segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Na família e na escola

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 A vitória sobre o que ameaça a vida só será possível se as famílias e as escolas forem cuidadas.
*Artigo de Dom Walmor Oliveira de Azevedo,
Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, MG


‘As dinâmicas que configuram a interioridade de cada pessoa, fundamentais para a vivência transformadora da fé, dependem de dois âmbitos muito especiais : a família e a escola, determinantes para a formação humana. Por isso mesmo, uma sociedade que busca novas configurações e funcionamentos institucionais deve investir fortemente na família e na escola.
Esse investimento deve considerar uma definição de escola que não se restrinja ao ensino formal, o que significa contemplar as escolas formais e as muitas outras ‘escolas da vida’, lugares onde as pessoas também desenvolvem modos de ser e de agir. É preciso ainda conceituar família de um modo mais amplo. Obviamente preservar a família dentro do sentido incontestável do matrimônio, mas também considerar grupos sociais que se formam a partir de propósitos comuns – desde os que torcem apaixonadamente por um time de futebol aos que se reúnem em torno de projetos sociais e culturais, por exemplo.
A família e a escola, pensadas no seu sentido genuíno e essencial, mas também de forma mais abrangente, merecem atenção especial. Somente assim podem ser alicerçadas as urgentes mudanças na sociedade brasileira, fazendo surgir uma nova cultura, de vida e da paz.  Essa cultura pressupõe o irrestrito respeito ao bem comum e à justiça. Por isso mesmo, depende de transformações no interior de cada pessoa que refletirão em suas escolhas. E nessas mudanças, é preciso que o amor seja vetor de desenvolvimento. Cultivam-se, assim, sentimentos humanitários e espirituais, que comprometem consciências e corações com o respeito ao outro, que é irmão.
Por tudo isso, reconhecendo a importância de transformações nos funcionamentos governamentais e de diferentes segmentos da sociedade, é fundamental reconhecer esta urgência : dedicar atenção especial à família e à escola. Vale, então, considerar analiticamente o que está acontecendo no contexto atual da sociedade contemporânea - atos de violência como o de um jovem que atirou contra colegas em uma escola, ou o desatino de atear fogo em si e nos outros, suicidamente. E ainda o domínio ilegal de territórios e seus habitantes motivado por propósitos que dizimam vidas. Tão destrutivamente forte quanto esses males todos são as práticas de corrupção, em pequena e larga escala. 
A vitória sobre o que ameaça a vida só será possível se as famílias e as escolas forem cuidadas, urgentemente, de um modo melhor. Pois nas famílias e nas escolas é que podem ser barradas as delinquências que geram graves danos à cultura e a diferentes áreas, prejudicando a humanidade inclusive no desenvolvimento econômico. O caminho, assim, é investir para que se aprenda, na família e na escola, o exercício da solidariedade e da bondade.
A família e a escola despertam sentimentos que permitem a compreensão humanística sobre o que é viver. Edificam, com envergadura, o caráter de cada pessoa, que fica livre, inclusive, de graves quadros patológicos, a exemplo da perda do apreço pela própria vida, do hábito de se guardar e alimentar rancores, ressentimentos, ciúmes e disputas. Sem o adequado investimento na família e na escola, a sociedade permanecerá a conviver com o medo e a desconfiança, e ainda com o egoísmo que se manifesta na defesa mesquinha dos próprios interesses, sempre em prejuízo do bem de comum.
Há muito que modificar, quando se consideram os hábitos e práticas aprendidos e cultivados na família e na escola. É preciso coragem, humildade, disponibilidade para ouvir, seriedade e dedicação, na tarefa de compreender melhor e reconfigurar as práticas cotidianas. Diferentes complexidades surgem como desafios para o mundo atual, a exemplo do uso das novas tecnologias, que em algumas situações compromete laços familiares, a harmonia entre as pessoas. Não menos desafiador é o contexto urbano, tão ferido com a falta de civilidade e respeito.  Essas realidades e tantas outras que precisam ser mudadas requerem dinâmicas com força para conduzir a sociedade no caminho do bem e da verdade, e os passos para trilhar esse trajeto são aprendidos na família e na escola.’

Fonte :


domingo, 29 de outubro de 2017

Agir com amor

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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‘Nos próximos seis meses, em quatro países africanos cerca de 20 milhões de pessoas podem morrer de fome se a comunidade internacional não se mover. Uma afirmação feita pelo Diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, que chega como um soco no estômago. Os países são Iêmen, Nigéria, Somália e Sudão do Sul. Uma declaração feita nesta semana aqui na sede da FAO em Roma.
O tema da fome fora já tratado no último dia 16 de outubro pelo Papa Francisco quando ele visitou a FAO por ocasião do Dia Mundial da Alimentação. No seu encontro com líderes mundiais recordou que a realidade atual exige uma maior responsabilidade em todos os níveis, não só para garantir a produção necessária ou a distribuição equitativa dos frutos da terra, mas, sobretudo para garantir o direito de todo ser humano de alimentar-se segundo as próprias necessidades.
Segundo Francisco, diante de tal objetivo, o que está em jogo é a credibilidade de todo o sistema internacional. As mortes por causa da fome e o abandono da própria terra são hoje notícias comuns, com o perigo da indiferença. É preciso, portanto, encontrar urgentemente novas maneiras de transformar as possibilidades que dispomos numa garantia que permita a cada pessoa encarar o futuro com confiança, e não apenas com alguma ilusão.
Falando de fome e migração o Papa afirmou ainda que a relação entre os dois, ou seja, entre fome e migração só pode ser enfrentada se formos à raiz do problema. A este respeito, os estudos realizados pelas Nações Unidas, como tantos outros realizados por organizações da sociedade civil, concordam que existem dois obstáculos a serem superados : conflitos e mudanças climáticas.
Como os conflitos podem ser superados? O direito internacional nos indica os meios para preveni-los ou resolvê-los rapidamente, evitando que se prolonguem e produzam fome e destruição do tecido social. Pensemos nas populações martirizadas por guerras que duram décadas e que poderiam ter sido evitadas, propagando efeitos desastrosos e cruéis como a insegurança alimentar e o deslocamento forçado de pessoas.’
Para Francisco, são necessários boa vontade e diálogo para frear os conflitos. Quanto às mudanças climáticas, vemos suas consequências todos os dias. Somos chamados a propor uma mudança nos estilos de vida, no uso dos recursos, nos critérios de produção, mesmo no consumo, que em termos de alimentos apresenta um aumento de perdas e de desperdício. Não podemos nos conformar em dizer ‘outro o fará’.
Francisco afirmou que diante desta situação podemos e devemos mudar o rumo. Frente ao aumento da demanda de alimentos é preciso que os frutos da terra estejam a disposição de todos.
O Papa fez uma pergunta, a si mesmo e também aos presentes : ‘Seria exagerado introduzir na linguagem da cooperação internacional a categoria do amor, conjugada como gratuidade, igualdade de tratamento, solidariedade, cultura do dom, fraternidade e misericórdia?’ Essas palavras efetivamente expressam o conteúdo prático do termo ‘humanitário’, tão usado na atividade internacional.
É necessário que a diplomacia e as instituições multilaterais alimentem e organizem essa capacidade de amar, porque é o caminho principal que garante, não só a segurança alimentar, mas também a segurança humana em seu aspecto global.
Amar significa contribuir para que cada país aumente a produção e alcance a autossuficiência alimentar.
E o apelo de Francisco : ‘vamos ouvir o grito de tantos nossos irmãos marginalizados e excluídos : ‘Tenho fome, sou estrangeiro, estou nu, doente, confinado em um campo de refugiados’. É um pedido de justiça, não uma súplica ou um chamado de emergência’.
Um discurso corajoso e original de Francisco que falou de amor como parte integrante das relações internacionais e um pedido para acelerar a vontade de responder concretamente ao drama da fome. Responder com um agir, um agir com amor, um agir que dá esperança.’

Fonte :

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Árabes e hebreus, povos das tendas

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo do Padre Olmes Milani,
Missionário Scalabriniano
  
‘Já adultos e formados, temos alguma coisa que nos leva às origens de nossa existência e nos conhecemos melhor quem somos. Dá a impressão de que alguns elementos vividos e recebidos constituem um patrimônio pessoal e comunitário que definem nossa identidade. Sem eles seríamos incompletos.
Assim são os povos. Hebreus e árabes viveram experiências de beduínos muito parecidas e muitas delas idênticas. Em ambos está presente o deserto e a tenda. Devido à necessidade de deslocamentos constantes, as tendas eram portáteis, feitas de pele de cabra e de camelo, resistentes às chuvas e às tempestades de areia.
A metade da tenda é para as mulheres e as crianças. Nela está a cozinha e a despensa.  A outra metade, com a abertura, pertence aos homens. Ali ou na frente da tenda, recebem as visitas.
  A tenda do casal de idosos, Abraão e de sua esposa Sara, por ocasião da visita dos três caminhantes, tinha praticamente, as mesmas características. Pela narração, Abraão estava sentado à porta da tenda quando se deparou com três homens à sua frente. Sem delongas organiza a acolhida. Ele entretém as visitas, na metade da frente da tenda, enquanto Sara prepara os alimentos na outra. Indagado sobre a esposa, Abraão informa que ela está na tenda. Apesar de não participar da conversa com os homens, a idosa Sara, afinou o ouvido e ouviu a afirmação que ao retornarem no ano seguinte, ela estaria grávida. Um surto de riso surgiu em Sara e disse : ‘Será que vou dar à luz agora que sou velha?’.
Outra coisa que chama a atenção é quanto à mudança de lugar das tendas. Qual é a motivação de tantos deslocamentos dos beduínos hebreus e árabes? A primeira delas é necessidade de encontrar alimentos e água, numa região carente dos dois elementos. Contudo, havia as brigas entre os grupos de beduínos, na disputa da mesma região. Basta lembrar que Abraão e seu irmão Ló quase se enfrentaram por causa de terras com pastagens. Abraão, para evitar o conflito, deixou Ló escolher a região que quisesse e ele foi para outro lugar.
Os beduínos, apesar de serem um povo fechado, muito arraigado à tradição, destacam-se pela hospitalidade. Eles chegam a oferecer aos hóspedes mais do que as suas posses permitiriam e até contraem dívidas.
Durante as andanças pela península do Sinai, o próprio Deus tinha sua tenda no acampamento do povo. Veio habitar e caminhar com seus beduínos hebreus.’

Fonte :
* Artigo na íntegra

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Mosteiro de Mar Musa : cristãos e muçulmanos rezam juntos pela conversão de perseguidores

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)


‘Este domingo, 22 de outubro, dia em que as Igrejas Orientais recordam ‘o despertar dos Santos Sete Jovens Dormentes de Éfeso’, os amigos do Mosteiro sírio de Mar Musa - cristãos e muçulmanos - encontraram-se pelo segundo ano consecutivo para ‘rezar pela conversão dos perseguidores, daqueles que usam a violência contra mulheres e homens que têm uma fé ou uma opinião diferente’.
Uma união fortalecida pelo encorajamento recebido no ano passado do Papa Francisco, ‘em modo especial à oração silenciosa que sobe das grutas mais escuras e prisões onde estão ainda hoje tantos fiéis’.
O significado desta festa - explicaram os organizadores da iniciativa - nos leva a refletir sobre as perseguições que os fiéis de todas as religiões hoje sofrem no mundo, assim como a nos unir em oração por eles, muitas vezes silenciosa, como aquela expressa no ‘sono’ dos companheiros da gruta, capazes de transformar os corações dos perseguidores, de aliviar os sofrimentos dos ‘aprisionados’, afastando o ódio e o desejo de vingança, de converter o mundo à paz, à reconciliação e ao diálogo’.
A memória dos Santos Sete Jovens Dormentes de Éfeso recorre no martirológio romano em 27 de julho e em muitas coleções de hagiografias ortodoxas em 4 de agosto.
A comemoração é cara também aos muçulmanos, tanto que a sura 18 do Alcorão (9-27) - intitulada ‘da gruta’ - narra precisamente a história destes jovens dormentes.
Segundo a tradição, na metade do século III, para fugir das perseguições, sete jovens cristãos se refugiaram em uma caverna no Monte Okhlonos, nas proximidades de Éfeso, onde se dizia estar o túmulo de Maria Madalena, para pedir a sua proteção.
Ao serem descobertos, o Imperador Décio (249-251) deu ordens para que fosse lacrada a entrada da caverna com pedras, para que os jovens morressem de fome e de sede.
Dois séculos mais tarde, eles despertaram milagrosamente do sono com seus corpos intactos, testemunhando assim a ressurreição final que os fiéis terão.
O culto a eles propagou-se em muitas regiões ao redor do Mediterrâneo, quer cristãs como muçulmanas.
Hoje existem peregrinações inter-religiosas a lugares santos compartilhados, por meio das quais - dizem os amigos do mosteiro sírio - ‘se pode iniciar a construir uma linguagem comum para encontrar-se e compreender-se reciprocamente’, rezando ‘pelas vítimas de perseguições, os ‘dormentes de hoje’, em qualquer gruta, por causa de sua fé’.’

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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

A intensa vida de um sacerdote missionário no país mais pobre do mundo

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

*Artigo de Bárbara Bustamante


‘‘Ser cristão na África Central é ser testemunha do perdão e da misericórdia de Deus’, afirmou o Padre Yovane Cox, sacerdote e missionário há 12 anos no país mais pobre do mundo, de acordo com a ONU.
Crianças soldados, guerras, perseguições e massacres fazem parte do flagelo que atualmente sofrem os 30 mil habitantes de Bema, na Diocese de Bangassou (África Central), onde o Padre Cox é pároco.
Em um contexto de extrema pobreza, o missionário chileno da Associação ‘Misión Gran Río’ conseguiu construir uma escola para 300 crianças e sonha com a construção de outra escola para 400 alunos.
Os últimos três anos foram especialmente difíceis para ele, pois os cristãos e outras minorias estão sendo vítimas dos ataques de muçulmanos fundamentalistas, provocando sangrentos massacres e sequestros.
Em um diálogo com o Grupo ACI, Padre Cox assinalou que, em tal situação, é urgente ‘transmitir misericórdia’ e ‘estar disposto a perdoar, a ajudar as pessoas a superar coisas hediondas como a morte de um ente querido ou a destruição do seu povo’.
O sacerdote relatou a sua própria experiência de perseguição e violência, em junho deste ano, quando teve que fugir com seus fiéis ao Congo para buscar refúgio.
Permaneci durante horas deitado no chão da igreja, esperando que os combates terminassem. Em seguida, saí e encontrei algumas pessoas muito violentas, então me perguntei : Como posso dar testemunho de Cristo em meio disso, tão terrível?’.
Como todo pároco, fui o último a sair da aldeia na ‘piroga’ (um barco de madeira típico na África)’, recordou Padre Cox. ‘E ao chegar do outro lado, ao Congo, fui recebido por todas as pessoas, inclusive pelas pessoas que eram indiferentes comigo na aldeia’.
Todos me abraçavam e diziam ‘padre, nós te esperávamos’. Quando nos dizem muitas vezes a palavra ‘padre’, podemos perder um pouco o significado da palavra, mas lá eu a vivi. Eu disse : ‘eles são meus filhos, eles me esperavam como um pai’, expressou o missionário’.
Em relação à perseguição sofrida pelos cristãos, o sacerdote afirmou que os responsáveis são um grupo majoritariamente muçulmano ‘que está sendo manipulado politicamente’.
Há um interesse político escondido, ninguém quer dizer, mas é verdade. Causa muito dano e está dividindo o país. Somente na capital, Bangui, graças à presença do Papa Francisco em 2015, conseguiram reconciliar a população muçulmana com o resto dos cidadãos’.
Além disso, o sacerdote afirmou que o solo do país ‘é extremamente fértil’, graças ao petróleo, ao cimento e ao diamante. Também conta com uma imensa reserva natural, mas ‘está sujeito à extrema pobreza e, curiosamente, nenhuma organização ou nação internacional se importa com esta situação’.
As Nações Unidas estão presentes, mas não estão fazendo um bom trabalho e não conseguiram desarmar esse conflito nem dar passo para a reconciliação. Apenas a Igreja está presente. A situação na África é de uma indiferença terrível’, lamentou.
Diante dessa situação, Padre Cox encorajou os católicos a viverem três atitudes de solidariedade para com os irmãos perseguidos na África. Primeiramente, acabar com a indiferença.
Se nós não resolvemos os problemas da África, como impediremos a imigração? Frente a essa indiferença, a única solução é abrir o coração e reconhecer que somos todos seres humanos e temos a mesma dignidade diante de Deus’, destacou.
Em segundo lugar, ações concretas. ‘Muitas pessoas colaboram através da ACN (Ajuda à Igreja que Sofre) e com isso ajudam em nossos projetos. Mas também podem fazer pessoalmente, por exemplo, há um grupo de 60 chilenos que me pagam o colégio para uma criança durante um ano inteiro’.
Se somos generosos, se somos capazes de entregar do nosso coração, abriremos o horizonte do nosso próprio coração e se tornará mais universal, e universal significa católico. De certo modo, tornamo-nos ‘católicos’ se somos generosos’’, afirmou o missionário.
Finalmente, mas não menos importante, a oração. ‘Se não tivéssemos a oração da Igreja, acho que a Igreja na África Central teria fracassado no seu trabalho missionário’.
Nós teríamos desanimado e abandonado as pessoas, mas há algo forte no coração de todos os missionários e sabemos que temos o apoio de muitas pessoas que estão por trás’, sublinhou Padre Cox.’

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domingo, 22 de outubro de 2017

Cultura tribal dos hebreus e árabes

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

*Artigo do Padre Olmes Milani,
Missionário Scalabriniano


‘Para conhecer as culturas e as religiões faz-se necessário o estudo de suas origens, geografia, costumes e relações com outros povos, na época em que elas se desenvolveram.  Ainda hoje, podemos encontrar elementos culturais e religiosos que sobreviveram ao passar do tempo e ainda estão presentes em muitos povos. O exemplo mais visível é o vestuário.
Quem lê a Bíblia ou a história do Oriente Médio não demora em perceber que a vida nos seres humanos, se desenvolvia em clãs familiares, também conhecidos como tribos. Os desertos áridos, falta de água e alimentos estão na base para os deslocamentos constantes dos grupos humanos à procura de lugares favoráveis à sobrevivência. Habilidade para viver em terras inóspitas e força para guerrear, afastando as tribos invasoras ou expulsar outras, em regiões privilegiadas, eram comuns.
Diante desse ambiente adverso e disputas territoriais, a aglutinação em tribos era vital para sobrevivência e se proteger dos invasores.
O chefe de um clã forte aglutinava outros menores.  Daí pode-se explicar o clã de Jacó do qual surgiram as 12 tribos de Israel que, unidas sob a liderança de Moisés e Aarão, ocuparam a terra prometida, expulsando dela as tribos que lá viviam. Uma vez estabelecidas na terra de Canaã, fez-se necessário criar a unidade nacional, mas isso jamais foi conseguido plenamente. Embora as tribos dos hebreus tivessem Abraão como pai comum e o mesmo Deus, lutas e divisões eram frequentes.
Paralelamente às tribos dos hebreus, surgiram as doze tribos dos descendentes de Ismael, filho de Abraão e sua escrava Hagar. Segundo o Islã, os árabes descendem de Ismael que está fora da árvore genealógica de Cristo. A história dos hebreus, narrada na Bíblia, relata inúmeros enfrentamentos entres os clãs descendentes de dois dos filhos de Abraão, Ismael e Jacó, evidenciando que as diferenças entre os dois grupos de clãs é bem antiga.
Embora os tempos sejam outros, o mesmo sistema tribal ainda é a espinha dorsal dos governos de quase todos os países do Oriente Médio. A população de cada um é formada por diversos clãs e etnias governadas por um líder forte. Por isso, a tentativa de introduzir uma democracia de estilo ocidental não traz resultados positivos para a paz na região.
É bom lembrar as palavras de Glugiermo Ferrero : ‘A cultura ajuda um povo a lutar com as palavras, em vez de fazê-lo com as armas’.’

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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Teresa D'Ávila : oração e contemplação

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

Teresa D’Ávila, com seus escritos “Castelo Interior” e “Caminho de Perfeição”, ofertou ao mundo sua própria experiência de vida contemplativa e, pela literatura, seu lado místico imorredouro.
 *Artigo do Padre Geovane Saraiva,
Pároco de Santo Afonso de Fortaleza, CE,
e vice-presidente da Previdência Sacerdotal


‘No dia 15 de outubro recorda-se na Igreja uma mulher totalmente voltada à contemplação e ao absoluto de Deus que, como Maria, escolheu a melhor parte e não lhe será tirada. Trata-se de Santa Teresa de Jesus, religiosa carmelita espanhola (1515-1582), que marcou uma época, sobretudo por sua talentosa sabedoria e inteligência, identificada e configurada com Jesus de Nazaré, levando uma vida de oração, oferecendo um dadivoso e restaurador banho de fé à humanidade, legado espiritual de graças e bênçãos para a nossa civilização cristã. Igualmente, consciente de que a oração é o bem maior e a porta de entrada para a perfeição, exatamente quando o mundo se alargava através das grandes navegações, conquistas e descobertas humanas, é que surge Santa Teresa como dádiva, dom e graça de Deus.
Teresa D’Ávila, uma criatura humana exemplar, descomunal e atemporal, bem que pode ressoar, hoje, na vida dos cristãos como um verdadeiro milagre do inefável mistério de amor. Não tenho dúvida alguma de tratar-se de uma mulher fortemente movida pelo Espírito de Deus. É assim que percebo o interior de nossa Irmã D’Ávila, nas suas surpreendentes aventuras pelo misterioso caminho do mundo interior, tendo por base o Livro Sagrado : ‘Como a corça que suspira pelas águas da torrente, assim minha alma suspira por vós, Senhor. Minha alma tem sede do Deus vivo’. Ela é considerada fundadora dos Carmelitas Descalços, juntamente com São João da Cruz, aquele da célebre frase, a saber : ‘No entardecer desta vida, sereis julgados segundo o amor’.
Teresa D’Ávila, com seus escritos ‘Castelo Interior’ e ‘Caminho de Perfeição’, ofertou ao mundo sua própria experiência de vida contemplativa e, pela literatura, seu lado místico imorredouro. Como soube ela colocar diante dos olhos, na mente e no coração o Deus grande, glorioso e esplêndido, sendo a razão do seu viver, indicando-nos o caminho da transcendência e da benevolência divina. A seu exemplo, fixemos nosso olhar no mistério a envolver, no sentido mais profundo, a suma felicidade : ‘Nada te perturbe. Nada te amedronte. Tudo passa, só Deus não muda. A paciência tudo alcança. A quem tem Deus nada falta. Só Deus basta!’. Assim seja!’

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terça-feira, 17 de outubro de 2017

Comovida, comunidade egípcia condena assassinato de sacerdote copta

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)



‘O assassino de Sam'an Shehata, sacerdote copta ortodoxo egípcio, esfaqueado até a morte em 12 de outubro, é ‘um criminoso conhecido das forças de ordem’, chamado Mohamed Sonbaty.
É o que afirma em uma nota o Bispo de Beba, Abba Estiganous, ao comentar que por  trás do ‘martírio’ do sacerdote poderiam existir elementos de matriz confessional.
No Egito ainda é forte a comoção pelo bárbaro assassinato do sacerdote copta-ortodoxo, ocorrido em uma área periférica da capital. Nas redes sociais circulou um vídeo que mostra o suspeito seguindo o sacerdote e depois desferindo golpes em seu rosto e pelo corpo.
A Igreja Copta Ortodoxa no Egito já definiu Sam'an Shehata como ‘mártir’, morto ‘por ódio à fé’, ao mesmo tempo que lançou um apelo às autoridades de governo para que transformem ‘a cultura de uma nação, envenenada pelo extremismo’.
Os funerais foram realizados no dia 13 de outubro, um dia após o assassinato, em Beni Suef, a cerca de 115 km al sul do Cairo. Personalidades da comunidade local, sacerdotes e numerosos fiéis participaram das exéquias.
Também a Igreja Católica egípcia participou do luto que se abateu mais uma vez sobre a minoria copta.
Em nota enviada à Agência Asianews, o porta-voz Padre Rafic Greiche expressa ‘dor’ e ‘proximidade’ pela morte ‘do mártir’, assegurando ‘a oração’ de toda a comunidade católica pela sua família ‘e pela paz’ no país.
Mohamed Sonbaty está sob custódia. As autoridades estão verificando eventuais ligações com grupos fundamentalistas ativos no Egito. No passado ele já havia agredido os próprios familiares e incendiado a casa onde moravam. Segundo declaração de alguns vizinhos - sob anonimato, por medo de represálias - ele seria um ‘conhecido radical’ islâmico.
Também o Grão Mufti do Egito, Xeique Shawki Allam, condenou o atentado, definindo-o como ‘terrorismo brutal’, que não faz distinção ‘entre militares, civis, ou entre um muçulmano e um cristão copta’.
Ele lança um apelo ao país, para que a população esteja unida diante da ameaça de ‘grupos que querem desestabilizar’.
Outro líder muçulmano, o pregador Xeique Samir Hashish, classifica os responsáveis por este e outros ataques como ‘não-muçulmanos’ e ‘infiéis’, que devem ser punidos ‘com severidade’.
Nos últimos meses a comunidade cristã egípcia foi alvo de uma série de ataques, como aquele contra um ônibus de peregrinos coptas em maio, que provocou a morte de dezenas de pessoas.
Desde dezembro de 2016, já chega quase a cem os membros da minoria religiosa copta, mortos em ataques terroristas.’

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domingo, 15 de outubro de 2017

Sinais de vida

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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*Artigo da Irmã Joana Sofia Carneiro,
Missionária Comboniana


‘Aqui em Amã (Jordânia), além das minhas aulas de árabe, ajudo alguns refugiados na prática do seu inglês. Graças a Deus existem espaços de diálogo ecumênico e inter-religioso onde realizamos atividades, como, por exemplo, a biblioteca organizada pelas irmãs seculares da associação espanhola Poveda.

Testemunhas de Jesus
A maioria dos refugiados que se encontram neste lugar vem do Iraque e da Síria. Eles tiveram de fugir da guerra, de maneira que a Jordânia é para eles um lugar de passagem até que consigam ter a oportunidade de partir para outro lugar onde possam viver em paz. O processo de espera pela autorização de um país que os recebe é muito lento, motivo pelo qual muitos deles permanecem aqui por vários anos. Na Jordânia os refugiados não estão autorizados a trabalhar e várias gerações ficam paradas. Os jovens não estudam por falta de meios econômicos, as propinas da universidade são muito elevadas. Não obstante todas estas situações difíceis, eles não desesperam, antes pelo contrário, são um verdadeiro testemunho de esperança em Jesus e sabem ser conhecidos, amados e protegidos pelo Bom Pastor que toma conta deles. Eles são os verdadeiros crentes. Isto é maravilhoso! É só ver a grande comunidade dos iraquianos cristãos a celebrar a Eucaristia aqui em Amã, todos os domingos à tarde. Eles cantam, rezam, estão em paz porque sabem que aqui não cairá nenhuma bomba que lhes pode destruir a casa.

Famílias de refugiados
Além das horas que fico na biblioteca vou visitar algumas famílias com a irmã Pierina.
A maioria das famílias são provenientes do Iraque, da Síria e também do Sudão. Lamentavelmente, as famílias provenientes da África são as mais pobres. Elas não têm direito ao estatuto de refugiados porque, oficialmente, no Sudão não há guerra, embora todo o mundo saiba que a situação do Sudão é uma das mais terríveis. A nossa memória é curta quando não vivemos estas situações na nossa própria carne. Há dias, fomos visitar uma família sudanesa, um casal jovem, com três gêmeos. O meu primeiro pensamento, confesso, foi de fria lógica humana. «Se não conseguem alimentar-se a eles próprios, que farão com três crianças?» Mas, depois, rezando, consegui perceber toda a força do nosso Deus que sempre tem respostas de vida em abundância para todos, apesar da guerra e da violência que são os frutos do nosso egoísmo
Esta maneira de agir do nosso Deus vejo-a encarnada na Irmã Pierina. As visitas que fazemos juntas parecem insignificantes e pequenas, a nossa ajuda simplesmente inútil, segundo os critérios humanos. Mas, são estes gestos, repletos de compaixão e de esperança, que fazem toda a diferença.
Através da nossa insignificância, Deus cuida destes irmãos vulneráveis. Acredito que só através da nossa intimidade com o Senhor seremos sinais de luz e de vida.
Por favor, continuem a rezar por nós e, sobretudo, por todos os que, neste mundo, mais precisam da luz de Jesus. E, por favor, se virem alguém chegar do estrangeiro, não lhe virem as costas! O nosso planeta está a passar por um momento muito difícil, milhões de pessoas são obrigadas a abandonar tudo por razões que as ultrapassam...Somos instrumentos de paz, de acolhimento e de reconciliação! Os pequenos gestos concretos de cada pessoa a favor de outros têm uma grande repercussão na escala mundial.’

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terça-feira, 10 de outubro de 2017

O poder que um momento incômodo de silêncio pode ter nos negócios e na vida

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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*Artigo de Lennox Morrison, 
jornalista (BBC Capital)


‘Da próxima vez que você encontrar alguém, pause a conversa e tente contar quanto tempo o silêncio dura.
Provavelmente, não vai passar de um ou dois segundos.
Até entre aqueles que usam a linguagem dos sinais, estudos mostram que, normalmente, não aguardamos nem uma fração de segundo para começarmos a nos comunicar novamente.
Mas, embora essa tendência talvez seja universal, nossas percepções de silêncio diferem substancialmente dependendo de nossa cultura - um detalhe crucial se você tiver de fazer negócios fora do seu país de origem.
Quem vem de um país de língua inglesa tende a demonstrar grande desconforto com longas pausas em uma discussão. Mesmo assim, saber a hora de se calar pode ser uma vantagem - desde fechar uma venda até negociar uma promoção, passando por apresentações e gestão de equipe.

Normas culturais
O que para uns pode ser considerado um silêncio constrangedor, outros veem como um momento valioso de reflexão e um sinal de respeito em relação ao que a última pessoa falou.
Pesquisas realizadas na Universidade de Groningen, na Holanda, em holandês e também em inglês, revelaram que quando a conversa é pausada por mais de quatro segundos, as pessoas começam a ficar desconfortáveis.
Em contrapartida, outro estudo feito com executivos constatou que os japoneses não se importavam em deixar de falar por até 8,2 segundos - quase o dobro do limite dos falantes de inglês.
No Japão, o poder do silêncio é reconhecido pelo conceito de haregei, pelo qual a melhor forma de se comunicar é ficar calado.
A cultura japonesa entende que, se você precisa das palavras, é porque você fracassou em entender o outro. Ou seja, você está usando as palavras como forma de solucionar um problema de comunicação’, diz Debora Tannen, professora de linguística da Universidade Georgetown, nos Estados Unidos.
Na mesma linha, os finlandeses, que prezam sua privacidade, introversão e a arte da escuta, também não se incomodam com o silêncio, diz Donal Carbaugh, professor de Comunicação da Universidade de Massachusetts Amhers.
Ninguém diz nada, mas todo mundo está pensando. Eles estão prestando atenção na conversa. A reflexão sobre o silêncio naquele ponto pode ser muito positiva’, explica.
Sendo assim, por que temos tanta dificuldade em lidar com longas pausas?
Nos Estados Unidos, a explicação pode vir do caldeirão de culturas que formou o país, diz Carbaugh. ‘Quando há pessoas de culturas tão diferentes vivendo no mesmo local, é difícil estabelecer um entendimento mútuo a menos que você fale. Existe, justificadamente, uma ansiedade que só é aliviada a partir do momento em que as pessoas interagem verbalmente para estabelecer um elo comum.
Em contrapartida, afirma ele, ‘quando há mais homogeneidade, talvez seja mais fácil ficar em silêncio. Por exemplo, entre seus amigos mais próximos e sua família, é mais fácil ficar em silêncio do que entre pessoas que você não conhece’.
Saber administrar silêncio pode se tornar uma ferramenta poderosa

Táticas
O fato de que temos dificuldade em lidar com o silêncio explica por que saber administrá-lo pode se tornar uma ferramenta poderosa.
O consultor de vendas Gavin Presman costuma fazer pausas logo depois de propor um negócio.
Ele diz ter aprendido a técnica quando soube que os médicos aguardavam cinco segundos antes de falar após seus pacientes terminarem seus relatos.
No mundo dos negócios, cinco segundos pode ser muito tempo, então eu me silencio por três segundos e o que acontece é impressionante’, conta Presman, diretor da Inspire, empresa britânica especializada em treinamento e desenvolvimento de pessoas.
Recentemente, um cliente em potencial disse a ele que achava tudo ‘muito caro e que não estava certo de que poderia pagar pelos seus serviços’.
Presman consentiu e, então, esperou. Dez segundos depois o cliente disse que via o valor do treinamento oferecido e que gostaria de fechar o negócio.
Às vezes, pensamos que o silêncio significa não dizer nada’, diz o especialista. ‘Mas, na verdade, permite às pessoas se aquietarem e refletirem um pouco mais profundamente’.
Katie Donovan defende a ideia de que ‘quem fala primeiro, perde’. No começo de sua carreira, ela foi entrevistada para um emprego na área de vendas e recebeu a proposta de trabalho de imediato. Quando o empregador falou sobre o salário, Donovan disse que entraria em contato com ele na semana seguinte e ficou em silêncio. A proposta foi aumentada. Ela, então, repetiu a tática. Finalmente, o empregador ofereceu uma terceira oferta, 20% maior do que a primeira. Ela aceitou.
Mais do que o conhecimento sobre o produto ou qualquer outra coisa, o silêncio é a técnica mais difícil para aprender’, assinala Donovan. ‘É contra os nossos instintos. Queremos, a todo momento, preencher os espaços vazios de uma conversa’, acrescenta.
Antes de esperar por uma negociação mais difícil, ela recomenda praticar com amigos e colegas. ‘Faça uma pergunta simples, como ‘O que você fez no fim de semana?’ E então cale a boca’.
Aprender a ficar em silêncio acaba se tornando uma ferramenta muito útil ao longo de sua vida, desde sair com os amigos até comprar uma casa’, destaca.

Quando falar
Mas existem momentos em que é necessário falar. O silêncio pode, algumas vezes, ser mal interpretado, diz Tannen.
Pesquisadores que analisaram uma série de julgamentos descobriram que os advogados aconselhavam seus clientes a pensarem antes de responderem e não falarem qualquer coisa que viesse à cabeça. Mas também perceberam que os jurados suspeitavam de quem fazia pausas longas e consideravam que o silêncio poderia ser uma forma de mentira, diz ela.
A intenção e o efeito do silêncio são diferentes’.
No ambiente de trabalho, pode acontecer de um chefe anunciar uma decisão e supor que, se estiverem insatisfeitos, os funcionários vão reclamar, explica ela.
Os funcionários, no entanto, podem achar que não vale a pena dizer nada, pois consideram que o chefe já formou sua opinião.
Essa é uma diferença muito perigosa’, diz ela.
Aprender a lidar com o silêncio é uma habilidade importante, diz Matthew MacLachlan, da empresa britânica Learnlight, que fornece treinamento em competências sociais e em linguagem, especialmente em ambientes multiculturais.
Os negociadores chineses entendem que os americanos não lidam bem com o silêncio e são treinados para ficarem quietos porque isso vai fazer com que os americanos se sintam desconfortáveis e possivelmente façam concessões sem que os chineses tenham de fazer absolutamente nada’, diz ele.
Então, qual é a melhor resposta? ‘Cale-se e espere. Não faça uma concessão ou ofereça um meio-termo só porque eles não estão falando. Se você tiver de falar alguma coisa, faça uma pergunta direta, como ‘Como você reagiria a essa oferta?’’.
Quando o silêncio perdurar por 45 segundos, você pode dizer : ‘Vamos voltar a esse assunto em um minuto. Enquanto isso, vamos prosseguir com a negociação’, aconselha.
Em apresentações, o silêncio pode ser mais efetivo do que um rompante dramático, acrescenta ele.
Antes de começar, olhe para a plateia e fique em silêncio por um momento porque isso mostra que você está em controle, que você sabe o que está fazendo e que você está confiante’.
Um exemplo clássico disse aconteceu quando o cofundador da Apple Steve Jobs lançou o primeiro iPhone, diz MacLachlan.
Ele fez pausas para que você não perdesse os pontos-chave. Como o silêncio nos deixa nervoso, nossa reação instintiva é de que devemos prestar mais atenção’.
Ao mesmo tempo, quando damos feedbacks para nossos funcionários, a pausa é importante - especialmente quando se trata dos negativos.
Se você não parar de falar, você não está estimulando seus funcionários a refletir sobre o que deu errado. Dê a essas pessoas um momento de silêncio para ir além da reação emocional e começar a pensar cognitivamente, processando a informação’, diz MacLachlan.
Para Carbaugh, o silêncio é, acima de tudo, um convite à autorreflexão.
O silêncio pode ser uma ferramenta poderosa para nos entendermos, entendermos os outros, aprimorar um entendimento mútuo e alcançarmos resultados mais produtivos que se apliquem a todas as esferas do nosso cotidiano’, conclui.’

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