Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Um ‘calvário sem fim’ que já dura há 12 anos e ‘mergulhou
no silêncio’ o povo sírio, que há muito tempo grita de dor pelos sofrimentos
que suporta por causa da guerra, seguida de uma crise econômica e de saúde
desencadeada pela ‘bomba da pobreza’.
É o que denuncia o arcebispo maronita de Damasco,
capital da Síria, dom Samir Nassar, em um testemunho enviado à AsiaNews por
ocasião do Advento. ‘Um silêncio - continua o prelado - que fala muito do sofrimento no
coração das pessoas’ esquecidas pela comunidade internacional, enquanto no país
do Oriente Médio persistem focos de conflito e a perspectiva de uma invasão por
terra pelo exército turco, com mais um fardo de dor, morte e destruição.
‘Colocando-nos à escuta deste silêncio - escreve o
arcebispo - é possível ler nos rostos tristes e cansados das pessoas as razões
para este desânimo’. O olhar ‘melancólico’ tomou o lugar da alegria de viver e ‘mostra
todo o peso do sofrimento ligado a uma crise sem fim’.
Indiferença
da comunidade mundial que ‘esqueceu a Síria’
O olhar ‘preocupado’ reflete ‘as muitas carências’ que
afligem a vida diária, tais como ‘a falta de combustível, eletricidade, pão
cotidiano, medicamentos, gás, diesel e daqueles que são forçados a ficar em
filas de espera dias inteiros’ para obter os gêneros de necessidades básicas.
E novamente o ‘olhar incerto’ para um ‘futuro perdido’
por causa do bloqueio, das sanções e da indiferença da comunidade mundial que ‘esqueceu
a Síria’. Preocupação ‘pela dispersão das famílias para os quatro cantos da
terra’, pela diáspora dos cristãos e pelas contínuas migrações ‘mesmo que isso
às vezes signifique morrer nas estradas do êxodo’.
Por fim, ‘a angústia’ causada pelo ‘colapso da moeda
local, a inflação e o consequente aumento dos preços, a falta de trabalho e o
desemprego crescente, a pobreza e os muitos sofrimentos que parecem não ter um
fim previsível’.
‘Riscos
catastróficos’ em vista do inverno
Enquanto isso, o Escritório para Assuntos Humanitários
da ONU e o coordenador regional da ONU para as crises Muannad Hadi falam de ‘riscos
catastróficos’ em vista do inverno, com temperaturas rígidas, neve e chuvas
torrenciais, enquanto o plano de apoio permanece à espera.
‘Até hoje, alertam os especialistas da ONU, foram
alcançados apenas 42% dos fundos necessários e ainda há muito a ser feito para
aliviar o sofrimento de seis milhões de pessoas em risco.’
Entre os mais afetados estão os deslocados, os idosos,
os doentes e as crianças com doenças graves, um total de seis milhões de
pessoas, 2,5 milhões das quais estão no noroeste. Atualmente, a maioria da
população não pode arcar com itens essenciais, como roupas quentes ou aquecimento,
incluindo aqueles que vivem nos centros de acolhimento.’
Fonte : *Artigo na íntegra
Nenhum comentário:
Postar um comentário