terça-feira, 29 de novembro de 2022

Arcebispo Nassar: que o Advento ilumine o "calvário silencioso" do povo sírio

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo da Vatican News


‘Um ‘calvário sem fim’ que já dura há 12 anos e ‘mergulhou no silêncio’ o povo sírio, que há muito tempo grita de dor pelos sofrimentos que suporta por causa da guerra, seguida de uma crise econômica e de saúde desencadeada pela ‘bomba da pobreza’.

É o que denuncia o arcebispo maronita de Damasco, capital da Síria, dom Samir Nassar, em um testemunho enviado à AsiaNews por ocasião do Advento. ‘Um silêncio - continua o prelado - que fala muito do sofrimento no coração das pessoas’ esquecidas pela comunidade internacional, enquanto no país do Oriente Médio persistem focos de conflito e a perspectiva de uma invasão por terra pelo exército turco, com mais um fardo de dor, morte e destruição.

‘Colocando-nos à escuta deste silêncio - escreve o arcebispo - é possível ler nos rostos tristes e cansados das pessoas as razões para este desânimo’. O olhar ‘melancólico’ tomou o lugar da alegria de viver e ‘mostra todo o peso do sofrimento ligado a uma crise sem fim’.

Indiferença da comunidade mundial que ‘esqueceu a Síria’

O olhar ‘preocupado’ reflete ‘as muitas carências’ que afligem a vida diária, tais como ‘a falta de combustível, eletricidade, pão cotidiano, medicamentos, gás, diesel e daqueles que são forçados a ficar em filas de espera dias inteiros’ para obter os gêneros de necessidades básicas.

E novamente o ‘olhar incerto’ para um ‘futuro perdido’ por causa do bloqueio, das sanções e da indiferença da comunidade mundial que ‘esqueceu a Síria’. Preocupação ‘pela dispersão das famílias para os quatro cantos da terra’, pela diáspora dos cristãos e pelas contínuas migrações ‘mesmo que isso às vezes signifique morrer nas estradas do êxodo’.

Por fim, ‘a angústia’ causada pelo ‘colapso da moeda local, a inflação e o consequente aumento dos preços, a falta de trabalho e o desemprego crescente, a pobreza e os muitos sofrimentos que parecem não ter um fim previsível’.

‘Riscos catastróficos’ em vista do inverno

Enquanto isso, o Escritório para Assuntos Humanitários da ONU e o coordenador regional da ONU para as crises Muannad Hadi falam de ‘riscos catastróficos’ em vista do inverno, com temperaturas rígidas, neve e chuvas torrenciais, enquanto o plano de apoio permanece à espera.

‘Até hoje, alertam os especialistas da ONU, foram alcançados apenas 42% dos fundos necessários e ainda há muito a ser feito para aliviar o sofrimento de seis milhões de pessoas em risco.’

Entre os mais afetados estão os deslocados, os idosos, os doentes e as crianças com doenças graves, um total de seis milhões de pessoas, 2,5 milhões das quais estão no noroeste. Atualmente, a maioria da população não pode arcar com itens essenciais, como roupas quentes ou aquecimento, incluindo aqueles que vivem nos centros de acolhimento.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://www.vaticannews.va/pt/mundo/news/2022-11/siria-arcebispo-nassar-advento-calvario-silencioso-relatorio-ONU.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário