Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
Holodomor é
o nome dado à fome que foi provocada no território da Ucrânia de 1932 a 1933
pela antiga URSS (União das Repúblicas Soviéticas Socialistas), que causou
várias milhões de mortes. O termo deriva da expressão ucraniana moryty holodom,
combinando as palavras ucranianas holod (fome, carestia) e moryty, (matar de
fome, esgotar), e a combinação das duas palavras visa destacar a intenção de
provocar a morte pela fome.
‘O Parlamento Europeu reconheceu nesta quinta-feira,
15, como genocídio o Holodomor, a fome na Ucrânia causada pela União Soviética
há 90 anos, que resultou na morte de vários milhões de pessoas.
‘Felicito
o Parlamento Europeu pelo reconhecimento do Holodomor como um genocídio do povo
ucraniano’, escreveu o presidente ucraniano Volodymyr Zelesnky no Twitter após
o anúncio da decisão da União Europeia. ‘Estou grato à presidente Roberta
Metsola’, escreveu ele no tweet, ‘aos eurodeputados e a toda a Europa unida por
esta importante e justa decisão’, ‘espero um ulterior reconhecimento do
Holodomor como um genocídio por parte de todos os países civilizados do mundo’.
Num
texto votado quase por unanimidade (507 votos a favor, 12 votos contra e 17
abstenções), os eurodeputados reunidos em Estrasburgo consideram que o
Holodomor (extermínio pela fome, em ucraniano) foi cometido ‘pelo regime
soviético com a intenção de destruir um grupo de pessoas impondo
deliberadamente condições de vida que conduzem inexoravelmente à sua
aniquilação física’.
‘Os
atuais crimes russos na Ucrânia são uma reminiscência do passado’, insistiu em
um comunicado de imprensa o Parlamento Europeu, que na quarta-feira em
Estrasburgo entregou seu Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento ao povo
ucraniano, que luta contra a invasão da Rússia.
Os
parlamentares pedem a ‘todos os países e organizações’ que também reconheçam
esta fome como genocídio diante de um ‘regime russo que manipula a memória
histórica para sua própria sobrevivência’.
Na
Audiência Geral de 23 de novembro, ao rezar pela paz no mundo e pelo fim de
todos os conflitos, o Papa Francisco havia recordado o aniversário ‘do terrível
genocídio do Holodomor, o extermínio pela fome em 1932-33 causado
artificialmente por Stalin. Rezemos pelas vítimas deste genocídio e rezemos por
tantos ucranianos, crianças, mulheres e idosos, crianças, que hoje sofrem o
martírio da agressão.’
Chamada
de ‘o celeiro da Europa’ pela fertilidade de seus solos negros, a Ucrânia
perdeu de quatro a oito milhões de habitantes na grande fome de 1932-1933, em
um cenário de coletivização de terras, orquestrada segundo historiadores por
Stalin para reprimir qualquer nacionalista e separatista desejo neste país,
então uma república soviética.
A
Ucrânia faz campanha há anos para que o Holodomor seja oficialmente reconhecido
como genocídio, um conceito cunhado durante a Segunda Guerra Mundial.
A
Rússia nega categoricamente tal classificação, argumentando que a grande fome
que assolou a União Soviética no início dos anos 1930 causou não apenas vítimas
ucranianas, mas também russas, cazaques, alemães do Volga e membros de outros
povos.
A
Alemanha, que em novembro também reconheceu o Holodomor como genocídio, foi
acusada por Moscou de ‘demonizar’ a Rússia.’
Fonte : *Artigo na íntegra
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