*Artigo
do Padre Geovane Saraiva,
Pároco
de Santo Afonso de Fortaleza, CE,
e
vice-presidente da Previdência Sacerdotal
Diante
do que é mais elevado, somos convidados, não somente a pensar, mas a acolher
Deus feito homem no nosso interior, nascido, na natureza, entre os animais. E,
a partir dele, urge percebermos sua misteriosa grandeza, impulsionando-nos a
edificar a vida, sendo que a pessoa humana se situa no centro de tudo que
existe, que é obra das mãos de Deus. A ela, convidada a buscar em primeiro
lugar o Reino de Deus e sua justiça, na confiança sempre maior de todas as
coisas as quais se acreditam, serão dadas por acréscimo (cf. Mt 6, 33).
Ver
a salvação com os próprios olhos, esperando a chegada de Deus, no processo em
que os cristãos estão envolvidos, neste tempo do Advento, que todos se
convençam a acolher e, ao mesmo tempo, difundir a justiça e a paz divina, no
rosto de tantos irmãos desfigurados. Que chegue a consciência, sempre cada vez
maior, de que a verdadeira justiça de Deus não consiste em distribuir presentes
aos homens, mas sim em construir seu futuro.
Na
riqueza do Evangelho de Jesus, somos chamados a encontrar o remédio eficaz aos
males dolorosos, os quais perseguem o mundo e a humanidade. Só mesmo voltado ao
Menino Jesus da manjedoura é que se cumpre rastrear o verdadeiro e único
caminho, mas de um modo desprendido, igualmente, revestidos do manto da
justiça, da reconciliação e da paz, no que Deus nos propõe : ‘Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos
homens por ele amados’ (Lc 2, 14).
Um
mundo sólido, com clareza dos traços de paz, somente existirá quando as pessoas
compreenderem que são chamadas a participar, dando as mãos e acreditando no
grande sonho, conforme o dizer de Dom Helder : ‘Quando se sonha sozinho é apenas um sonho. Mas quando se sonha em
comunidade, é o começo de uma nova realidade’. Sendo assim, fica para trás
o tempo de se apelar aos gênios, sábios e santos, de um modo isolado. Na
indiscutível sabedoria de Deus, que não pairem dúvidas de que só unidos uns aos
outros somos fecundos e fortes, capazes de perceber o essencial, na doçura
infalível da criança da estribaria de Belém. Amém!’
Fonte
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