Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo
de
‘O
mundo tem presenciado todo momento as catástrofes sociais que dilaceram a
humanidade, julgada pela ação imoral humana e pelo desrespeito a vida. Sabemos
que em momentos tristes da vida, vêm os empecilhos, como o aborto, a política
em descaso, a desigualdade entre profissionais da saúde, elitização médica, a
desvalorização do SUS, a economia concentrada para ricos, o padecimento do
pobre devido a um liberalismo que mata. Todas essas questões profundas e
difíceis de serem resolvidas não podem passar despercebidas. O que podemos
aprender com isso? Quais formas possíveis podemos buscar para sanar esses
problemas? Que tipo de morte seria essa, atrelada à imoralidade na
sociedade?
Intencionadas
pela nossa consciência e a forma de como vivemos o mundo. Todas essas
problemáticas supracitadas elucidam a importância da leitura de mundo e a
interpretação de mundo. Deste modo é importante ressaltar o papel da
consciência crítica para a transformação social. Sendo assim, ou a partir daí,
que compreendemos a ética da vida e seu ativismo crítico. As origens históricas
do opressor versus oprimido não são nada satisfatórias no relógio do tempo,
pois a história vai se repetindo.
Ainda
respondendo essas perguntas, sabemos, de modo peculiar, que o aborto não é nada
benéfico e nem aceitável, pois defendemos a vida e sua dignidade a todo custo.
Mas julgar uma criança por ter cometido aborto porque foi brutalmente
violentada por um psicopata é inaceitável. É mais desumano ainda da parte do
farisaísmo religioso. A concentração de renda gera pobreza, sem sombras de
dúvidas, e a má distribuição de renda é tão galopante que aterroriza o
vulnerável na forma mais desprezível da prática individual humana.
É
nessa pesquisa que a intenção de expor a saúde e seu sucateamento, consuma para
uma reflexão mais rigorosa ainda. A elitização médica, os altos custos de
escolas dessa profissão, o enaltecimento que a sociedade intitula esses
profissionais como ‘doutordeuses’, a disparidade de salários dos
outros profissionais de saúde e também da educação, a negociação governamental
de manter uma má distribuição no SUS são gravíssimos e uma forma de manter a
mistanásia na realidade do Brasil. O que seria a mistanásia? É um termo
utilizado na bioética para significar a morte miserável e sua dimensão na saúde
pública eclodida pela política do descaso.
Há
muito tempo santo Agostinho de Hipona definiu a existência de duas mortes
conforme explicita o título, a primeira física e a segunda a da alma. Esta
última trata-se da proposta não vinculativa e relacional com Deus e suas
virtudes, aclarada assim como morte de morte. Dando continuidade nesse texto,
como enxergamos essa morte na sociedade? São justamente essas ações humanas
refletidas anteriormente que não estão em conformidade com a proposta da
coletividade e solidariedade pautada para o sumo bem. Torna-se óbvio essa
imoralidade social como forma expressiva ressaltar que a corrupção é sempre
ação consciente dos governos e o fanatismo religioso conservador próprio de
pessoas que têm dificuldade em aceitar a verdade.
Morrer
de morte é padecer no inferno da imoralidade social, pode parecer apenas um
jogo de palavras, mas está encarnada na sociedade brasileira, onde constatamos
todos os dias as mazelas da saúde pública brasileira. São os doentes que não
são atendidos, entretanto quando conseguem algum atendimento são mal tratados,
largados nos corredores de clínicas e hospitais, onde sofrem a morte do
desrespeito e do descaso do governo brasileiro. Como podemos mudar esta cruel
realidade que faz parte da vida do brasileiro de baixa renda? Esta é a resposta
que cabe a sociedade brasileira responder ou continuar omissa e permitir que a
imoralidade social permaneça.’
Fonte : *Artigo na íntegra https://domtotal.com/noticia/1471964/2020/09/bioetica-ativista-morrer-de-morte-e-padecer-no-inferno-da-imoralidade-social/
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