* Artigo de Dom Roberto Francisco Ferreria Paz,
Bispo Diocesano de Campos (RJ), reflete sobre a Epifania do Senhor
‘A Solenidade da Epifania celebra a manifestação do Natal para todas as culturas e nações, pois Cristo veio para salvar toda a humanidade. Enquanto no dia 25 de dezembro festejávamos seu glorioso nascimento, agora celebramos sua divulgação e conhecimento. Tem um marcado sentido missionário, pois embora Cristo tenha nascido, muitos milhões de pessoas ainda não tomaram consciência deste acontecimento central e singular para a história humana.
A devoção popular tem associado esta festa a caminhada e
experiência dos sábios do Oriente, mais conhecidos por Santos Reis. Embora o Evangelho de Mateus não se refira a realeza destes personagens
nem ao seu número, eles representam a todas as idades, culturas e etnias
humanas, pelo menos as que faziam parte do mundo mediterrâneo. Os nomes também
surgiram de documentos e tradições extra bíblicas: Gaspar (o mais velho,
representa os povos da Europa, oferece ouro), Melchior (o de idade media, semita,
oferece a mirra) e Baltazar (o mais jovem, etíope, oferece o incenso).
Os presentes identificam a pessoa teândrica de Jesus (
humano-divina), e sua missão: o ouro sua realeza, a mirra seu sacrifício
redentor e o incenso sua natureza divina. Mas eles representam também a busca
de transcendência e de amor infinito de cada ser humano, que no seu percalço
procuram encontrar o verdadeiro Deus, que sacia todo desejo de verdade, amor e
beleza que estão inscritos no mais profundo da nossa alma.
Eles foram orientados pela Estrela-guia, que segundo São Gregório
Magno exemplifica o chamado da fé, que precisa sempre ser confirmada pela
Palavra de Deus, como fizeram encontrando-se com os doutores da lei, para
conhecer as profecias messiânicas.
Acolhendo a mensagem do profeta Miquéias, foram ao encontro do
Menino Jesus em Belém. Ao
vê-lo o adoraram, entregando seus presentes, reconhecendo na criança divina o
esperado das nações. Todo seu caminho expressa o itinerário adulto da fé, a
experiência da conversão cristã, por isso termina o Evangelho de Mateus dizendo
que eles voltaram por outro caminho, a via do amor-doação, da humildade e da
justiça, renunciando e evitando o poder do anti-Reino de Herodes. Que como
estes sábios do Oriente, sigamos fielmente a nossa vocação cristã, tornando-nos
alegres e ardorosos missionários do amor, da paz, e da fraternidade que Jesus
veio trazer a humanidade. Deus seja louvado!’
Fonte
:
* Artigo na íntegra de http://cnbb.org.br/dom-roberto-francisco-ferreria-paz/13424-a-luz-brilha-para-todos
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