Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
eremita na Diocese de Amparo,
BA
‘A palavra eremita vem do
Latim eremus (= deserto) e designa, originalmente, aquele que
se retirava para o deserto a fim de lá viver entregue a Deus na oração, no
silêncio e na solidão. É considerado o primeiro tipo de vida consagrada
masculina na Igreja. Depois, também mulheres o abraçaram.
Dois tipos
Podemos distinguir, para efeito
de legislação canônica, dois tipos de eremitas: os ligados a uma Associação ou
Instituto reconhecido pela autoridade eclesiástica competente, com sua Regra de
vida própria, e os autônomos, regidos pelo cânon 603 do Código de
Direito Canônico, de 1983.
Os ligados a uma Associação ou
Instituto aprovado pela Igreja vivem de modo isolado, mas emitem seus votos
(ato canônico juridicamente válido) aos superiores da instituição que entraram.
Os chamados autônomos, por não estarem ligados a uma instituição que abriga
esse tipo de vida, fazem seu compromisso (votos ou algo equivalente) nas mãos
do Bispo Diocesano e seguem suas diretrizes. Diga-se que tanto uma como outra
modalidade de eremitismo não deve ser vista como fuga da realidade (o que não
seria sadio), mas, sim, como entrega a Deus em favor dos (as) irmãos(ãs).
Consagrado
O eremita é um consagrado
(monge) que faz a profissão dos chamados conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência ligando-se,
assim, à vida de santidade da Igreja (cf. Lumen Gentium, n. 44).
Em comentário, notamos que
esses três votos clássicos da consagração se opõem aos três obstáculos de
santificação apresentados na Sagrada Escritura. Com efeito, diz São João : ‘O
que há no mundo – a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a
soberba da vida – não vem de Deus’ (1Jo 2,16). Ora, é a essa tríplice
concupiscência que a Igreja oferece seus remédios eficazes : à concupiscência
da carne, o voto de castidade; à concupiscência dos olhos, o voto de pobreza e
à concupiscência da soberba da vida, o voto de obediência.
Estilo de vida
Isso posto, pergunta-se : como
vive um eremita? – Vive na busca de perfeição a que todos os cristãos somos
chamados (cf. Mt 5,48) por meio da oração pública da Igreja –
a Santa Missa e a Liturgia das Horas distribuída nos vários momentos do dia –
bem como da oração particular do fiel : o Rosário, a Meditação
da Sagrada Escritura entre outras tantas formas de preces a Deus em favor dos
necessitados (pobres, idosos, doentes, perseguidos etc.). Busca, ainda, na
caridade, atender aos pedidos de orações ou de conselhos que lhe chega. Também
estuda, trabalha e se exercita na sadia caridade pastoral.
No campo material, sustenta-se,
dentro da simplicidade, com o que a Divina Providência lhe concede pelos frutos
de um trabalho condizente com seu estado de vida e por meio das doações de
todos aqueles que reconhecem nessa modalidade de viver um grande bem para a
Igreja e para a Humanidade inteira. Afinal, a oração é a alma da alma.
É um modelo belo de seguimento
a Cristo mais de perto e está aberto a homens e mulheres de todos os tempos e
lugares.’
Fonte : *Artigo
na íntegra https://pt.aleteia.org/2021/10/03/que-e-um-eremita/
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