quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Emergência: mais de 149 milhões de crianças sofrem pelas guerras

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
Crianças afegãs refugiadas  (AFP or licensors)

*Artigo da Vatican News


Segundo a informação da Save the Children, em 2022 mais de 149 milhões de crianças em todo o mundo precisaram de assistência humanitária por causa da guerras e das crises climáticas e econômicas, 26 milhões a mais do que no ano passado. De uma análise realizada pela Organização sobre as sete principais emergências que afetaram crianças durante 2022, o Afeganistão e a República Democrática do Congo (RDC) encabeçaram a lista dos países com o maior número de crianças necessitadas de ajuda.

Sete emergências no mundo

Este aumento de 26 milhões é a consequência de um ano complexo no qual a tempestade perfeita criada por novos e prolongados conflitos, a crise climática, a fome e a crise econômica causaram sofrimento a milhões de crianças em todo o mundo. De acordo com a análise da Save the Children, o Afeganistão que está no topo da lista tem a previsão de 14 milhões de crianças necessitadas até o final de 2022. É seguido de perto pela República Democrática do Congo, onde a estimativa é de 13,9 milhões. Apesar de ser o país com o maior número de pessoas necessitadas em 2022, a resposta humanitária da RDC recebeu menos da metade do financiamento estipulado pelas Nações Unidas. Países como Etiópia, Iêmen e Paquistão também estão na lista das sete emergências da Save the Children nos quais há o maior número de crianças que necessitam de serviços essenciais, como alimentação, água potável, abrigo e apoio psicossocial e de saúde mental.

Violência e impunidade

Atualmente o número de conflitos no mundo inteiro é o maior desde o final da Segunda Guerra Mundial e todos têm um impacto devastador na vida das crianças. Durante uma guerra, as crianças ficam muito mais propensos a morrer por causa de ferimentos causados por explosão do que os adultos. As crianças que vivem em áreas de conflito em países como Etiópia, Afeganistão, República Democrática do Congo e Iêmen também estão expostas às contínuas violações dos direitos humanos. Em muitas áreas, continua havendo uma falta de controle real sobre as violações contra crianças, resultando em impunidade frequente para os perpetradores.

Crise climática

A crise climática também levou a catástrofes naturais mais frequentes e mais graves. Este ano, os desastres relacionados ao clima tiveram um impacto devastador sobre as crianças, desde inundações extremas no Paquistão até secas que levaram à grave escassez de alimentos em países como Etiópia, Somália e regiões vizinhas, e, como a organização aponta, pela primeira vez em décadas, os desastres relacionados ao clima contribuíram para aumentar a fome e a desnutrição entre as crianças em todo o mundo.

Falta financiamento

Para agravar a situação estão as dificuldades enfrentadas pelas Organizações humanitárias em todo o mundo para chegar aos que necessitam de ajuda. Falta financiamento, o acesso às áreas afetadas é dificultado pelo contexto restritivo e pelas limitações impostas pelas normas antiterroristas e pelas sanções. Save the Children pede aos governos ação imediata e que intensifiquem a diplomacia para acabar com estas crises, facilitando ao mesmo tempo a assistência humanitária para os que mais precisam.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://www.vaticannews.va/pt/mundo/news/2022-12/save-the-children-emergencia-2022-criancas-guerra.html


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