Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Neste mês de outubro celebramos Nossa Senhora
Aparecida, padroeira do Brasil. Há mais de 300 anos a pequenina imagem,
encontrada no Rio Paraíba, é sinal de que ‘Deus ofereceu ao Brasil a sua
própria Mãe’. Mas, ‘em Aparecida, Deus deu também uma lição sobre Si mesmo,
sobre o seu modo de ser e agir. Uma lição sobre a humildade que pertence a Deus
como traço essencial e que está no DNA de Deus. Há algo de perene para aprender
sobre Deus e sobre a Igreja, em Aparecida; um ensinamento, que nem a Igreja no
Brasil nem o próprio Brasil devem esquecer’ (PAPA FRANCISCO. Discurso no
encontro com o Episcopado brasileiro. Rio de Janeiro, 27 de julho de
2013).
Essas palavras de Papa Francisco expressam o
sentido de uma relação de devoção que vai além de religiosidade. Ela manifesta
o sentido de nossa própria vocação como discípulos missionários de Jesus
Cristo. Nosso modo de ser e de agir é iluminado por essa manifestação de Deus,
inspirada em toda manifestação divina na história da humanidade. Sim, Deus vem
ao encontro dos homens e das mulheres, reúne e conduz com seu Espírito Santo,
formando os corações na vivência das virtudes, especialmente na humildade, como
seu Filho ensinou e se colocou como modelo : ‘aprendei de mim porque sou manso
e humildade de coração’ (Mt 11,29). A devoção à Nossa Senhora Aparecida é
um patrimônio da religiosidade popular, está enraizado em nosso povo. Ao olhar
para a pequenina imagem de nossa Padroeira, somos chamados a nos deixar
envolver pela ternura divina pois, o encontro da imagem de nossa Mãe do Céu é
para nós um impulso à missão, alicerçada no discipulado do seu Filho, manso e
humilde de coração.
A devoção à Nossa Senhora Aparecida leva-nos a
contemplar a beleza e o significado do Santuário Nacional de Aparecida, em São
Paulo, lugar de peregrinação dos fiéis católicos, lá, encontramos a casa da Mãe
de cada brasileiro. Todos os anos milhares de peregrinos acodem ao Santuário
para honrar aquela que viveu o discipulado missionário como humildade e
confiança na ação amorosa de nosso Deus. De lá, vem para todos nós o grande
apelo da Igreja : todos os discípulos missionários reunidos sob o manto da Mãe
do Céu morena, para juntos caminharmos anunciando a boa nova de Jesus
Cristo.
Que a nossa devoção à Nossa Senhora Aparecida nos
lembre que a Mãe de Jesus é exemplo de mulher que se põe a caminho, que tem uma
fé profética e que esteve sempre cheia de compaixão. São virtudes presentes na
Virgem de Nazaré que nós, como seguidores de seu Filho somos chamados a
experimentar e vivenciar. Que aprendamos a seguir Jesus do mesmo modo.
Lembremo-nos : somos uma Igreja disposta a caminhar juntos, anunciando a obra
de Deus e sua presença constante na vida dos homens e das mulheres, e parte da
obra de Deus se realiza em nossa vida de discípulos missionários quando damos
testemunho de compaixão. A sinodalidade que somos chamados a deixar que dê o
toque em nossas atividades e em nossa compreensão das realidades de nossa
Igreja, deve sempre fazer de nós testemunhas do evangelho da graça e da ternura
divinas, destinadas a envolver todos os homens e mulheres. Que o exemplo da
Padroeira do Brasil, Mãe Aparecida, seja seguido por todos!’
Fonte : *Artigo na íntegra
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