‘A Igreja celebra a festa da Exaltação da Santa Cruz. É uma festa que se liga à dedicação de
duas importantes basílicas construídas em Jerusalém por ordem de Constantino,
filho de Santa Helena. Uma foi construída sobre o Monte do Gólgota; por isso, se
chama Basílica do Martyrium ou Ad Crucem. A outra foi construída no lugar em
que Cristo Jesus foi sepultado pelos discípulos e foi ressuscitado pelo poder
de Deus; por isto é chamada Basílica Anástasis, ou seja, Basílica da
Ressurreição.
A dedicação destas
duas basílicas remonta ao ano 335, quando a Santa Cruz foi exaltada ou
apresentada aos fiéis. Encontrada por Santa Helena, foi roubada pelos persas e
resgatada pelo imperador Heráclio. Segundo contam, o imperador levou a Santa
Cruz às costas desde Tiberíades até Jerusalém, onde a entregou ao Patriarca
Zacarias, no dia 3 de Maio de 630. Tal festividade lembra aos cristãos o
triunfo de Jesus, vencedor da morte e ressuscitado pelo poder de Deus.
A pregação da Cruz
é uma necessidade para os que se perdem; mas para os que se salvam – para nós –
é força de Deus. Por que diz a Escritura : «Destruirei
a sabedoria dos sábios, e inutilizarei a inteligência dos inteligentes. Onde
está o sábio? Onde o douto? Onde o sofista deste mundo? De fato, como o mundo
através de sua própria sabedoria não conheceu Deus na divina sabedoria, quis
Deus salvar os crentes através da necessidade da pregação». Assim, enquanto
os judeus pedem sinais e os gregos buscam sabedoria, nós pregamos a Cristo
crucificado : escândalo para os judeus e loucura para os pagãos, mas para os
chamados, tanto judeus quanto gregos, um Cristo, força de Deus e sabedoria de
Deus. As palavras do apóstolo Paulo, lidas na solenidade da Exaltação da
veneranda e santificadora Cruz, marcam o sentido inequívoco que, desde o
princípio, tivera para os cristãos o patíbulo dos malfeitores, que era a cruz.
Por que, pois, estranhar-se que a Igreja a tenha considerado objeto de culto
particular?
Romano o Melode,
imaginando um diálogo entre o diabo e o inferno, põe na boca do primeiro as
palavras : «Belial, é tempo de abrires o
ouvido. A hora presente far-te-á ver o império da Cruz, e o grande poder do
Crucificado. Para ti, a Cruz não é senão loucura; porém toda a Criação a
considera como um trono desde que, nela cravado, escuta Cristo como juiz em
atividade».
A forma de cruz
das igrejas antigas, inclusive hoje nas de tradição bizantina, evoca a virtude
ou força da ação redentora desse sinal. A Cruz defende a todos do maligno e de
seus ataques. Os marcados com o sinal de Cristo têm a esperança confiante de
entrar no paraíso. Nas igrejas bizantinas, atrás do altar e no ponto mais alto
do Iconostase, destaca-se a Crucifixão, 4 com o objetivo de que, de qualquer
ponto do templo e a todo momento, possa atrair o olhar dos fiéis para a Árvore
da Vida, plantada no novo paraíso universal, frondosa e muito mais honorável
que a do Éden […]’
Fonte :
* Artigo na íntegra http://ecclesia.org.br/synaxarion/2015/09/01/14-de-setembro-festa-da-exaltacao-da-santa-veneravel-e-vivificante-cruz/
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