Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós
perdoamos a quem nos tem ofendido’ é uma frase da oração do Pai-Nosso, que se
encontra em Mateus 6,12. A frase significa que a oferta de perdão de Deus está
relacionada com a vontade de perdoar os outros. Para os cristãos, perdoar os
outros não é uma opção, mas um mandamento : ‘Se, pois, ao trazeres ao altar a
tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa
perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e,
então, voltando, faze a tua oferta’ (Mt 5,23.24).
O perdão brota do amor de Deus e a necessidade de
perdoar vem do amor dele e não do merecimento humano.
A falta de perdão e uma prisão 
Quem não perdoa está preso. A falta de perdão tem
sido forte motivo de paralisia espiritual, imaturidade emocional e
desenvolvimento de doenças físicas e emocionais. Existem pessoas que ficam
presas no cativeiro da falta de perdão, sendo atormentadas em suas vidas
durante anos.
Muita gente tem sofrido com a falta de perdão.
Outro dia, ouvi alguém dizendo que ressentimento é o mesmo que você tomar
diariamente um pouco de veneno, esperando que quem o magoou venha a morrer. A
falta de perdão produz dano maior em quem está ferido do que naquele que
feriu. 
A ausência do perdão está diretamente ligada à
saúde física, mental e emocional. A Sociedade de Cardiologia de São Paulo
recentemente levantou essa questão, apresentando uma pesquisa com 65 pacientes
sem histórico de doença cardiovascular e 65 que infartaram. Foi mostrado que existe
uma relação entre não perdoar e a ocorrência de infarto agudo do miocárdio.
Foram dois quesitos, ‘quebra de confiança’ e ‘rejeição/desprezo’. No primeiro,
a maioria, 65% dos que tiveram infarto não estavam dispostos a perdoar. Esse
número foi de 35% no outro grupo. No segundo quesito, 54% dos que infartaram
perdoariam, já entre os que não tiveram infarto o percentual subia para
72%. 
Carregar consigo ressentimentos e dores que as
relações humanas nos expõem pode gerar um peso paralisador.
A partir das últimas décadas, as pesquisas sobre o
perdão e seu impacto na saúde das pessoas vêm se ampliando; há, inclusive,
relação entre os ressentimentos e o aparecimento de doenças físicas e mentais.
As amarguras e a presença do rancor podem gerar efeitos psicossomáticos no
corpo, traduzindo essas dores emocionais em patologias como depressão,
ansiedade, gastrite nervosa, hipertensão, obesidade, entre outras.
Por meio do perdão é possível deixar para trás a
dor e o ressentimento provocados por uma mágoa. É uma maneira de se libertar da
lembrança de um acontecimento ruim para que ela não afete mais a sua vida. O
perdão é necessário para muitos processos de cura de traumas e desapego do
passado.
Que a falta de perdão pode provocar?
Amargura, tristeza, raiva e baixa autoestima. Com o
tempo, você pode passar a deixar ressentidas todas as pessoas à sua volta e não
apenas quem lhe causou mal.
Problemas de saúde mental como ansiedade e
depressão.
O medo, a amargura, os conflitos internos e o
ressentimento podem dificultar a manutenção de relacionamentos saudáveis.
Apego ao passado. 
Resiliência 
Aprender a perdoar ajuda a desenvolver a resiliência. Essa competência
emocional está relacionada à capacidade de passar por situações estressantes
sem sucumbir a seus efeitos negativos.
Quando não sabe lidar com uma adversidade, a pessoa
resiliente procura ferramentas para ajudá-la a passar por isso, como, por
exemplo, a psicoterapia. 
Empatia
O ato de
perdoar também desenvolve a empatia, a competência emocional que envolve a
compreensão das perspectivas e emoções do outro. Quando você se dispõe a
perdoar alguém, precisa se colocar no lugar dessa pessoa primeiro.
Como praticar o perdão?
Praticar o perdão envolve uma série de passos que,
muitas vezes, são desconfortáveis. Dependendo da situação, pode ser muito
doloroso revisitar lembranças e tentar encontrar razões para perdoar quem lhe
causou mal. Acima de tudo, tenha compaixão por você ao iniciar essa jornada.’
Fonte : *Artigo na íntegra
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