domingo, 24 de setembro de 2017

A tamareira e a beleza da mulher na Bíblia

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

*Artigo do Padre Olmes Milani,
Missionário Scalabriniano


‘Amigas e amigos, a oportunidade de adentrar na literatura e folclore de uma região, induz o leitor ou observador a descobertas maravilhosas.  São fontes das quais surgem parábolas, comparações, anedotas e ditos que expressam sabedoria, sentimentos, nobreza e alegria.  Infalivelmente, encontramos elementos do ambiente que rodeiam ou estão ao alcance das pessoas. É assim que árvores, animais, montanhas, pedras, lua, águas fazem parte das narrativas.

Por isso, não nos surpreende que em Portugal, muitíssimas pessoas adotaram como sobrenome, nomes de espécies de árvores comuns em seu território, tais como, laranjeira, pereira, carvalho entre outros.

Basta abrir o Evangelho para percebermos de imediato como Cristo integrava elementos da natureza e cultura de sua época como meios para comunicar a Boa Nova.

Em regiões desérticas ou semiáridas, com vegetação escassa, pela altura, beleza e imponência sobressai a tâmara que, tanto em língua árabe (tamrah) como hebraico (thamar) significa literalmente ‘palmeira’.

Por ser uma árvore belíssima inspirou o autor o livro Cântico dos Cânticos para afirmar que a rara beleza de uma esposa é como aquela da tamareira. (7,8-9).

O Rei Davi teve uma filha bonita a quem chamou Tamar. Ela se distinguiu por defender sua dignidade e fidelidade à lei de seu tempo (2Sm 13:1-20). Pela sua força, resistência e formosura faz lembrar que ‘o justo florescerá como a palmeira’ (Sl 92,13).

Contudo, na História Sagrada, a primeira mulher chamada Tamar, ‘Palmeira’, foi uma estrangeira cananeia que casou com o filho de Judá. Durante a primeira parte de sua vida ela foi uma esposa submissa, obediente e forte nas adversidades, mas a partir do meio de sua história há uma reviravolta total. Agiu com inteligência, personalidade e criatividade. Com determinação conseguiu que seu sogro reconhecesse seus direitos, de acordo com a cultura de seu tempo. Graças a ela, a promessa que do povo eleito surgiria o Salvador, continuou (Gn. 38,1-30), pois não havia outra mulher na família de Judá para gerar filhos. Transformou-se assim numa das mulheres na linhagem genealógica de Cristo (Mt 1,3).

Enganosa é a beleza e vã a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa sim será louvada’ (Provérbios 31:30).’


Fonte :

Nenhum comentário:

Postar um comentário