rabhi [6], mas que, de certa forma, é parte integrante da espiritualidade monástica desde suas origens. Para Pierre Rabhi, os recursos do planeta são limitados. Os recursos fósseis não são renováveis e a capacidade da biosfera de absorver a poluição é limitada.

A noção de limite é constitutiva da fé cristã, já em Gênesis Deus diz : «Podes comer de todas as árvores do jardim, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás» (Gn 2,16-17). Esta noção de limite se opõe à ideia de que a tecnociência dará ao homem um poder ilimitado sobre seu ambiente. Em Laudato si’ o Papa Francisco afirma que o desenvolvimento tecnológico é bom, mas somente na condição de que seja «acompanhado por um desenvolvimento do ser humano em responsabilidade, em valores, em consciência».

Pierre Rabhi afirma que o crescimento econômico é irrealista e absurdo : é um modelo que traz a morte. É necessário, portanto, estabelecer uma política de civilização baseada na sobriedade. Devemos satisfazer nossas necessidades vitais com os meios mais simples e saudáveis. Laudato si’ diz a mesma coisa quando fala sobre a necessidade de conversão dos corações. Em linguagem cristã, a sobriedade feliz de Pierre Rabhi se resume no respeito pela criação e na preocupação pelas gerações futuras, às quais devemos deixar um ambiente habitável.

Mas a sobriedade feliz monástica difere da sobriedade feliz ecologista. Enquanto os ecologistas a baseiam principalmente na proteção dos recursos naturais e do meio ambiente, os monges a baseiam também em um aspecto social : consumir o supérfluo significa privar os outros do necessário. Na visão de um ecologista, devemos trabalhar menos para destruir menos recursos. Isto é um decrescimento. Em uma visão monástica, é menos uma questão de trabalhar para produzir mais do que para satisfazer as próprias necessidades ou as da própria comunidade, porque é preciso ser capaz de compartilhar com aqueles que não têm os meios para produzir tudo o que precisam.

Conclusão

Nesta breve apresentação da economia monástica como economia alternativa e sustentável, identificamos alguns aspectos que podem inspirar o mundo. O valor do trabalho como meio de desenvolvimento pessoal, o dano potencial da concorrência nas relações econômicas, a busca do consumo como fonte de felicidade. Isto leva ao valor da ideia de sobriedade feliz, que deve ser considerada não apenas em seu aspecto ambiental, mas também em seu aspecto social. Como uma extensão desta proposta, a questão da desigualdade social deve ser abordada. A vida monástica nos permite evitar a armadilha de um desequilíbrio insuportável. A economia das necessidades questiona fortemente a implementação do princípio de igualdade.

A palavra «pax» é o lema beneditino. São Bento a apresenta como um bem que devemos procurar avidamente. É a palavra que melhor resume a harmonia, característica da existência do monge. No prólogo da Regra, São Bento nos pede para buscar a paz e persegui-la incessantemente; esta busca da paz está associada à busca de Deus, como dois objetivos que se fundem um no outro. A economia monástica, baseada na desapropriação, e a economia das necessidades, à qual se acrescenta a não competição e a sobriedade feliz, oferecem os meios para obter esta paz. E é a paz que torna a organização sustentável.’


[1] Benoît-Joseph Pons é um engenheiro agrícola francês. Ele começou sua carreira na indústria como pesquisador em microbiologia de alimentos. Tornou-se, depois, gerente de empresa na indústria química farmacêutica. É Mestre em Teologia e Doutor em Economia pela Faculdade de Ciências Sociais e Econômicas do Institut Catholique de Paris. Atualmente, ele é pesquisador junto da Cátedra Jean Bastaire da Université Catholique de Lyon. Em 2018, lançou o livro : ‘L'économie monastique. Une économie alternative pour notre temps’.

[2] Regra de São Bento (RB) 31, 1.

[3] John GALBRAITH, Les mensonges de l’économie – Vérité pour notre temps, Paris, Bernard Grasset, 2004, p. 34.

[4] Dom Bertrand ROLLIN, Vivre aujourd’hui la Règle de saint Benoît – Un commentaire de la Règle, Bégrolles en Mauge, Bellefontaine, coll. Vie monastique n° 16, 1983, p. 54.

[5] AMAP (Association pour le maintien d'une agriculture paysanne) destina-se a promover a agricultura camponesa e orgânica, que luta para sobreviver diante da agroindústria. O intuito é criar um vínculo direto entre os agricultores e os consumidores, que se comprometem a comprar os produtos destes últimos a um preço justo e pagando antecipadamente. [Nota do editor]

[6] Pierre Rabhi (1938-2021), agricultor, ensaísta e conferencista francês de origem argelina, é considerado um dos pioneiros da agroecologia, que visa regenerar o ambiente natural, excluindo pesticidas e fertilizantes químicos. Seus numerosos livros obtiveram grande sucesso. Ele cofundou o movimento cidadão Colibris, que convida às ações locais tais como jardins compartilhados, fazendas pedagógicas e ainda os circuitos de aprovisionamento curtos. Ele também é controverso por seus métodos não científicos, por suas ligações com a filosofia esotérica desenvolvida por Rudolf Steiner nos anos 20 (antroposofia), e por suas relações com os chefes de grandes grupos industriais. [Nota do editor]


Fonte : *Artigo na íntegra

https://www.aimintl.org/pt/communication/report/122