segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Papa: silêncio e oração diante de quem busca o escândalo


Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

Papa Francisco na celebração na Casa Santa Marta após a pausa de verão 


Nesta segunda-feira, 3 de setembro, quando o pontificado do Papa Francisco completa 2 mil dias, o Pontífice retomou sua habitual agenda, inclusive celebrando as missas na capela da Casa Santa Marta.

O Papa comentou o Evangelho do dia, extraído de Lucas, afirmando que a vontade de ‘escândalo’ e de ‘divisão’ só pode ser combatida com o silêncio e a oração.

De volta a Nazaré, Jesus é acolhido com reserva. A Palavra do Senhor cristalizada nesta narração permite, portanto, ‘refletir sobre o modo de agir cotidiano, quando há incompreensões’ e entender ‘como pai da mentira, o acusador, o diabo, atua para destruir a unidade de uma família, de um povo’.

Nenhum profeta é bem recebido em sua Pátria

Ao chegar à sinagoga, Jesus é acolhido com grande curiosidade : todos querem ver com os próprios olhos as grandes obras de que foi capaz em outras terras. Mas o Filho do Pai Celeste usa somente ‘a Palavra de Deus’, um hábito que adota quando ‘quer vencer o Diabo’. E é justamente esta atitude de humildade que deixa espaço à primeira ‘palavra-ponte’, esclareceu o Papa, uma palavra que semeia a ‘dúvida’, que leva a uma mudança de atmosfera, ‘da paz à guerra’, ‘do estupor ao desprezo’. Com o ‘seu silêncio’, Jesus vence os ‘cães raivosos’, vence ‘o diabo’ que ‘tinha semeado a mentira no coração’.

Não eram pessoas, era um bando de cães raivosos que o expulsaram da cidade. Não raciocinavam, gritavam. Jesus ficou em silêncio. Levaram-no até ao alto do monte com a intenção de lançá-lo no precipício. Esta passagem do Evangelho termina assim : com o seu silêncio vence aquele bando selvagem e vai embora, pois não tinha chegado ainda a hora. O mesmo acontece na Sexta-feira da Paixão : as pessoas que no Domingo de Ramos fizeram festa para Jesus e disseram ‘Bendito és Tu, Filho de Davi’, diziam crucifica-o : tinham mudado. O diabo semeou a mentira em seu coração, e Jesus fazia silêncio.’

A verdade é mansidão

Isto nos ensina que quando existe este modo de agir, de não ver a verdade, permanece o silêncio’, afirmou o Papa.

O silêncio que vence, porém através da Cruz. O silêncio de Jesus. Quantas vezes nas famílias começam as discussões sobre política, esporte, dinheiro, uma vez, depois outra e aquelas famílias acabam sendo destruídas naquelas discussões em que se vê que o diabo está ali, que quer destruir... Silêncio. Dizer o que pensa e depois se calar, pois a verdade é mansidão, a verdade é silenciosa, a verdade não é barulhenta. Não é fácil o que Jesus fez, mas há a dignidade do cristão que está fundamentada na força de Deus. Com as pessoas que não têm boa vontade, com as pessoas que buscam somente o escândalo, que buscam somente a divisão, que buscam somente a destruição também nas famílias : silêncio e oração.’

A dignidade da vitória da ressurreição

O Papa Francisco concluiu com esta oração :

Senhor, nos dê a graça do discernimento quando devemos falar e quando devemos calar, durante a vida toda : no trabalho, em casa, na sociedade... durante a vida inteira. Assim, seremos mais imitadores de Jesus’.’


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