quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Como os cristãos vivem o Natal no Afeganistão

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 Ministra da Defesa alemã Ursula von der Leyen, comemora em 16 de dezembro o Natal antecipado com soldados no Campo Marmal, em Mazar-i-Sharif, norte do Afeganistão
Ministra da Defesa alemã Ursula von der Leyen,
comemora em 16 de dezembro o Natal antecipado com soldados 
no Campo Marmal, em Mazar-i-Sharif, norte do Afeganistão

*Artigo da Cidade do Vaticano



A única paróquia do país

A presença de religiosos cristãos em território afegão está ligada exclusivamente às realidades caritativa ou militar. Trata-se, de fato, de missionários comprometidos em iniciativas humanitárias em que é proibido desenvolver atividades de evangelização, ou de capelães militares, ‘sempre insuficientes em relação às necessidades’, diz o Barnabita.

A única paróquia católica no Afeganistão está localizada dentro da embaixada italiana em Cabul e é frequentada por cerca de cem pessoas, quase que exclusivamente membros da comunidade diplomática internacional.

A simplicidade da oração

Como essa pequena comunidade se prepara para o Natal? Na simplicidade. Começamos a nossa preparação já no final de novembro, com a celebração da novena na Imaculada, em 2 de dezembro. Abençoamos a coroa do Advento e acendemos sua primeira vela, para dar início ao tempo especial de preparação para a vinda de Cristo. No domingo, 16 de dezembro, acendemos a árvore de Natal em frente à igreja e iniciamos a tradicional novena, aguardando o nascimento de Jesus’, relata padre Scalese.

As celebrações programadas

O desenvolvimento das liturgias católicas é afetado pelas fortes tensões de um país em guerra há 40 anos. De fato, o Barnabita explica que ‘no dia 24 de dezembro será anunciada a Natividade com o canto da Kalenda e, durante a Missa da Véspera, será abençoado o Presépio.  Mas tudo isso acontecerá no final da tarde, pois não é possível, por razões de segurança, celebrar à noite’.

Missa na base da OTAN

No dia de Natal, a Santa Missa e Bênção Apostólica serão celebradas na base da OTAN e na Igreja da Missão : ‘Provavelmente haverá uma participação de fiéis mais numerosos do que o normal : as festividades, de fato, representam uma oportunidade de oração também para aqueles que dificilmente participam da vida da igreja durante o resto do ano’, conclui o Barnabita.

No Afeganistão, a Constituição de 2004 define o país uma ‘República Islâmica’, enquanto o Artigo 2 da Carta garante aos não-muçulmanos o direito de exercer livremente a sua religião, nos limites legais existentes.

As obras de caridade da Igreja

Até 2016, viviam na capital afegã as Pequenas Irmãs de Charles de Foucauld. Em obras sociais e educativas iniciadas no país estão comprometidos também os jesuítas indianos do Serviço Jesuíta para os Refugiados e outras organizações de inspiração cristã.’


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