Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Cantemos à glória de
Deus, cantemos ao nosso Rei, porque Ele é Rei de toda a terra (SI 47,6-8). É a
ascensão do Senhor o coroamento da Sua Ressurreição; é a entrada oficial
naquela glória que cabia ao Ressuscitado. Após as humilhações do Calvário, é a
volta ao Pai, já por Ele anunciada no dia da Páscoa : ‘Subo para meu Pai e
vosso Pai, meu Deus e vosso Deus’ (Jo 20,17).
Aos
discípulos de Emaús : ‘Não era preciso que o Messias sofresse essas coisas e,
que, assim, entrasse em sua glória?’ (Lc 24,26). Esse modo de exprimir-se
indica não tanto a volta e as glória futuras, mas imediatas, já presentes,
porque, estritamente unidas à Ressurreição, todavia para confirmar os
discípulos na fé, era necessário que tal acontecesse de modo visível, como se
verificou 40 dias depois da Páscoa
Ascensão
do Senhor : quando começa a missão dos discípulos
Aqueles
que tinham visto o Senhor morrer na cruz, entre insultos e escárnios,
precisavam ser testemunhas da sua suprema exaltação no céu. Referem-se ao fato
os evangelistas com muita sobriedade, todavia, suas narrações salientam o poder
de Cristo e Sua glória : ‘Foi-me dado todo poder no céu e na terra’, lê-se em
Mateus (28,18) e acrescenta Marcos : ‘O Senhor Jesus subiu ao Céu e está
assentado à direita de Deus’ (16,19). Lucas, porém, recorda a última grande
bênção de Cristo aos apóstolos : ‘Ao abençoá-los, afastou-se deles e ia
elevando-se ao céu’ (24,51).
Também,
nos últimos sermões de Jesus, resplandece Sua majestade divina. Fala como quem
tudo pode e prediz aos discípulos que em seu Nome ‘expulsarão demônios, falarão
novas línguas, pegarão em serpentes e, se beberem algum veneno mortífero, não
lhes fará mal, imporão as mãos aos doentes e recobrarão a saúde’ (Mc 16,
17-18). Provam os Atos dos Apóstolos a realidade de tudo isso.
A
promessa do Espírito Santo
Em
seguida, Lucas, tanto na conclusão do seu Evangelho como nos Atos, fala da
grande promessa do Espírito Santo que confirma os apóstolos na missão e nos
poderes recebidos de Cristo : ‘Eis que enviarei sobre vós o Prometido por meu
Pai’ (Lc 24,49), ‘recebereis força com a vinda do Espírito Santo sobre
vós, e sereis minhas testemunhas… até aos confins do mundo. Dito isso,
elevou-se para o alto, à vista deles, e uma nuvem o ocultou a seus olhos’ (At
1,8-9).
Espetáculo
magnífico que deixou os apóstolos atônitos, ‘com o olhar fixo no céu’, até que
dois anjos lhes apareceram. E o cristão chamado a participar de todo
o mistério de Cristo e, portanto, também de sua glorificação. Ele mesmo o havia
dito: ‘vou preparar-vos um lugar. E quando eu tiver ido, voltarei novamente
avós e vos tomarei comigo, afim de que onde eu estou estejais também vós’ (Jo
14, 2-3).
Constitui,
portanto, a Ascensão grande argumento de esperança para o homem que, no seu
peregrinar terreno, sente-se exilado e sofre longe de Deus. A esperança que
implorava São Paulo para os Efésios e queria viva em seus corações. ‘O Deus de
Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, ilumine os olhos de vossa
inteligência para compreenderdes qual a esperança a que vos chamou’ (Ef 1,
17-18). E onde fundava o apóstolo essa esperança? No grande poder de Deus
‘manifestado em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o sentar-se à sua
direita nos céus, acima de todo Principado e Poder (ou seja, dos anjos) e de
qualquer outro nome’ (ibidem, 20-21).
Nasce
a Igreja
A
glória de Cristo exaltado acima de toda criatura é, no pensamento paulino, a
prova do que fará Deus por quem, aderindo a Cristo pela fé e
pertencendo a Ele como membro do único Corpo de que é Cabeça, participará de
sua sorte. Isso requer Cristianismo autêntico : crer e alimentar firme
esperança de que, como hoje o fiel, nas tribulações da vida, participa da morte
de Cristo, assim um dia participará da Sua glória eterna.
Os
anjos, que no monte da Ascensão dizem aos apóstolos : ‘Esse Jesus, que do meio
de vós subiu ao céu, um dia virá do mesmo modo com que o vistes ir para o céu’
(At 1, 11), e os fiéis, que, enquanto aguardam a volta final de Cristo,
precisam pôr a mão na obra. Com a Ascensão, termina a missão terrena de Cristo
e começa a dos discípulos.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/como-aconteceu-a-ascensao-do-senhor/
Nenhum comentário:
Postar um comentário