*Artigo
de Dom Fernando Arêas Rifan,
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
‘Dois santos
admiráveis celebramos nessa semana : Santa Mônica (dia 27)
e Santo Agostinho (dia 28), do século IV.
Aurélio Agostinho
nasceu em Tagaste, na Região de Cartago, na África, filho de Patrício, pagão, e
Mônica, cristã fervorosa. Segundo narra ele próprio, Agostinho bebeu o amor de
Jesus com o leite de sua mãe. Infelizmente, porém, como acontece muitas vezes, a
influência do pai fez com que se retardasse o seu batismo, que ele acabou não
recebendo na infância nem na juventude. Estudou literatura, filosofia,
gramática e retórica, das quais foi professor. Afastou-se dos ensinamentos da
mãe e, por causa de más companhias, entregou-se aos vícios. Cometeu maldades,
viveu no pecado durante sua juventude, teve uma amante e um filho, e, pior,
caiu na heresia gnóstica dos maniqueus, para os quais trabalhou na tradução de
livros.
Sua mãe, Santa
Mônica, rezava e chorava por ele todos os dias. ‘Fica tranquila’, disse-lhe certa vez um bispo, ‘é impossível que pereça um filho de tantas
lágrimas!’ E foi sua oração e suas lágrimas que conseguiram a volta para
Deus desse filho querido transviado.
Agostinho dizia-se
um apaixonado pela verdade, que, de tanto buscar, acabou reencontrando na
Igreja Católica : ‘ó beleza, sempre
antiga e sempre nova, quão tarde eu te amei!’ ; ‘fizestes-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração está inquieto,
enquanto não descansa em Vós!’ : são frases comoventes escritas por ele nas
suas célebres ‘Confissões’, onde relata a sua vida de pecador arrependido.
Transferiu-se com sua mãe para Milão, na Itália. Dotado de inteligência
admirável, a retórica, da qual era professor, o fez se aproximar de Santo
Ambrósio, Bispo de Milão, também mestre nessa disciplina. Levado pela mãe a
ouvir os célebres sermões do santo bispo e nutrido com a leitura da Sagrada
Escritura e da vida dos santos, Agostinho converteu-se realmente, recebeu o
Batismo aos 33 anos e dedicou-se a uma vida de estudos e oração. Ordenado
sacerdote e bispo, além de pastor dedicado e zeloso, foi intelectual
brilhantíssimo, dos maiores gênios já produzidos em dois mil anos da História
da Igreja. Escreveu numerosas obras de filosofia, teologia e espiritualidade,
que ainda exercem enorme influência. Foi, por isso, proclamado Doutor da
Igreja. De Santo Agostinho, disse o Papa Leão XIII : ‘É um gênio vigoroso que, dominando todas as ciências humanas e divinas,
combateu todos os erros de seu tempo’. Sua vida demonstra o poder da graça
de Deus que vence o pecado e sempre, como Pai, espera a volta do filho pródigo.
Sua mãe, Santa
Mônica, é o exemplo da mulher forte, de oração poderosa, que rezou a vida toda
pela conversão do seu filho, o que conseguiu de maneira admirável. Exemplo para
todas as mães que, mesmo tendo ensinado o bom caminho aos seus filhos, os vêm
desviados nas sendas do mal. A oração e as lágrimas de uma mãe são eficazes
diante de Deus. E a vida de Santo Agostinho é uma lição para nunca desesperarmos
da conversão de ninguém, por mais pecador que seja, e para sempre estarmos
sinceramente à procura da verdade e do bem.’
Fonte :
Nenhum comentário:
Postar um comentário