Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
orientadora familiar
‘Abandonar
um filho quando ele mais precisa dos pais significa deixá-lo sem atenção e
cuidado, sem o amparo e proteção de que precisa, causando danos talvez
irreparáveis em seu ser.
Alguns
pais recorrem a elaborados mecanismos de justificação, e quanto mais o fazem,
mais endurecem seu coração à verdade de estar cometendo uma ação inumana, pela
qual rejeitam assumir com plenitude o amor ao maior dos dons.
Esta
é a mais vil manifestação do egoísmo e covardia de quem é incapaz do amor
verdadeiramente pessoal.
Muitos
pais jamais abandonariam um filho na porta de uma casa qualquer. Mas existem
muitas formas de abandono que não costumam ser evidentes e que já adquiriram
aceitação em muitas consciências.
Tais
formas de abandono têm uma história em comum: gerar os filhos foi a parte
fácil, mas sua criação, que exige educação com amor de abnegação e sacrifício,
dura muitos anos. E é nesta fase que pode acontecer o maior abandono.
Algumas
formas de abandono :
–
Quando A Sra. e o Sr. Sucesso Profissional não têm tempo pessoal para seu
filho, dada sua importante ‘autorrealização’, já que ‘tempo é
dinheiro’ e não dá para pensar nos outros. Então apelam ao famoso ‘tempo
de qualidade’, enchendo os filhos de presentes, pagando colégios de tempo
integral etc.
–
Quando o tempo dos filhos é dedicado à academia, às reuniões sociais, enquanto
os filhos ficam à mercê da internet, televisão ou babá.
–
Quando se deixa os filhos o final de semana inteiro com os avós, ‘porque
cuidarão bem deles e os amam muito’.
–
Quando se deixa o filho o dia todo com os avós de maneira constante, ‘porque
cuidam bem dele e o amam muito’.
–
Quando se envia o filho adolescente para estudar fora do país durante anos,
para evitar os problemas desta fase, e dando mais prioridade à aprendizagem de
um idioma novo do que ao acompanhamento nesta etapa tão crucial da vida.
–
Quando o filho se torna somente o cartão de visitas dos pais, que condicionam
sua aceitação a que seja um aluno brilhante.
–
Quando os pais se esquecem que a verdadeira educação acontece no ser dos
filhos, e a medem apenas pelos resultados no ter, saber e fazer. Quando se
negam a escutar, compreender e comunicar-se com os filhos, para ajudá-los a
dirigir sua vida com plena liberdade.
–
Quando os pais em conflito usam os filhos como luvas de boxe em suas frequentes
brigas.
–
Quando os pais se divorciam e tratam o tema da guarda dos filhos como se
discutissem pela casa ou pelo carro, sem considerar o grande dano que lhes
causam.
–
Quando os filhos se tornam uma válvula de escape da pressão que os pais sentem
diante das provações da vida, sendo então violentados, humilhados.
–
Quando os pais desconhecem que seu maior valor é saber amar, acolhendo o filho
somente por ele ser quem é, porque é esse amor que estrutura a personalidade do
filho, mediante a identificação e as experiências vividas com seus pais.
Porque,
para bem ou para mal, os pais serão sempre a principal referência da identidade
dos filhos.’
Fonte : *Artigo na íntegra https://pt.aleteia.org/2020/10/25/formas-nao-tao-evidentes-de-abandonar-os-seus-filhos/
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