quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Um pai se opõe à eutanásia do filho e é condenado a 1 ano de prisão

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

Hospital

Aconteceu com um homem no Texas, libertado após 11 meses de cadeia. Mas, graças a ele, o filho está hoje curado.


Abraçado ao filho deitado num leito de hospital, de olhos fechados e ligado a tubos de oxigênio : esta é a imagem que corre a internet mostrando George Pickering, 59 anos, saído da prisão antes do Natal e depois de passar onze meses atrás das grades.

Para ele, que sempre teve uma conduta íntegra, os problemas com a lei começaram há exatamente um ano. ‘Precisamos de ajuda urgente. Há um familiar de um paciente com uma arma’. Estas foram as palavras que um membro do Tomball Regional Medical Center, hospital de Pinehurst, no Texas, disse ao telefone depois de discar o número da polícia.

Pouco antes, Pickering tinha puxado a pistola e se barricado num quarto do hospital ao lado do leito do filho, em coma depois de sofrer um acidente vascular cerebral. O ato extremo veio depois da notícia de que o jovem seria desligado das máquinas que o mantinham vivo, por causa da morte cerebral.

A decisão dos médicos foi aceita pela mãe e pelo irmão mais velho do jovem de 27 anos. Mas não pelo pai, George, convencido de que, mesmo cerebralmente morto, o filho ainda podia ser salvo. ‘Os médicos disseram que o meu filho estava com o cérebro morto, que ele era um vegetal’, disse George à emissora local KPRC. ‘Tudo era uma pressa só, o hospital, os enfermeiros, os médicos. Eu sabia que, se pudesse ficar sozinho com ele durante umas três ou quatro horas, ia saber se ele estava morto ou não’.

Mas as razões do pai desesperado foram rejeitadas pelo muro dos protocolos. De acordo com a KPRC, já haviam começado os procedimentos para a doação dos órgãos. Foi quando George sacou a arma que portava e ordenou que todos na sala saíssem imediatamente.

Sozinho à cabeceira do filho, o pai começou a interagir com ele. Em pouco tempo, verificou que o jovem não estava com morte cerebral. Quando os médicos conseguiram voltar para a sala de terapia intensiva, não puderam fazer nada além de constatar, com surpresa, que o rapaz tinha começado a fazer contato visual e a obedecer às suas ordens.

George, como explica o seu advogado, tinha pressionado várias vezes a mão do filho durante o tempo (algumas horas) em que os dois permaneceram a sós. Foi graças a isso que os médicos, em vez de remover os aparelhos, começaram os procedimentos de reanimação do paciente.

Enquanto isso, George se entregou às autoridades, acusado de agressão agravada por uso de arma letal. Julgado sumariamente, foi condenado a um ano de prisão. Um ano de purgatório, suportado apenas com o objetivo de voltar a abraçar o seu filho. Desta vez, não mais numa cama de hospital, mas em casa.

O objetivo foi atingido. O jovem, aos poucos, está retomando a saúde. ‘A lei foi quebrada, mas foi quebrada por uma boa razão’, diz o jovem, que acrescenta, apontando para o pai sentado ao lado : ‘Tudo de bom que foi feito por mim foi realizado por este homem que está aqui sentado ao meu lado’.’


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