Este insigne
pai do monaquismo nasceu no Egito por volta do ano 250. Depois da morte dos
pais, distribuiu seus bens aos pobres e retirou-se para o deserto, onde começou
a levar vida de penitente. Teve numerosos discípulos e trabalhou em defesa da
Igreja, estimulando os confessores da fé durante a perseguição de Diocleciano e
apoiando Santo Atanásio na luta contra os arianos. Morreu em 356.
A Liturgia
das Horas e a reflexão no dia de Santo Antão :
Ofício das
Leituras
Segunda leitura
Da Vida de
Santo Antão, escrita por Santo Atanásio, bispo
(Cap.2-4: PG 26,842-846) (Séc.IV)
A vocação de Santo Antão
Depois da
morte de seus pais, tendo ficado sozinho com uma única irmã ainda pequena,
Antão, que tinha uns dezoito ou vinte anos, tomou conta da casa e da irmã.
Mal haviam passado seis meses desde o
falecimento dos pais, indo um dia à igreja, como de costume, refletia consigo
mesmo sobre o motivo que levara os apóstolos a abandonarem tudo para seguir o
Salvador; e por qual razão aqueles homens de que se fala nos Atos dos Apóstolos
vendiam suas propriedades e depositavam o preço aos pés dos apóstolos para ser
distribuído entre os pobres. Ia também pensando na grande e maravilhosa
esperança que lhes estava reservada nos céus. Meditando nestas coisas, entrou
na igreja no exato momento em que se lia o evangelho, e ouviu o que o Senhor
disse ao jovem rico: Se tu queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá
o dinheiro aos pobres. Depois vem e segue-me, e terás um tesouro no céu (Mt
19,21).
Antão
considerou que a lembrança dos santos exemplos lhe tinha vindo de Deus, e que
aquelas palavras eram dirigidas pessoalmente para ele. Logo que voltou da
igreja, repartiu com os habitantes da aldeia as propriedades que herdara da
família (possuía trezentos campos lavrados, férteis e muito aprazíveis) para que
não fossem motivo de preocupação, nem para si próprio nem para a irmã. Vendeu
também todos os móveis e distribuiu com os pobres a grande quantia que
obtivera, reservando apenas uma pequena parte por causa da irmã.
Entrando
outra vez na igreja, ouviu o Senhor dizer no evangelho: Não vos preocupeis com
o dia de amanhã (Mt 6,34). Não podendo mais resistir, até aquele pouco que
restara, deu-o aos pobres. Confiou a irmã a uma comunidade de virgens
consagradas que conhecia e considerava fiéis, para que fosse educada no
Mosteiro. Quanto a ele, a partir de então, entregou-se a uma vida de ascese e
rigorosa mortificação, nas imediações de sua casa.
Trabalhava
com as próprias mãos, pois ouvira a palavra da Escritura: Quem não quer trabalhar, também não deve comer
(1Ts 3,10). Com uma parte do que ganhava comprava o pão que comia; o resto dava
aos pobres.
Rezava
continuamente, pois aprendera que é preciso
rezar a sós sem cessar (1Ts 5,17). Era tão atento à leitura que nada lhe
escapava do que tinha lido na Escritura; retinha tudo de tal forma que sua
memória acabou por se substituir aos livros.
Todos
os habitantes da aldeia e os homens honrados que tratavam com ele, vendo um
homem assim, chamavam-no amigo de Deus; uns o amavam como a filho, outros como
a irmão.
Fonte :
‘In
Liturgia das Horas III’, pg. 1189 a 1191
Nenhum comentário:
Postar um comentário