terça-feira, 5 de janeiro de 2016

A misericórdia em Edith Stein

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

*Artigo de Anna Rotundo


Santa Teresa Benedita da Cruz, testemunha de Deus durante o Holocausto, é um modelo para os tempos amargos que estamos vivendo.


Edith Stein, grande santa alemã (conhecida como Teresa Benedita da Cruz) de ascendência judaica, filósofa de profunda inteligência especulativa, assistente do filósofo Edmund Husserl, padroeira da Europa.

Gostaria de recorda-la não apenas por ocasião da próxima jornada da memória (27 de janeiro, em homenagem às vítimas do Holocausto), mas porque na sua escola encontro a confiança na misericórdia que brilha apesar da escuridão do mal e da violência que caracteriza de forma tão dramática aquele ‘século breve’ no qual essa santa carmelita viveu e morreu, em Auschwitz. Um de seus modelos bíblicos favoritos era a rainha Ester, que arriscou a vida para a salvação de seu povo.

Penso sempre na rainha Ester que foi escolhida exatamente para interceder por seu povo diante do rei. Sou uma pequena Ester pobre, impotente, mas o Rei, que me escolheu, é infinitamente grande e misericordioso. Esta é uma grande consolação’, escreveu.

Nunca gostei de pensar que a misericórdia de Deus esteja confinada na Igreja visível, Deus é a verdade. Quem procura a verdade procura a Deus, sabendo ou não’.

Esta esperança na misericórdia divina presente em Edith Stein, embora pessoalmente vivesse grandes dificuldades e perseguições, é exemplo para o nosso tempo, onde o mal e a violência continuam a prosperar insidiosamente. Assim, a Misericordiae Vultus, a bula do Jubileu extraordinário da Misericórdia, convida a ‘olhar para o futuro com esperança ... uma Porta da Misericórdia, onde qualquer pessoa que entre poderá experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança’.

Mas como é que a misericórdia surge diante do mal? Edith Stein escreveu : ‘A íntima essência do amor está no dom de si’. As palavras da santa recordam os ‘verbos de ação’ sugeridos pelo Arcebispo de Catanzaro-Squillace, Dom Vincenzo Bertolone, para o Ano Jubilar : ​​Tomar a iniciativa sem medo’, ‘dar o primeiro passo’, ‘preceder no amor’ ‘ir ao encontro’ e ‘buscar os distantes’.

Diante do ciclo de violência que parece tornar amargo o presente e obscuro o horizonte do nosso futuro, conhecer a figura de Santa Teresa Benedita da Cruz, aqui apenas mencionada, pode dar-nos luz para colher e oferecer mais fortemente os sinais da presença e da proximidade misericordiosa de Deus.’


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