quarta-feira, 31 de agosto de 2016

A Igreja celebra : São Raimundo Nonato

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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‘Por ter encontrado dificuldades para vir à luz, é invocado como patrono e protetor das parturientes e das parteiras (seu nome significa ‘não nascido’ porque foi extraído vivo das entranhas da mãe já morta).

São Raimundo Nonato nasceu na Espanha, em Portel, na diocese de Solsona (próximo a Barcelona) no ano de 1200. Ainda menino, teve de guardar o gado e, durante seus anos de pastor, visitava constantemente uma ermida de São Nicolau, onde se venerava uma imagem de Nossa Senhora de quem era devotíssimo.

Conta-se que, durante as horas que passava aos pés de Maria, um anjo lhe guardava o rebanho. Desde jovem, Raimundo Nonato percebeu sua inclinação à vida religiosa. Seu pai buscou, sem êxito, impedi-lo de corresponder ao chamado vocacional. Ao entrar para a Ordem de Nossa Senhora das Mercês, pôde receber do fundador : São Pedro Nolasco, o hábito. Assim, tornou-se exemplo de ardor na missão de resgatar das mãos dos mouros, os cristãos feitos escravos.

Certa vez, São Raimundo conseguiu liderar uma missão que libertou 150 cristãos, porém, quando na Argélia acabaram-se os recursos para o salvamento daqueles que corriam o risco de perderem a vida e a fé, o Missionário e Sacerdote Raimundo, entregou-se no lugar de um dos cristãos. Na prisão, Raimundo pregava para os muçulmanos e cristãos, com tanta Unção que começou a convertê-los e desse modo sofreu muito, pois chegaram ao extremo de perfurarem os seus lábios com um ferro quente, fechando-os com um cadeado. Foi mais tarde libertado da prisão e retornou à Espanha.

São Raimundo Nonato, morreu em Cardona no ano de 1240 gravemente doente. Não aguentou atingir Roma onde o Papa Gregório IX queria São Raimundo como Cardeal e conselheiro. O seu corpo foi descansar na mesma ermida de São Nicolau em que orava nos seus anos de pastor.

São Raimundo Nonato, rogai por nós!


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terça-feira, 30 de agosto de 2016

Sede de Deus e solidariedade com os pobres : o legado de Teresa de Calcutá

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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*Artigo de Frei Sinivaldo S. Tavares, OFM,
doutor em Teologia Sistemática
pela Pontificia Università Antonianum, Roma.


‘No próximo dia 04 de setembro, o papa Francisco canonizará Teresa de Calcutá. Anos atrás, por ocasião do 10º aniversário de sua morte, julgou-se oportuno publicar suas cartas espirituais; fato que acabou provocando uma enorme celeuma. O livro Mother Teresa : Come Be My Light (Madre Teresa : Vem, sê minha luz) – publicado pelo Pe. Brian Kolodiejchuk, Missionário da Caridade e postulador da causa de canonização de Madre Teresa – tornou públicas revelações inéditas que trouxe luz nova para se compreender em profundidade Teresa de Calcutá. Estas cartas que, em diversos momentos de sua vida, Madre Teresa escreveu a seus diretores espirituais fazem-nos, de fato, pensar. Elas revelam sua paradoxal experiência de Deus e, portanto, confirmam a singularidade de seu itinerário existencial e espiritual.

Contemporâneos de Madre Teresa, nós seguimos de perto o itinerário da mulher audaciosa que, movida por inspiração divina, deixou tudo para melhor cuidar dos mais pobres entre os pobres. Empanturradas de tantas imagens, nossas cansadas retinas registraram uma em especial : a daquela mulher – rosto marcado por rugas profundas, sorriso largo e pés rachados – que caminha pelas sarjetas de Calcutá cuidando de seus pobres queridos. Acompanhamos ainda de perto tudo o que foi se constituindo em torno dela : a chegada das primeiras companheiras, a expansão do movimento por ela iniciado e, sobretudo, o crescimento vertiginoso de suas atividades de solidariedade e de cuidado para com os mais pobres. Apesar da ampla cobertura que a mídia sempre lhe deu, não poderíamos sequer imaginar o que se passava na intimidade do coração daquela mulher serena e incrivelmente terna.

Somente agora, após a publicação dessas suas cartas-diário, temos notícia da oprimente escuridão que pesava com gravidade sobre ela, a partir de sua nova vida a serviço dos pobres, tornando sobremaneira opaco seu horizonte : ‘Há tanta contradição em minha alma, um profundo anelo de Deus, tão profundo a ponto de fazer mal, um sofrimento contínuo – e com isso o sentimento de não ser querida por Deus, rejeitada, vazia, sem fé, sem amor, sem zelo... o céu não significa nada para mim, parece-me um lugar vazio’.

Essa longa escuridão da alma parece, desde então, não ter mais deixado Madre Teresa senão por breves intervalos de tempo. E como revelam suas cartas espirituais, com o passar do tempo, colocando-se na trincheira aberta pelos grandes místicos da tradição cristã, dentre os quais se destaca São João da Cruz, Madre Teresa não apenas suportou com resignação estas pesadas trevas. Ela aprendeu a amá-las, considerando-as uma graça especial que lhe fora concedida pelo Pai de se solidarizar mais intimamente com o Cristo sofredor que, na cruz, fez a experiência do mais radical abandono. ‘Comecei a amar minha escuridão, porque creio agora que ela é uma parte, uma pequeníssima parte, da escuridão e do sofrimento nos quais Jesus viveu sobre a terra’.

Todavia, o que mais chama a atenção é o fato de Madre Teresa ter conseguido esconder esse seu grande sofrimento interior mesmo daquelas pessoas que lhe eram próximas. Mais que esconder, como ninguém, soube ela transfigurá-lo naquele seu terno e perene sorriso. Esse silêncio de Madre Teresa se converte, portanto, na pérola mais preciosa de sua interminável noite escura. Silêncio esse apenas rompido graças a seus diretores espirituais e ao Cardeal Picachy, que descumpriram a exigência da própria Madre Teresa de destruir todas as suas cartas. ‘Todo o tempo a sorrir, – escreve Madre Teresa – dizem de mim as irmãs e as pessoas. Pensam que o meu íntimo seja repleto de fé, confiança e amor... se somente soubessem como o meu ser alegre é apenas um manto com o qual cubro vazio e miséria!

Madre Teresa parece ciente que a vaidade religiosa é a mais perniciosa de todas. Tornar público esse seu tormento interior poderia se tornar uma maneira insidiosa de chamar a atenção sobre si, sobre sua noite escura, julgando-se no rol das almas seletas que vivenciaram, na tradição dos grandes místicos, essa peculiar experiência religiosa. Talvez, Madre Teresa acolhesse este tormento interior como o espinho na carne do qual nos fala São Paulo : ‘Para que eu não me ensoberbecesse pela grandeza das revelações, foi-me dado um espinho na carne’ (2Cor 12,7). Esta longa noite da alma talvez a tenha preservado de se deixar embevecer pela publicidade em torno dela e pelos imensos holofotes que lhe foram projetados no curso de sua vida. Ao receber o prêmio Nobel pela paz, ela escreve : ‘A dor interior que sinto é tão grande que não experimento nada por toda a publicidade e o falatório das pessoas’.

No entanto, como já tivemos ocasião de assinalar, Madre Teresa abraça esse seu longo tormento interior como caminho privilegiado de solidariedade a Jesus, que assumiu a dor e o sofrimento provocados pelo abandono como expressão de seu amor solidário para conosco. Ela consuma, desse modo, seu discipulado, tornando-se discípula fiel daquele que morreu crucificado, clamando : ‘Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?’ (Mc 15,34; Mt 27,46). Compreende-se assim a peculiar mística vivida por Madre Teresa e suas companheiras : compartilhar o grito ‘Tenho sede’ de Jesus sobre a cruz. ‘Se a pena e o sofrimento, minha escuridão e separação de ti te dá uma gota de consolo, meu Jesus, faz de mim aquilo que queres... Imprime em minha alma e na vida o sofrimento do teu coração... Quero saciar a tua sede com cada gota individual de sangue que podes encontrar em mim. Não te preocupes em voltar logo: estou pronta para esperar-te por toda a eternidade’.

Esse silêncio de Madre Teresa faz pensar. Ninguém jamais duvidou da extrema solidariedade que ela logrou para com os mais pobres entre os pobres. O que não imaginávamos é que ela também tivesse vivido uma inusitada solidariedade com tantos que experimentam de maneira angustiante e dolorosa o silêncio de Deus. São, de fato, cada vez mais numerosos os que hoje em dia não fazem do próprio ateísmo uma bandeira de reivindicação ou um motivo de alarde. Vivem na pele a angústia existencial da perda do sentido e, a seu modo, atravessam a noite escura do espírito.

Existe de fato o ateísmo de protesto que se caracteriza pela recusa de Deus. Mas também existe o ateísmo de quem se sente – ao menos assim lhe parece – recusado por Deus. Este é precisamente o ateísmo dos místicos que, como Madre Teresa, atravessam longas noites do espírito, sentindo-se rejeitados por Deus. Não seria também esta a experiência de Jesus que, na cruz, sente-se a-teu, vale dizer, sem Deus? E que vive este extremo abandono como uma experiência singularmente solidária e, portanto, redentora? Escreve Madre Teresa : ‘Dizem que a pena eterna que sofrem as almas no inferno é a perda de Deus... Em minha alma eu experimento precisamente esta terrível pena da condenação, de Deus que não me quer, de Deus que não é Deus, de Deus que na realidade não existe. Jesus, peço-te, perdoa a minha blasfêmia’.

Mas, ao mesmo tempo, Madre Teresa manifesta uma consciência ímpar : sua participação na obra redentora de Cristo que assume o abandono da cruz como experiência de solidariedade com todos os pecadores e distantes de Deus ‘Quero viver neste mundo tão distante de Deus e que virou as costas à luz de Jesus, para ajudar as pessoas, tomando sobre mim algo do seu sofrimento’. Toda mística verdadeira pressupõe esta dilacerante experiência do ateísmo, vivido como distância de Deus. Não existe outra maneira de se cultivar a presença de Deus do que se exercitar no desejo de tal proximidade por entre os escombros angustiantes de sua distância e ausência.

Os místicos vivem, portanto, numa proximidade inusitada com aqueles que sofrem na pele a angústia do abandono de Deus. Ambos experimentam de maneira singular a vertigem de lançar-se no fundo. É quanto exprime Madre Teresa, em uma de suas cartas a seu pai espiritual : ‘Estive a ponto de dizer Não... Sinto-me como se algo um dia ou outro devesse despedaçar-se em mim. [...] Ora por mim, para que eu não recuse Deus nesta hora. Não o quero, mas temo poder fazê-lo’.

A partir do conteúdo de suas cartas espirituais, Madre Teresa se nos afigura como uma mulher excepcional. Ela transfigurou sua sede de Deus numa incansável busca de solidariedade com Seus filhos e filhas preferidos, os pobres mais pobres. Nela, portanto, não se percebe nenhum ranço de separação, e muito menos de contraposição, entre pobreza material e pobreza espiritual. Ela nos recorda que somente um despojamento interior vivido na mais profunda radicalidade é capaz de propiciar uma solidariedade efetiva para com os pobres e desvalidos deste mundo. E nos ensina ainda que é no cuidado solidário para com os mais pobres que se aguça a sede de Deus e que se intensifica o desejo Dele.

E assim fazendo, ela se nos revela como uma mulher profundamente solidária com os homens e as mulheres de seu tempo. Encontramo-nos, na verdade, divididos entres aqueles que vivem a angústia da crise de sentido e aqueles que se sentem anestesiados pelo ‘excesso de crença’. Talvez o maior legado de Madre Teresa consista no testemunho de uma intrínseca reciprocidade entre desejo de Deus e solidariedade efetiva para com suas criaturas mais frágeis. Diante deste testemunho de singular experiência humana e espiritual, cabe-nos, afinal, a pergunta: por que insistir em reduzir os santos e santas a meros dispensadores de benefícios e graças, ou a personagens que estão aí apenas para nos dar bom exemplo?’


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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Falsas seguranças

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

A vida vale e recompensa por si mesma quando se usam os talentos para o serviço ao semelhante.
*Artigo de Dom José Alberto Moure,
Arcebispo de Montes Claros, MG


‘Diz o livro do Eclesiastes : ‘Tudo é vaidade... um homem que trabalhou com inteligência, competência e sucesso vê-se obrigado a deixar tudo em herança a outro que em nada colaborou’ (Eclesiastes 1,2.21). O que diríamos mais ainda de quem rouba, aproveitando-se de cargos públicos, acumula fortunas em imóveis, jóias, dinheiro até em bancos de outros países! Muitos não pensam que vão morrer. No mínimo, quem tem altivez de caráter, gostaria de ser lembrado como gente do bem, de ética, de moral, de honestidade e de trabalho intenso pelo bem comum, sem lesar o público, principalmente o mais carente. Até os herdeiros de fortuna e qualquer dinheiro desonesto deveriam ter a grandeza moral de restituir o que sabe desse legado podre. A justiça deveria fazer o sequestro do dinheiro roubado.

A formação do caráter para o respeito ao outro e ao que lhe pertence deveria ser regra de ouro das famílias, das escolas e dos meios de comunicação. O rito dos processos judiciários deveria dar sim, o direito de defesa, mas com limites. Atualmente os recursos são quase infinitos. Quem sofre injustiça é ainda mais injustiçado com a demora do veredicto judicial.

Dentro da realidade dos extremos de riqueza e pobreza, em que uns têm demais e grandes parcelas têm de menos, é muito importante a formação para o cultivo da simplicidade. Isso exige vida menos luxuosa de elites, que quase não pagam impostos em comparação com os assalariados. A hipoteca social da riqueza deveria incluir a exigência de mais tributos por parte de quem recebe muito em relação à maioria.  Abusos de salários e aposentadorias de determinados grupos privilegiados de vários poderes gritam por justiça.

Quem assume a vida com valores transcendentes deveria olhar para o objetivo da mesma. Em agradecimento ao Criador pelo dom da vida e pelas oportunidades de realizar o bem da comunidade, tais pessoas poderiam contribuir mais com uma convivência de promoção real da inclusão social dos mais fragilizados. A recompensa virá, não somente de Deus na eternidade, mas também já na terra, com sua respeitabilidade e reconhecimento de seu bom exemplo. A vida vale e recompensa por si mesma quando se usam os talentos para o serviço ao semelhante.

Nada é mais seguro na vida do que realizar o bem ao outro por causa daquele que nos criou para isso. As seguranças terrenas são importantes, mas não são objetivo de vida. São instrumentos a serem bem usados. Distorcidos, corrompem o coração, a mente e o convívio social. Assim são as coisas materiais, os prazeres e o poder. Tudo tem seus valores e suas normas objetivas. Se as normas forem apenas o desejo pessoal e os instintos, ficamos no chão da vida sem olhar para o objetivo mais elevado. A natureza criada por Deus já o revela. O que dirá o Filho de Deus (Cf. Colossenses 3,1-2)! Ele não tinha nem onde reclinar a cabeça. Deu tudo de si, mostrando que a vida vale para darmos vida de sentido aos outros!

Jesus lembra que a ganância não realiza a pessoa humana. A felicidade não está na abundância de bens. Ele narra a estória de um homem que fez grande armazenamento do que colheu da plantação, pensando que ia ter vida cômoda por muitos anos. Mas, de repente, morreu e não usufruiu do que acumulou (Cf. Lucas 12,13-21). Quem mais tem coisas e exagerado bem estar materiais, em geral não se contenta com o que tem. Muitos não têm paz na vida, preocupados em administrar suas riquezas materiais. Outros têm pouco e são felizes por realizarem o bem. É justo ter o necessário para se viver dignamente e fazer o bem, mesmo tendo bastante, para servir a comunidade. Os bens sem hipoteca social são ilusão e vaidade inútil.’


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sábado, 27 de agosto de 2016

Mãe que chorava

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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*Artigo de Dom Fernando Arêas Rifan,
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney


‘Dois santos admiráveis celebramos nessa semana : Santa Mônica (dia 27) e Santo Agostinho (dia 28), do século IV.

Aurélio Agostinho nasceu em Tagaste, na Região de Cartago, na África, filho de Patrício, pagão, e Mônica, cristã fervorosa. Segundo narra ele próprio, Agostinho bebeu o amor de Jesus com o leite de sua mãe. Infelizmente, porém, como acontece muitas vezes, a influência do pai fez com que se retardasse o seu batismo, que ele acabou não recebendo na infância nem na juventude. Estudou literatura, filosofia, gramática e retórica, das quais foi professor. Afastou-se dos ensinamentos da mãe e, por causa de más companhias, entregou-se aos vícios. Cometeu maldades, viveu no pecado durante sua juventude, teve uma amante e um filho, e, pior, caiu na heresia gnóstica dos maniqueus, para os quais trabalhou na tradução de livros.

Sua mãe, Santa Mônica, rezava e chorava por ele todos os dias. ‘Fica tranquila’, disse-lhe certa vez um bispo, ‘é impossível que pereça um filho de tantas lágrimas!’ E foi sua oração e suas lágrimas que conseguiram a volta para Deus desse filho querido transviado.

Agostinho dizia-se um apaixonado pela verdade, que, de tanto buscar, acabou reencontrando na Igreja Católica : ‘ó beleza, sempre antiga e sempre nova, quão tarde eu te amei!’ ; ‘fizestes-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração está inquieto, enquanto não descansa em Vós!’ : são frases comoventes escritas por ele nas suas célebres ‘Confissões’, onde relata a sua vida de pecador arrependido. Transferiu-se com sua mãe para Milão, na Itália. Dotado de inteligência admirável, a retórica, da qual era professor, o fez se aproximar de Santo Ambrósio, Bispo de Milão, também mestre nessa disciplina. Levado pela mãe a ouvir os célebres sermões do santo bispo e nutrido com a leitura da Sagrada Escritura e da vida dos santos, Agostinho converteu-se realmente, recebeu o Batismo aos 33 anos e dedicou-se a uma vida de estudos e oração. Ordenado sacerdote e bispo, além de pastor dedicado e zeloso, foi intelectual brilhantíssimo, dos maiores gênios já produzidos em dois mil anos da História da Igreja. Escreveu numerosas obras de filosofia, teologia e espiritualidade, que ainda exercem enorme influência. Foi, por isso, proclamado Doutor da Igreja. De Santo Agostinho, disse o Papa Leão XIII : ‘É um gênio vigoroso que, dominando todas as ciências humanas e divinas, combateu todos os erros de seu tempo’. Sua vida demonstra o poder da graça de Deus que vence o pecado e sempre, como Pai, espera a volta do filho pródigo.

Sua mãe, Santa Mônica, é o exemplo da mulher forte, de oração poderosa, que rezou a vida toda pela conversão do seu filho, o que conseguiu de maneira admirável. Exemplo para todas as mães que, mesmo tendo ensinado o bom caminho aos seus filhos, os vêm desviados nas sendas do mal. A oração e as lágrimas de uma mãe são eficazes diante de Deus. E a vida de Santo Agostinho é uma lição para nunca desesperarmos da conversão de ninguém, por mais pecador que seja, e para sempre estarmos sinceramente à procura da verdade e do bem.’


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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

A providência divina em São João Crisóstomo

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 A Providência divina fez todas as coisas seja para os seres irracionais, seja para os seres racionais.
*Artigo de Dom Vital Corbellini,
Bispo de Marabá, PA


‘São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, final dos séculos IV e início do V, escreveu uma obra importante sobre a Providência divina. Ele a via como graça de Deus e missão humana na objetividade das coisas. Deus é conhecido através de seus atributos sendo um deles, a Providência para com todas as criaturas, visíveis e invisíveis, pequenas e grandes, mas sobretudo para com o homem e a mulher.


1. Deus fez as coisas para o ser humano

Deus fez todas as coisas para o ser humano tornando-as bonitas, grandes, variegadas, ricas, adaptadas às necessidades, úteis e sob todos os aspectos benéficas, aptas a sustentar o corpo, conduzir à alma à sabedoria e ao conhecimento de Deus. Pela gratuidade das coisas é possível perceber o conhecimento do Criador.

Deus embelezou o céu não somente com astros, mas também com o sol e a lua ocasionando para todos grande prazer e enorme utilidade. Os astros não apenas marcam a duração da totalidade dos anos e das estações mas indicam a cada noite, a hora e o curso do tempo. Da mesma forma como os astros, as fases da lua dizem respeito às indicações exatas e fidedignas.


2. A Providência preparou bem as coisas

O Bispo de Constantinopla falou a respeito das criaturas visíveis que são o sol e a lua. Se a primeira (o sol) é capaz de regular as horas do dia, já a segunda (a lua) estabelece as da noite, prestando outros serviços pois suaviza a temperatura e produz orvalho para as sementes germinarem na terra. Sendo inferior ao sol, a lua é muito superior aos astros por ocupar lugar intermédio entre o esplendor do sol e a dos astros.

A providência preparou as coisas com sabedoria criativa porque em toda a parte produz enorme variedade. Simultaneamente manifesta seu poder peculiar de operar grandes maravilhas, cuidar do proveito dos que consideram indescritíveis vantagens e além disso é aprazível.

Como a pessoa não admiraria o levante do sol depois da aurora, que instantaneamente ilumina com seus raios toda a terra, o mar, montanhas, bosques e colinas, o céu inteiro despojando as coisas visíveis do manto noturno? Como não perceber a sua beleza florescente e seu brilho? Na realidade ele traz proveito às sementes, às plantas, ao corpo das pessoas, e a todos os seres do universo visível.


3. A providência e o ser humano

São João Crisóstomo falou do beneficiado de todas essas coisas que é o ser humano. Os ventos refrescam os nossos corpos fatigados, purificam a terra da contaminação da lama e o ar poluído da fumaça, pelo fogo e por outras exalações, atenuam o calor dos raios solares, nutrem e fazem germinar as sementes. O bispo tem presente também a noite, percebendo nela a grande providência do Criador. Ela faz repousar o nosso corpo cansado; relaxa e distende os membros tensos pelos esforços diurnos e restitui-lhes, pelo repouso, vigor pleno.


4. O bem da Providência divina

A Providência divina fez bem todas as coisas seja para os seres irracionais, seja para os seres racionais no caso as pessoas, o homem e a mulher. Deus fez tudo bem à realização humana. João enumera as artes, os ofícios, as cidades, as aldeias, o sono, a morte, a vida, o crescimento e tantos fenômenos naturais e este mundo tão grande destinado à vida futura. São Paulo exprime-se dessa forma : a criação também será libertada da escravidão da corrupção, para entrar na liberdade da glória dos filhos de Deus (Rm 8,21).

João Crisóstomo convida o ser humano a adorar o Senhor por ter-nos dado uma alma espiritual e racional, de nos ter feito criaturas suas com amor, de nos ter entregado a realeza sobre as coisas visíveis. Sem ter necessidade de nosso serviço, deu-nos o ser. Foi unicamente por amor que nos chamou à existência e tudo isso, Ele o fez por nossa causa.


5. A Providência divina, Encarnação e a Salvação

O Bispo de Constantinopla falou da encarnação do Verbo de Deus. Ele tornou-se um de nós, menos o pecado. Ele conviveu com os seres humanos, operou milagres, fez promessas e as cumpriu. Passou no mundo fazendo o bem. Foi pregado na cruz, a fim de suprimir a tirania do pecado humano, quebrar os laços da morte, abrir-nos as portas do céu.

Cristo Jesus ressuscitou dos mortos, voltou para o Pai, e como tinha dito, pediu ao Pai que enviasse o Espírito Santo sobre os apóstolos. Este veio para renovar as pessoas e as criaturas. Compreendamos dessa forma que a Providência divina continua agindo pela missão das Pessoas divinas e pela boa vontade das pessoas em acolhê-las tornando o mundo conforme o plano original da criação na harmonia e no amor. Deus conta conosco nessa obra da redenção para que vivamos bem na paz e no amor neste mundo e um dia na eternidade.’


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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Validade das riquezas

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

É fundamental ser rico aos olhos de Deus, porque isso significa ter verdadeira vida.
 *Artigo de Dom Paulo Mendes Peixoto,
Arcebispo de Uberaba, MG


‘Primeiro, temos que entender que tipo de riqueza queremos abordar. Pode ser material, espiritual, as virtudes naturais, as adquiridas, as da natureza, e muitas outras. Penso no ‘ser rico para Deus’. O Evangelho fala que ‘onde está teu tesouro, aí estará teu coração’, mas é uma riqueza que passa e não proporciona total felicidade, pois a riqueza deve ser duradoura e para sempre.

A verdadeira riqueza é aquela que dá sentido pleno para a vida. Para muitos, a saúde é uma grande riqueza, muito mais do que ter muitos bens materiais. Para outros, é rico quem tem a presença do amor de Deus, tem fé e confia na providência divina. As riquezas do mundo não conseguem satisfazer plenamente todos os vazios do coração humano, porque não têm a plenitude sobrenatural.

É fundamental ser rico aos olhos de Deus, porque isso significa ter verdadeira vida, que não depende do poder aquisitivo material. Um pobre, em relação ao ter, pode ser mais feliz do que um farto de bens materiais, porque quanto mais tem, mais quer ter e nunca se satisfaz com o que tem. Perdendo a dimensão espiritual do ter, a vida fica vazia de sentido e o coração nunca satisfeito.

Ganhar grande soma na loteria não significa felicidade. Pode ser até motivo de tristeza e de perda da liberdade. Isso pode não constituir valor do Reino, podendo até ‘desgraçar’ a vida da pessoa, tornando-se um rico ‘insensato com as coisas do alto’. Pode impedir o acúmulo de bens duradouros, porque um coração obscurecido pelo dinheiro impede construir tesouros de vida eterna.

Olhando por outra ótica, a riqueza não constitui um mal em si mesmo. Apenas, quando mal administrada, pode desviar a atenção da pessoa de valores mais pontuais na dinâmica da vida. Uma pessoa rica pode fazer um bem muito grande, principalmente quando coloca sua riqueza a serviço do bem social, partilha criando bancos de emprego para tirar outras pessoas de situações desumanas.

A nossa verdadeira riqueza é Jesus Cristo, escondido na intimidade das pessoas e na prática de seus atos. Ela supera interesses próprios e usa critérios de compreensão da precariedade dos ‘tesouros’ do mundo. O amor é mais forte do que todos os bens materiais, porque é capaz de criar relacionamentos e construir convivência sadia e fraterna entre as pessoas.’


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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Salmo da Reconciliação

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 

Meu coração é pobre, Senhor. Eu me sinto de barro;
Sou como argila abandonada. Que espera pelas mãos do oleiro.

Põe Senhor, tuas mãos sobre mim
E enche minha vida
Pois sei que és misericordioso
Com quem lhe abre o coração

Tu conheces o íntimo de minha vida.
Aqui estou Senhor, com meu coração aberto
Que não oculta nada diante e teus olhos.

Aqui estou como argila, esperando para ser modelada, por tuas mãos.
Ensina-me Senhor, teu caminho.
Que meus passos te sigam com fidelidade.

Que eu seja instrumento de teu amor para os meus irmãos
E que eu os trate com sou tratado por ti.

Gloria ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Assim como era no princípio, agora e sempre.

Amém.


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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Jerusalém e o mistério Pascal

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

A Eucaristia é sacrifical, sacramento da morte e da ressurreição, porque ela é o corpo de Cristo.
*Artigo de Cardeal Dom Orani João Tempesta, O. Cist.,
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ


‘O texto base do XVII Congresso Eucarístico Nacional está dividido em cinco capítulos. A divisão foi a seguinte : 1 – Jerusalém e o mistério pascal, 2 – Emaús – eles o reconheceram na fração do Pão, 3 – Eucaristia, fonte de comunhão e partilha na Amazônia missionária, 4 – Nazaré – Ele vai à frente, na Galiléia e 5 – Maria, mulher Eucarística.

Quanto o primeiro capitulo : Jerusalém e o mistério Pascal, este por sua vez faz uma explanação geral sobre o significado e a importância de Jerusalém para o contexto Eucarístico e depois fala sobre os nomes da Eucaristia : memória, sacrifício, comunhão, presença real e Eucaristia e iniciação cristã.

A iniciação cristã encontra seu ápice no Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Com efeito, as ações litúrgicas da iniciação vão ordenadas a significar e produzir a união íntima do cristão com Cristo e com a sua missão. A destinação para essa missão, que se recebe no batismo, no qual o batizado fica marcado indelevelmente com o sinal de Cristo, reforça-se na plenitude do Espírito Santo, que nos é dada no sacramento da confirmação. Mas a Eucaristia, ao estabelecer a comunhão entre a pessoa do cristão e o seu Senhor, morto e ressuscitado, coloca-o diretamente no seio da vida divina. A Eucaristia não é só participação na graça, mas na própria fonte da graça.

Comer e beber, atividades naturais do ser humano, conservam e fortalecem a vida e são, ao mesmo tempo, o contato primário com o mundo. A maioria dos povos desenvolveu uma cultura em torno do cear, por meio de comer e beber em conjunto se representa e estabelece comunhão. Também no Antigo Testamento a ceia é um sinal de realizador de comunhão. No atendimento solícito realiza-se a hospitalidade (cf. Gn 18,1-8), tratados de paz e alianças são selados em meio à ceia (cf. Gn 14,18; 26,30; 31,54; Ex 18,12).

Na aliança feita no Sinai o sacrifício está em primeiro plano : Moisés toma a metade do sangue dos bezerros sacrificados e o asperge sobre o altar dos sacrifícios; depois lê o documento da aliança, e o povo concorda com os termos do documento; em seguida, Moisés asperge a outra metade do sangue sobre o povo (cf. Ex 24,8). Desse modo, nessa efetivação da aliança o sacrifício se associa com a ceia. Ambas as coisas unem com Deus : o sangue do sacrifício aspergido sobre o altar e o povo e a ceia dos anciãos, que por essa ocasião puderam ver a Deus.

Toda refeição começa com o louvor no partir do pão e termina com a oração de agradecimento. Isso é associado muitas vezes com a anamnese dos feitos salvíficos de Deus.

A festa do pesah é o memorial central da ação salvífica libertadora de Deus. Ela se desenvolveu a partir de duas festas pré-israelitas : a festa da primavera, os nômades que celebravam a partida para novas pastagens com o abate de um animal pequeno e uma refeição comunitária e, a festa dos pães ázimos, por ocasião da qual eram sacrificadas as primeiras espigas da cevada, seguindo com uma refeição com pão não levedado, cozido com o cereal da nova colheita. Em Israel a festa foi relacionada com o evento do êxodo. Novamente estão interligados ceia, sacrifício e memória.

No Novo Testamento, a comunhão de mesa é o ato simbólico de Jesus, por várias vezes referido nos Evangelhos. Ele é entendido por amigos e inimigos. Para uns é um ato convidativo, para outros é motivo de escândalo e inimizade por causa dos comensais com os quais Jesus se envolve. Com a parábola do pai misericordioso (cf. Lc 15,11-32), Jesus justifica sua comunhão de mesa com os pecadores, e com o convite para o banquete, com a qual termina a parábola, tenta convencer os justos a se alegrarem com o retorno do perdido. No relato da última ceia, por um lado, é ceia de despedida : resumo da vida e, ao mesmo tempo, testamento comprometedor para os discípulos; por outro lado, ela aponta, como todas as comunhões de mesa de Jesus, para o futuro escatológico. A última ceia é, portanto, ceia de despedida em perspectiva escatológica, sinal de esperança em face da ruína.

A Eucaristia é sacrifical, sacramento da morte e da ressurreição, porque ela é o corpo de Cristo, ‘corpo entregue’, ele se torna presente no instante da realização da salvação, corpo entregue e glorificado, a fim de que a Igreja se torne um só corpo com ele na realização da salvação. A Eucaristia é o sacramento da presença de Cristo, e é sacrifical em razão dessa presença. A Eucaristia é o sacramento do sacrifício de Cristo, porque, por ela, Cristo se doa à Igreja em seu único sacrifício, em sua morte e sua ressurreição, nas quais foi eternizado. Ele se doa a ela, a fim de que ela celebre com ele o único sacrifício.

Contudo, a Eucaristia é o corpo de Cristo no ato redentor, dado à Igreja para que se torne aquilo que ela recebe do corpo de Cristo no ato redentor. Assim, salva em Cristo e com ele, ela participa na salvação do mundo.’


Fonte :
* Artigo na íntegra


quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Ações concretas de misericórdia nas Arábias

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo de Padre Olmes Milani,
Missionário Scalabriniano


‘Ao percorrer os caminhos da vida, percebemos que as pessoas têm diferentes formas de celebrar as alegrias e praticar a misericórdia. O ambiente social e cultural, no qual nossos semelhantes estão envolvidos, determina o tipo de misericórdia a ser praticada.

Migrantes, expatriados, refugiados e marítimos, além de terem seus relacionamentos sociais reduzidos, sua vida afetiva sofre com o distanciamento do grupo familiar que fica dividido entre dois ou mais países.

Quem sai de sua terra, vai montar sua tenda em outro país, lado a lado com pessoas que não conhece. Tudo isso induz que o exercício da misericórdia seja de acordo com a vida das pessoas.

As igrejas e templos, nos Emirados Árabes Unidos, têm o privilégio de ser o local de convergência de muitos povos com suas culturas e línguas. É aqui que a misericórdia se expressa, na acolhida fraterna a gentes diferentes. Assim, nos complexos dos templos e igrejas, as pessoas são acolhidas e encontram uma casa longe de sua casa. Talvez isso explique o motivo por que os cristãos são assíduos, na participação das atividades de suas comunidades de fé.

Existe uma categoria de pessoas invisíveis à sociedade e raramente vistas em lugares de culto. São os marítimos que, trabalhando a bordo de navios, transportam 90% das riquezas entre países e regiões do planeta. Se a entrada de um navio num porto parece romântica para quem o observa da praia, certamente não é sentida assim pelos marítimos a bordo. Trabalham longas horas na solidão do mar, longe de seus familiares, em troca de dinheiro para que suas famílias possam viver dignamente, educar os filhos e cuidar de sua saúde.

 Além de levar uma vida sacrificada, a categoria dos marítimos está sujeita a tragédias. Nas rotas de navegação, ao longo da costa leste da África, partes da Ásia e outros continentes, além do medo e da possibilidade real de serem vítimas de sequestradores, muitos deles sofrem sob a irresponsabilidade de armadores e agentes.

Certamente não existe situação pior para os marítimos do que serem abandonados juntamente com os navios, a oito ou dez milhas náuticas da costa, sem receber salário durante dez meses ou mais, sem água e sem comida e com contratos de trabalhos vencidos há meses. A sensação de impotência e abandono, agravada pela solidão compõem o inferno de diversos grupos de tripulantes. Com a gente abandonada no mar, as igrejas manifestam a misericórdia, tentando encontrar os responsáveis com a finalidade de dialogar, visando soluções. Nos casos mais críticos, tentam encontrar algum meio para levar-lhes alimentos, água e créditos para telefone, possibilitando a comunicação com as famílias ou responsáveis pelos navios.

Dignos de misericórdia são também os expatriados ou expatriadas que tiveram o infortúnio de infringir as leis do país e pagam por isso, na solidão das prisões.  Mesmo com dificuldades, os grupos de Pastoral Carcerária levam-lhes amor e esperança. Pelo fato de não terem família, nos Emirados Árabes Unidos, as visitas são sempre bem-vidas.

Adoecer longe de casa, e muitas vezes, com a possibilidade de não rever os familiares em vida, é uma das preocupações tormentosas. Nessas ocasiões não faltam os bons samaritanos que dão seu tempo para sentar com os doentes nos hospitais, levando-lhes carinho, o conforto da fé e a força da esperança.

Tanto nas visitas aos prisioneiros e doentes, a misericórdia se expressa em se fazer irmão ou irmã de quem sofre, longe da família e em terras estrangeiras.

A partir das Sagradas Escrituras, as pregações versam sobre o exercício da misericórdia, convidando a dar testemunho cristão, na sociedade do país, conscientes de que o exemplo é o único meio eficaz de evangelização, numa nação islâmica. As palavras bonitas são, facilmente colocadas no baú de esquecimento, enquanto as obras de misericórdia são lembradas para sempre.

Um pouco de misericórdia torna o mundo menos frio e mais justo’ (Papa Francisco).’


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