Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo
de L'Osservatore Romano,
publicado na revista Vatican News
‘Da
assistência jurídica a um cristão acusado injustamente, ao apoio a uma família
de refugiados, do apoio ao trabalho de sacerdotes e religiosas ao leite em pó
para pequenos cristãos sírios. Estes são apenas alguns ‘dons de fé’ que
qualquer pessoa pode realizar neste Tempo de Natal, ao invés dos tradicionais
presentes. Trata-se de ações capazes de mudar a vida de algumas dezenas de
milhares dos trezentos milhões de cristãos perseguidos em todo o mundo.
E
isso é possível graças à nova campanha lançada nestes dias pela Ajuda à Igreja
que Sofre (AIS), por meio da qual a fundação do direito pontifício oferece a
oportunidade de ‘dar aos entes queridos um presente realmente especial, o
apoio aos tantos cristãos perseguidos em todo o mundo’.
Em
2018, a AIS, através de suas 23 sedes nacionais e internacionais, arrecadou
111.108.825 euros para a Igreja pobre, oprimida e perseguida em todo o mundo.
Tal montante, obtido graças a doações privadas dos mais de 330.000 benfeitores
que a Ajuda à Igreja que Sofre tem em nível internacional, tornou possível a
realização de 5.019 projetos em 139 países.
A campanha de Natal da AIS
No
site da Ajuda à Igreja que Sofre / Itália (acs-italia.org/doni-di-fede/), é possível escolher como demonstrar concretamente a proximidade
àqueles que sofrem. Para cada ‘dom de fé’, é possível fazer o download
de um ticket com a descrição do projeto apoiado, a ser enviado ao amigo ou
parente destinatário do presente.
‘Por
ocasião do nascimento de Jesus - disse o diretor de Ajuda à Igreja que Sofre,
Alessandro Monteduro - que presente mais apropriado para nossos entes queridos
do que, em nome deles, oferecer um presente a uma criança cristã no Oriente
Médio?’. Ou contribuir ‘para apoiar os estudos de jovens seminaristas
que, mesmo em terras de perseguição, desejam se tornar sacerdotes?’.
Vários
benfeitores já aderiram à mais esta campanha de solidariedade, que também foi
entusiasticamente recebida por cristãos apoiados pela AIS em todo o mundo,
alguns dos quais testemunharam através de vídeos a importância da iniciativa ‘Dons
de Fé’.
Síria e Iraque beneficiados com aumento das doações
Em
2018, a Acs-Italia (Aiuto a Chiesa che Sofre) registrou um aumento de 22,1% nos
depósitos, que alcançou 4.493.660 em comparação aos 3.679.035 euros de 2017.
Outro dado significativo é o aumento no número de benfeitores italianos, que
passaram de 13.012 em 2017 para 17.230 no ano passado, um aumento de 32,5%.
Foi
possível realizar muitos projetos na Síria e no Iraque graças à contribuição
italiana. Na Síria, as doações (531.200 euros) permitiram, entre outras coisas,
comprar leite para as crianças e alimentos para os adultos em Aleppo, remédios
para doentes em Homs, refeições para os numerosos refugiados cristãos.
No
Iraque, por sua vez, os 486.300 euros doados foram usados principalmente para facilitar o
retorno de famílias cristãs, sacerdotes e religiosos à Planície de Nínive, devastada pelo ‘Estado Islâmico’.
Desde
o início das assim chamadas ‘Primaveras Árabes’ em 2011, a fundação do
direito pontifício realizou ações no total de 92 milhões de euros, dos quais
mais de 18 somente em 2018. O apoio emergencial aos milhares de deslocados
internos e refugiados, sobretudo na região do Oriente Médio, representou mais de
12% da ajuda concedida no ano passado.
Mas
é particularmente significativo sublinhar o grande trabalho de reconstrução das
casas de cristãos na Síria e no Iraque, o que foi possível graças à Ajuda à
Igreja que Sofre. De fato, 1479 moradias de cristãos foram reconstruídas no
Oriente Médio graças à intervenção da fundação. Especialmente na Síria, onde
foram realizadas ações com um montante de 8.615.940 euros, um acréscimo de
2.860.000 em relação ao valor empregado em 2017.
O agradecimento do arcebispo de Aleppo dos maronitas
‘Não
temos palavras para agradecer o empenho da AIS’, disse ao Osservatore
Romano Dom Joseph Tobji, arcebispo de Aleppo dos maronitas, que há
vários anos apoia a comunidade cristã na Síria. A fundação ‘nos ajuda em
vários campos de ação : da construção de igrejas e de casas destruídas ou
danificadas até a implementação de projetos pastorais, do envio de pacotes de
alimentos à educação de jovens e a formação de médicos’.
Não
obstante tudo, o prelado revela estar desanimado com a forte crise econômica
que afeta o país, martirizado por anos de guerra, violências e perseguição. «Neste
momento, estamos com as pernas quebradas - acrescenta Tobji - e não temos mais
as forças econômicas para continuar. Com o embargo de um lado e as sanções
econômicas do outro, o país está se apagando pouco a pouco. Ninguém tem mais
desejo de permanecer e não tem forças para continuar»
‘Rezem por nós, não nos deixem sozinhos’
Então,
o arcebispo de Alep dos maronitas lança mais um apelo desesperado à comunidade
internacional : ‘Não deem as costas para nós. A Síria sofre. Jogos de poder
estão levando nosso país para o abismo. Precisamos de ajuda. Mas façam isso
antes que seja tarde demais’.
Mesmo
entre as mil dificuldades, as comunidades cristãs viveram o Natal com fé e da
esperança. «Este também - concluiu Dom Tobji - foi um Natal marcado pela
precariedade e pelo medo. Embora os tiros e bombardeios nos arredores de Aleppo
não dão trégua, os cristãos continuam a ter fé. Peço somente uma coisa : rezem por nós, não
nos deixem sozinhos», reitera.’
Fonte
:
* Artigo na íntegra https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2019-12/ajuda-igreja-que-sofre-iraque-siria-campanha-natal.html
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