Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
jornalista, colunista e pároco
de Santo Afonso de Fortaleza, CE
‘O Natal cristão de verdade, sim, no Menino Jesus que
vamos encontrar na manjedoura, na mensagem que percorre o mundo, aquele que o
infinito imutável e irrevogável nos manifestou em Jesus de Nazaré, que desceu
do céu, que, segundo Afonso Maria de Ligório, ‘desceu das estrelas’. Ele quer
de nós a sua centralidade, num visível e favorável ambiente, com as marcas da
simplicidade, da modéstia e do comedimento, no amor ao próximo, começando com o
mais próximo.
Que
o Natal, verdadeiramente cristão, encontre eco em nós, não deixando espaço para
aquela profética palavra de João Batista na sua pregação : ‘raça de víboras’
(cf. Mt 3, 7ss). Lugar, sim, para que o anúncio, incômodo e provocador de João
Batista, deixe clara a necessidade de contrariar a realidade contraditória
vivenciada por ele, na acolhida do seu clamor, naquilo que causa enorme
prejuízo à íntegra mensagem por ele proclamada, dizendo não à indiferença.
Notória
é a necessidade de um cristianismo longe da indiferença, que tanto mal fez e
continua fazendo, mas um cristianismo com Cristo; repetindo: ele no centro,
porque a ‘vida eterna que estava no Pai se manifestou’ na comunidade dos
batizados, na disposição de preparar o caminho do Senhor. Nosso tempo, mais do
que nunca, requer dos corações encascalhados, pelas ilusórias vantagens do
mundo, que se neutralizem a insensibilidade e a indiferença, na confiança de um
‘Deus que é luz e nele não há vestígio de trevas’ (1 Jo 1, 1-5).
No
mistério da encarnação, temos resposta infinitamente maior e superior a
qualquer indagação que se possa ser sugerida pelas criaturas humanas. Deus
mesmo, pelo Filho, mergulha na nossa vida finita, passageira e relativa;
mergulha na nossa miséria. Pensemos, pois, no Deus que, sendo infinito e
absoluto, sofre junto conosco e com toda a humanidade, num amor ilimitado. É a
redenção em nosso meio, como diz São João : ‘De tal modo Deus amou o mundo,
que, por ele, entregou seu Filho único’ (Jo 3, 16).’
Fonte : *Artigo na íntegra
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