Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Nesta segunda-feira, 3 de setembro,
quando o pontificado do Papa Francisco completa 2 mil dias, o Pontífice retomou
sua habitual agenda, inclusive celebrando as missas na capela da Casa Santa
Marta.
O Papa comentou o Evangelho do dia,
extraído de Lucas, afirmando que a vontade de ‘escândalo’ e de ‘divisão’
só pode ser combatida com o silêncio e a oração.
De volta a Nazaré, Jesus é acolhido
com reserva. A Palavra do Senhor cristalizada nesta narração permite, portanto,
‘refletir sobre o modo de agir cotidiano,
quando há incompreensões’ e entender ‘como
pai da mentira, o acusador, o diabo, atua para destruir a unidade de uma
família, de um povo’.
Nenhum profeta é bem recebido em
sua Pátria
Ao chegar à sinagoga, Jesus é acolhido
com grande curiosidade : todos querem ver com os próprios olhos as grandes
obras de que foi capaz em outras terras. Mas o Filho do Pai Celeste usa somente
‘a Palavra de Deus’, um hábito que
adota quando ‘quer vencer o Diabo’. E
é justamente esta atitude de humildade que deixa espaço à primeira ‘palavra-ponte’, esclareceu o Papa, uma
palavra que semeia a ‘dúvida’, que
leva a uma mudança de atmosfera, ‘da paz
à guerra’, ‘do estupor ao desprezo’.
Com o ‘seu silêncio’, Jesus vence os ‘cães raivosos’, vence ‘o diabo’ que ‘tinha semeado a mentira no coração’.
‘Não
eram pessoas, era um bando de cães raivosos que o expulsaram da cidade. Não
raciocinavam, gritavam. Jesus ficou em silêncio. Levaram-no até ao alto do
monte com a intenção de lançá-lo no precipício. Esta passagem do Evangelho
termina assim : com o seu silêncio vence aquele bando selvagem e vai embora,
pois não tinha chegado ainda a hora. O mesmo acontece na Sexta-feira da Paixão :
as pessoas que no Domingo de Ramos fizeram festa para Jesus e disseram ‘Bendito
és Tu, Filho de Davi’, diziam crucifica-o : tinham mudado. O diabo semeou a
mentira em seu coração, e Jesus fazia silêncio.’
A verdade é mansidão
‘Isto
nos ensina que quando existe este modo de agir, de não ver a verdade, permanece
o silêncio’, afirmou o Papa.
‘O
silêncio que vence, porém através da Cruz. O silêncio de Jesus. Quantas vezes
nas famílias começam as discussões sobre política, esporte, dinheiro, uma vez,
depois outra e aquelas famílias acabam sendo destruídas naquelas discussões em
que se vê que o diabo está ali, que quer destruir... Silêncio. Dizer o que
pensa e depois se calar, pois a verdade é mansidão, a verdade é silenciosa, a
verdade não é barulhenta. Não é fácil o que Jesus fez, mas há a dignidade do cristão
que está fundamentada na força de Deus. Com as pessoas que não têm boa vontade,
com as pessoas que buscam somente o escândalo, que buscam somente a divisão,
que buscam somente a destruição também nas famílias : silêncio e oração.’
A dignidade da vitória da
ressurreição
O Papa Francisco concluiu com esta
oração :
‘Senhor,
nos dê a graça do discernimento quando devemos falar e quando devemos calar,
durante a vida toda : no trabalho, em casa, na sociedade... durante a vida
inteira. Assim, seremos mais imitadores de Jesus’.’
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