Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
Maria, mãe de Jesus | Reprodução
*Artigo do Padre Geovane Saraiva,
jornalista, colunista e pároco
de Santo Afonso de Fortaleza, CE
‘A afirmação de Santo Agostinho ‘Meu coração está
inquieto, Senhor, enquanto não repousar em ti’ requer uma fé causadora de
entusiasmo, energia, agrado, serenidade, tranquilidade e paz. Agora, com o
início do Advento, que se convença pelo olhar de Maria, ela como primogênita da
Cruz redentora, a primeira que de todo o coração, com todo o seu ser, abraçou a
Cruz de seu Filho, do modo mais completo e elevado, aprendendo, evidentemente,
com ela : ‘Maria, nossa mãe, ajude-nos a conhecer sempre melhor a voz de Jesus
e a segui-la, para andar no caminho da vida!’ (Papa Francisco).
A fé, no seu sentido mais profundo e mais rico, é o
abandono total das pessoas em Deus, na entrega do seu destino, no misterioso
destino de Deus. Maria é presença singular neste Advento, na sua ação salvífica
e reconciliadora, em quem Deus encontrou abrigo e se expandiu, na sua sublime e
esplendorosa liberdade, num não a todo e qualquer obstáculo. Ela, Maria de
Nazaré, é distanciada das imperfeições, sem nenhum equívoco, lacuna ou falha,
como na sua profética palavra : ‘Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim
segundo a tua palavra’ (cf. Lc 1, 38). Antevemos o reinado de Cristo pelo amor,
sendo Ele a nossa verdadeira e duradoura paz.
Como Maria, que se possa dizer com ânimo e força: ‘Feliz
o homem que encontrou a sabedoria e encarnou o entendimento, porque a sabedoria
vale mais do que a prata e dá mais lucro do que o ouro’ (Sab 3, 1). Essa
sabedoria é capaz de se afastar do pecado original. A doutrina cristã pretende
explicar a origem da imperfeição humana, do sofrimento e da existência do mal
através da queda da criatura humana, no pecado de Adão. Que não nos esqueçamos
jamais da nossa humana peregrinação terrestre, a de que de Deus viemos, para
Deus existimos e também para Deus devemos voltar.
Cabe aos seres humanos se voltarem para o pecado
original, na incapacidade de, com as próprias forças, manifestar sinais do
amor, ao perceber seu próprio fechamento, aquele das pessoas sobre si mesmas,
na impossibilidade, sobretudo, de se constatar um relacionamento adequadamente
com os três grandes eixos, sobre os quais incide e recai a existência humana:
convívio com o mundo, com o outro e com Deus. Em Maria, porém, o ontem e o
amanhã são o eterno hoje, em previsão da obra redentora de Jesus Cristo.
Pelo mesmo olhar de Maria, que se compreenda que todos
nascem, envolvidos pelo pecado do mundo, sendo humanamente trágico seu destino.
Mas a peregrinação humana pela fé quer nos assegurar: ‘Quem crê em mim, jamais
terá sede; quem crê em mim, jamais terá fome; quem crê em mim, passou da morte
para a vida’. A fé é o maior tesouro para a criatura humana, como na palavra de
Jesus à samaritana: ‘Se conhecesses o dom de Deus...(Jo 4, 10s). Convença-se de
não prevalecer seu ‘não’ à vida, convicto de que sem fé a vida humana perde seu
encanto.’
Fonte : *Artigo na íntegra
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