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sábado, 20 de maio de 2023

Como aconteceu a Ascensão do Senhor?

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo da Canção Nova


Cantemos à glória de Deus, cantemos ao nosso Rei, porque Ele é Rei de toda a terra (SI 47,6-8). É a ascensão do Senhor o coroamento da Sua Ressurreição; é a entrada oficial naquela glória que cabia ao Ressuscitado. Após as humilhações do Calvário, é a volta ao Pai, já por Ele anunciada no dia da Páscoa : ‘Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus’ (Jo 20,17).

Aos discípulos de Emaús : ‘Não era preciso que o Messias sofresse essas coisas e, que, assim, entrasse em sua glória?’ (Lc 24,26). Esse modo de exprimir-se indica não tanto a volta e as glória futuras, mas imediatas, já presentes, porque, estritamente unidas à Ressurreição, todavia para confirmar os discípulos na fé, era necessário que tal acontecesse de modo visível, como se verificou 40 dias depois da Páscoa

Ascensão do Senhor : quando começa a missão dos discípulos

Aqueles que tinham visto o Senhor morrer na cruz, entre insultos e escárnios, precisavam ser testemunhas da sua suprema exaltação no céu. Referem-se ao fato os evangelistas com muita sobriedade, todavia, suas narrações salientam o poder de Cristo e Sua glória : ‘Foi-me dado todo poder no céu e na terra’, lê-se em Mateus (28,18) e acrescenta Marcos : ‘O Senhor Jesus subiu ao Céu e está assentado à direita de Deus’ (16,19). Lucas, porém, recorda a última grande bênção de Cristo aos apóstolos : ‘Ao abençoá-los, afastou-se deles e ia elevando-se ao céu’ (24,51).

Também, nos últimos sermões de Jesus, resplandece Sua majestade divina. Fala como quem tudo pode e prediz aos discípulos que em seu Nome ‘expulsarão demônios, falarão novas línguas, pegarão em serpentes e, se beberem algum veneno mortífero, não lhes fará mal, imporão as mãos aos doentes e recobrarão a saúde’ (Mc 16, 17-18). Provam os Atos dos Apóstolos a realidade de tudo isso.

A promessa do Espírito Santo

Em seguida, Lucas, tanto na conclusão do seu Evangelho como nos Atos, fala da grande promessa do Espírito Santo que confirma os apóstolos na missão e nos poderes recebidos de Cristo : ‘Eis que enviarei sobre vós o Prometido por meu Pai’ (Lc 24,49), ‘recebereis força com a vinda do Espírito Santo sobre vós, e sereis minhas testemunhas… até aos confins do mundo. Dito isso, elevou-se para o alto, à vista deles, e uma nuvem o ocultou a seus olhos’ (At 1,8-9).

Espetáculo magnífico que deixou os apóstolos atônitos, ‘com o olhar fixo no céu’, até que dois anjos lhes apareceram. E o cristão chamado a participar de todo o mistério de Cristo e, portanto, também de sua glorificação. Ele mesmo o havia dito: ‘vou preparar-vos um lugar. E quando eu tiver ido, voltarei novamente avós e vos tomarei comigo, afim de que onde eu estou estejais também vós’ (Jo 14, 2-3).

Constitui, portanto, a Ascensão grande argumento de esperança para o homem que, no seu peregrinar terreno, sente-se exilado e sofre longe de Deus. A esperança que implorava São Paulo para os Efésios e queria viva em seus corações. ‘O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, ilumine os olhos de vossa inteligência para compreenderdes qual a esperança a que vos chamou’ (Ef 1, 17-18). E onde fundava o apóstolo essa esperança? No grande poder de Deus ‘manifestado em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus, acima de todo Principado e Poder (ou seja, dos anjos) e de qualquer outro nome’ (ibidem, 20-21).

Nasce a Igreja

A glória de Cristo exaltado acima de toda criatura é, no pensamento paulino, a prova do que fará Deus por quem, aderindo a Cristo pela fé e pertencendo a Ele como membro do único Corpo de que é Cabeça, participará de sua sorte. Isso requer Cristianismo autêntico : crer e alimentar firme esperança de que, como hoje o fiel, nas tribulações da vida, participa da morte de Cristo, assim um dia participará da Sua glória eterna.

Os anjos, que no monte da Ascensão dizem aos apóstolos : ‘Esse Jesus, que do meio de vós subiu ao céu, um dia virá do mesmo modo com que o vistes ir para o céu’ (At 1, 11), e os fiéis, que, enquanto aguardam a volta final de Cristo, precisam pôr a mão na obra. Com a Ascensão, termina a missão terrena de Cristo e começa a dos discípulos.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/como-aconteceu-a-ascensao-do-senhor/

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Epifania do Senhor

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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‘Tanto os fiéis de tradição constantinopolitana como os de tradição romana conservaram, para o dia 6 de janeiro, uma festa cristológica muito antiga, a primeira em que se sintetizavam todos os mistérios do Senhor ao manifestar-se ao mundo. Mas quando no século IV, a data do nascimento do Senhor foi colocada no dia 25 de dezembro, por iniciativa romana, e logo em seguida aceita também pelos orientais, o conteúdo da festa do 6 de janeiro se diversificou. Para os católicos latinos o dia 6 de janeiro é o dia da Epifania, a manifestação de Cristo «luz das nações» considerada a partir da vinda dos Reis Magos em Belém. Esse evento, para os cristãos bizantinos, está incluído na comemoração global do dia 25 de dezembro. Ao passo que no dia 6 de janeiro eles celebram a ‘Santa Teofania’ do Deus que se encarnou. É a segunda manifestação do Salvador, no início de sua vida pública, por ocasião do seu batismo no rio Jordão, que se deu num contexto trinitário, em que Deus Pai fez ouvir sua voz e o Espírito Santo apareceu em forma de pomba.
Era um dia em que os catecúmenos recebiam solenemente o batismo, como na Páscoa. Os textos litúrgicos da festa da Teofania resumem bem os mistérios fundamentais da fé cristã : encarnação do Verbo, com muitas alusões ao nascimento, e a unidade de Deus na Trindade.’

Fonte :

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Salmo da Reconciliação

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 

Meu coração é pobre, Senhor. Eu me sinto de barro;
Sou como argila abandonada. Que espera pelas mãos do oleiro.

Põe Senhor, tuas mãos sobre mim
E enche minha vida
Pois sei que és misericordioso
Com quem lhe abre o coração

Tu conheces o íntimo de minha vida.
Aqui estou Senhor, com meu coração aberto
Que não oculta nada diante e teus olhos.

Aqui estou como argila, esperando para ser modelada, por tuas mãos.
Ensina-me Senhor, teu caminho.
Que meus passos te sigam com fidelidade.

Que eu seja instrumento de teu amor para os meus irmãos
E que eu os trate com sou tratado por ti.

Gloria ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Assim como era no princípio, agora e sempre.

Amém.


Fonte :


domingo, 2 de agosto de 2015

Crônica - Caçadores de pérolas

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 *Artigo de Padre Olmes Milani,
Missionário Scalabriniano


‘Amigas e amigos da Rádio Vaticano, é com desejos de paz e felicidade que os saúdo de Dubai, a pérola do Golfo Pérsico.

Com certeza, ao ouvir a palavra pérola, muitos lembram o trecho do Evangelho de Mateus, 13,45-46, no qual nos é apresentado o negociante à procura de pérolas preciosas. Desde a antiguidade, as pérolas atraiam as pessoas pela sua beleza e a possibilidade de lucros vultosos para quem se dedicava ao seu comércio.   

O Golfo Pérsico, com suas águas rasas, leito arenoso com gramíneas marinhas é o viveiro ideal para a formação de pérolas da melhor qualidade e as conhecidas pérolas do Oriente Médio.

A pérola, designada também como margarida, é um material orgânico duro e geralmente esférico, produzido por alguns moluscos, especialmente as ostras. A formação da pérola sucede quando um grão de areia ou um verme penetra a concha da ostra que, para auto proteger-se, emite camadas contínuas de uma substância chamada nácar ou madrepérola. Esta substância envolve o elemento intruso milhares de vezes. Finalmente, em três anos, mais ou menos, a pérola na ostra se revela pronta e polida. É tão misteriosa e maravilhosa que para muitos parece um milagre da natureza.

O hábitat das ostras que produzem as cobiçadas pérolas, porém, era de difícil acesso até há um século atrás. Catadores dessas joias, a bordo de barcos, chegando ao lugar designado, com uma corda ao redor da cintura, uma bolsa de couro presa no pescoço, uma pedra numa das pernas e um clipe nasal, mergulhavam até o leito do mar, tentando recolher a maior quantidade possível de ostras.

De volta ao barco depois de dois minutos, a bolsa do mergulhador era esvaziada e as conchas abertas, na esperança de que as pérolas saltassem aos olhos. Apesar da grande quantidade de conchas, poucas continham as desejadas pérolas. Mas, como cada mergulhador visitava o fundo do mar até 30 vezes num dia, a quantidade de pérolas era considerável. Isso permitiu que em Dubai houvesse riqueza e bem estar.

 Contudo, dias sombrios viriam pela frente. O comércio das pérolas floresceu até o tempo em que os ingleses, protetores dos reinos do Golfo, impuseram que a captação seria feita pelos súditos dos xeques com técnicas locais e o comércio seria feito pela Índia.  O isolamento imposto pelos britânicos e a proibição de introduzir novas técnicas foram desastrosas para as economias do Golfo.

Os problemas não pararam por aqui. A recessão econômica de 1929 e a invenção do cultivo artificial de pérolas, por parte dos japoneses, provocaram a extinção das atividades relacionadas com as pérolas, em Dubai.

Eliminada a fonte de riqueza, a população passou fome, viveu na miséria e toda espécie de carências de 1930 a 1940. A única alegria de seus habitantes eram as nuvens de gafanhotos que chegavam com frequência. Os insetos eram capturados, tostados e saboreados como se fossem batatas fritas.

Amigas e amigos, Dubai foi vítima de uma terrível armadilha da ganância e das dominações de colonizadores. Sua história nos faz lembrar que : ‘O Senhor será sua segurança e o impedirá de cair em armadilha’(Pv 3,26).’


Fonte :
* Artigo na íntegra de http://www.news.va/pt/news/cronica-cacadores-de-perolas

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

O santo que não tinha tempo para morrer

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
  
*Artigo de A. Torres Neiva

Era um monge e todos diziam que era um santo. Sempre bem humorado e sempre ocupado, todos invejavam a vida longa e feliz que sempre tivera. Um belo dia, veio visitá-lo um anjo do Senhor e encontrou-o na cozinha a lavar as panelas.  

- ‘Deus enviou-me, disse o anjo, para te levar para a vida eterna; chegou a tua hora’.

O nosso santo perdeu o seu  bom humor e logo viu que aquele não era o melhor momento para abandonar o seu trabalho e respondeu com toda a franqueza :

- ‘Agradeço ao Todo-poderoso a sua bondade por me ter convidado tão cedo para a sua glória, mas não posso deixar as panelas por esfregar. Todos diriam que morri só para não esfregar as panelas. Não podíeis transferir a minha viagem para mais tarde?'

O anjo olhou para aquele monte de panelas que esperavam ainda o esfregão do nosso santo e condescendeu :

- ‘Vamos ver o que se pode arranjar’. E voltou para a glória sem levar o nosso homem.

E o santo pode continuar em paz a sua tarefa para a qual não existiam muitos voluntários em todos os conventos da Ordem.

Um dia em que ele andava a revolver as couves no quintal, pois aqueles pedregulhos do quintal ainda eram mais difíceis de esfregar que as panelas da cozinha, o mensageiro de Deus voltou a aparecer-lhe. Não era de propósito mas o anjo de Deus aparecia sempre na pior altura.

O nosso homem apontou, de enxada em riste, toda aquela porção de terra que esperava a caridade de sua enxada e o anjo que decidisse.

E o anjo sorridente, decidiu mais uma vez transferir a chamada, pelo menos enquanto houvesse horta para cavar.

Os dias foram passando e o que fazer não faltava ao nosso santo. Era costume seu, nos intervalos em que não havia panelas para esfregar e o trigo crescia no campo, fazer uma visitinha aos doentes do hospital. Vinha ele com um copo na mão para leva-lo a um doente com muita febre, quando viu novamente o anjo do Senhor.

Desta vez o santo nem esteve com explicações. O anjo que desse uma vista de olhos pela enfermaria e logo veria que aquele momento não era o melhor para abandonar toda aquela gente.

E sem dizer palavra, o anjo do Senhor desapareceu.

Mas naquela noite, ao voltar para o mosteiro, o nosso homem sentiu-se velho e cansado e sem vontade para limpar as panelas, nem para cavar a horta nem para visitar os doentes. Entrou na capela e rezou :

- ‘Senhor, se quiseres mandar-me agora o teu mensageiro, estou disposto a recebe-lo. Já não sirvo para nada’.

E foi então que o próprio Senhor lhe falou :

- ‘Faz-me um pouquinho de companhia. Há tanto tempo espero que tenhas um momento livre para estares comigo’.


Fonte : 
* Artigo adaptado de Vida Consagrada, 214 – Junho 1999, do Padre Adélio Torres Neiva, C. S. Sp. (missionário espiritano (+2010)).

Revista Beneditina nrº 4, Maio/Junho de 2004, editado pelas monjas beneditinas do Mosteiro da Santa Cruz – Juiz de Fora/Minas Gerais.