quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Natividade de Nossa Senhora

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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*Artigo do Prof. Felipe Aquino


‘A Igreja celebra com júbilo muitas festas e solenidades de Nossa Senhora por ser a Mãe de Deus humanado, por ter dado corpo ao Verbo divino, para que acontecesse a salvação da humanidade. A celebração do nascimento da Virgem Maria, como disse Santo André de Creta (cf. Ofício das leituras), honra a natividade da Mãe de Deus.

O nascimento de Maria anunciou alegria e a aproximação da Salvação do mundo perdido; por isso esta festa se celebra na Igreja com grande louvor e ação de graças.

Com o seu SIM a Deus, Maria respondeu em nome de toda a humanidade a Deus e permitiu, então, que o Senhor da História entrasse na História dos homens, para salvá-los. Por isso, a Igreja presta à Virgem Santíssima o culto chamado ‘hiperdulia’, super veneração.

Maria nasceu para ser a Mãe do Salvador, daquele que é ‘o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo’ (João 1,29). Por isso, somente de Maria, como também de João Batista e Jesus Cristo, a Igreja celebra não só o nascimento para o céu, mas também o nascimento para este mundo.

Maria foi concebida no ventre de sua mãe Ana, sem o pecado original, para poder gerar o Criador em forma humana. Ela veio ao mundo de forma diferente de todos os demais humanos, não isenta da graça santificante e não sujeita ao pecado, mas, pura, bela, formosa e gloriosa, adornada das graças mais preciosas que convinha Àquela escolhida para ser a Mãe do Salvador. Ela é a Nova Eva, que veio para desatar o nó da desobediência de Eva, e esmagar a cabeça de Satanás (Gn 3,15).

Por isso, esta festa foi sempre celebrada com louvores por muitos Santos Padres, que tiraram suas conclusões da Bíblia. São Pedro Damião, (1007-1072), doutor da Igreja, no seu ‘Segundo Sermão sobre a Natividade de Nossa Senhora’, diz:

Deus onipotente, antes que o homem caísse, previu a sua queda e decidiu, antes dos séculos, a redenção humana. Decidiu portanto encarnar-se em Maria.’

Hoje é o dia em que Deus começa a pôr em prática o seu plano eterno, pois era necessário que se construísse a casa, antes que o Rei descesse para habitá-la. Casa linda, porque, se a Sabedoria constrói uma casa com sete colunas trabalhadas, este palácio de Maria está alicerçado nos sete dons do Espírito Santo. Salomão celebrou de modo soleníssimo a inauguração de um templo de pedra. Como celebraremos o nascimento de Maria, templo do Verbo encarnado? Naquele dia a glória de Deus desceu sobre o templo de Jerusalém sob forma de nuvem, que o obscureceu. O Senhor que faz brilhar o sol nos céus, para a sua morada entre nós escolheu a obscuridade (1Rs 8,10-12), disse Salomão na sua oração a Deus. Este mesmo templo estará repleto pelo próprio Deus, que vem para ser a luz dos povos.’

Às trevas do paganismo e à falta de fé dos judeus, representadas pelo templo de Salomão, sucede o dia luminoso no templo de Maria. É justo, portanto, cantar este dia e Aquela que nele nasceu. Mas como poderíamos celebrá-la dignamente? Podemos narrar as façanhas heroicas de um mártir ou as virtudes de um santo, porque são humanas. Mas como poderá a palavra mortal, passageira e transitória exaltar Aquela que deu à luz a Palavra que fica? Como dizer que o Criador nasce da criatura?

Esta festa teve origem no Oriente. No Ocidente o Papa São Sérgio (687-701) ordenou que fosse celebrada em Roma. A tradição diz que a Virgem nasceu em Jerusalém, nas proximidades do tanque de Betesda, onde atualmente se venera uma cripta sob a igreja de Santa Ana, como sendo o local onde nasceu Nossa Senhora.’


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