Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
jornalista, colunista e pároco
de Santo Afonso de Fortaleza, CE
‘A oração é essencial,
na sua preciosidade de valor, para o seguidor de Jesus de Nazaré, comparando-se
ao respirar das pessoas e da própria vida. A oração deve ser em vista das
atividades e do dia a dia, recordando-se de todos e levando em conta suas necessidades,
no caso dos irmãos, dos amigos e até dos que não gostam de você. Uma oração
radicalmente solidária deve sempre estar presente na nossa vida, sem jamais
prescindir da realidade contraditória das coisas, da vida e do mundo.
Na
busca do eterno Sol, é sempre muito importante ver a oração, mas que seja
cristalinamente reveladora, pelo nosso direcionamento e evocação a Deus,
evocação esta no sentido de se compreender o clamor da felicidade sem fim, não
apegado e muito menos afeiçoado excessivamente aos bens materiais, que nas suas
vantagens, segundo a lógica do mundo, não passam de ilusões. Favor perceber o
filho mais novo da parábola do Evangelho (Lc 15, 11-32), que, longe do
aconchego do pai, terno e afável, passou por uma angústia tenebrosa e desalentadora,
numa vida quase sem nenhum sentido.
No
retorno, o pai, saindo com pressa, acolhe o filho desgarrado, no mais magnífico
grau de contentamento, revelando que, mesmo rompido e no empinado desespero das
pessoas, encontra-se o amor, infinito e inesgotável, favorecendo-nos, mesmo na
mais insignificante circunstância. Faltando-nos a esperança, na frívola lacuna
das criaturas, o pai “corre” para inundar e preencher a existência humana.
Aqui
um pouco do vivenciado por mim, no Cristo / Sol eterno, ao abrir portas e
janelas da Casa Paroquial de Santo Afonso, na Parquelândia, Fortaleza/CE, vi
que a claridade do Sol passou a entrar. Logo, pensei que, quanto mais tudo for
aberto, mais a luz e o calor farão aquela benfazeja e salutar diferença. Assim
também na oração : quanto mais se fizer a vontade de Deus, mais se permitirá
que seu indizível amor chegue e transforme a vida das pessoas de boa vontade.
Lembre-se
de que o amor insondável e incalculável de Deus, mesmo ele não precisando de
nós, é fecundidade e gratuidade, dom e graça, no que nos assegura a liturgia da
Igreja: “Ainda que nossos louvores não vos sejam necessários, vós nos concedeis
o dom de louvar. Eles nada acrescentam ao que sois, mas nos aproximam de vós”,
num alegre viver : pasmado, na sabedoria da sua eterna realeza / na qual luz se
fez fascínio de beleza / luz a deslumbrar pela sua correnteza / premiado, mas
no encanto de sua riqueza.’
Fonte : *Artigo na íntegra
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