* Artigo de Rachel Lemos Abdalla
‘Deus, que está nas alturas, além da nossa compreensão, se permite vir até os homens e se fazer um deles para diretamente falar-lhes ao coração. É Jesus, no seu kenosis, nos dando uma lição de como se aproximar do outro e ensinar a Boa Nova. Ele se faz pequeno, coloca-se na mesma condição humana para ensinar que ninguém é maior, a não ser o Pai.
Encontramos, nos Evangelhos, Jesus sentado falando ao povo ou alguém sentado ouvindo Jesus falar. Mas o que significa estar sentado? Aquele que senta-se aos pés de Jesus para ouvi-Lo, está buscando a sabedoria na fonte, é o discípulo diante do Mestre, sedento de conhecimento, disposto a ouvir e apreender o ensinamento para aplicá-lo na vida. Estar sentado é estar à vontade, aberto e pronto para acolher uma mensagem!
Sentar-se diante de alguém significa ter liberdade, intimidade, proximidade com o outro que fala ou que escuta. Quando nos mantemos de pé, formalizamos uma situação de limitação, de distanciamento e não acomodação, fazendo com que o outro não se sinta à vontade ou verdadeiramente acolhido durante uma conversa íntima.
Encontramos o exemplo de Maria que senta-se aos pés de Jesus para ouvi-Lo enquanto sua irmã, Marta, fica em meio aos seus afazeres. E Jesus lhe diz: ‘Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada (Lc 10,38-42)’.
E Jesus também senta-se junto ao povo, na montanha, para anunciar as bem-aventuranças. Ali, o terreno era árido, mas, mesmo assim, ele lança sementes! Ele não tem medo, e sim, uma missão!
E quanto nós? Como nos posicionamos diante dos nossos catequizandos? Como anda a nossa semeadura?
Como discípulos missionários, somos chamados a evangelizar! Mas, para cumprirmos essa missão, é preciso seguir o que Jesus nos ensina, também, nas entrelinhas do Evangelho.
Jesus sobe a montanha, Jesus desce a montanha, Jesus se retira, ora se aproxima. São atitudes que nós devemos praticar no processo da catequese!
Junto com os nossos catequizandos, precisamos nos colocar à altura deles, não somente fisicamente, mas também no sentido de fazer chegar a mensagem através de uma linguagem compatível com o entendimento de cada um. Cada dia mais é preciso se aproximar do outro, assim como fez Jesus que desceu à nossa altura para se fazer compreender, sentou-se junto ao povo para fazê-los íntimos e dar o exemplo de como evangelizar.
O catequista, assim como Jesus fez, precisa colocar-se próximo dos seus catequizandos, à vontade, sem receios, promovendo o encontro dos seus olhos com os olhos deles. Tornando-se, assim, ponte de acesso ao Pai, à medida que se dobra para se fazer pequeno dentre os pequeninos.’
Fonte :
* Artigo na íntegra de http://www.zenit.org/pt/articles/uma-catequese-a-altura-das-criancas
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