domingo, 16 de abril de 2017

Voltar à Galiléia

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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*Artigo do Padre José Antonio Pagola


‘Os Evangelhos recolheram a memória de umas mulheres admiráveis que, na madrugada do sábado, foram ao túmulo onde Jesus fora sepultado. Elas não puderam esquecer. Elas continuavam o amando mais que tudo. Enquanto isso, os homens fugiram e permaneceram, talvez, escondidos.

A mensagem que ouvem ao chegar é de importância excepcional. O Evangelho de Mateus diz assim : ‘Eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Não está aqui. Ele ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar onde jazia.’ É um erro buscar Jesus no reino dos mortos . Ele vive para sempre. Nunca o poderemos encontrar onde a vida cessa.

Não nos esqueçamos : se queremos encontrar o Cristo ressuscitado, cheia de vida e força criadora, não devemos lhe buscar em uma religião morta, reduzida a observância externa de preceitos e ritos rotineiros, em uma fé apagada que se sustenta em temas e fórmulas gastas, vazias de amor vivo em Jesus.

Então, onde o poderemos encontrar? As mulheres receberam esta missão : ‘Ide depressa e dizei aos discípulos : ‘Ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galiléia, lá vocês o verão’’. Por que se há de voltar para a Galiléia para ver o Ressuscitado? Que significado profundo se encerra neste convite? O que isso diz aos cristãos de hoje?

Na Galiléia se ouviu, pela primeira vez e em toda sua pureza, a Boa Nova de Deus e o projeto humanizador do Pai. Se não ouvirmos hoje com o coração simples e aberto, alimentando-nos com doutrinas veneráveis, não conheceremos a alegria do Evangelho de Jesus, capaz de ‘ressuscitar’ nossa fé.

Ademais, às margens do Lago da Galiléia foi-se formando a primeira comunidade de Jesus. Seus seguidores vivem com ele uma experiência única. Sua presença enche a tudo. Ele é o centro. Com ele aprendem a viver acolhendo, perdoando, curando a vida e despertando a confiança no amor insondável amor de Deus. Se não colocamos Jesus quanto antes no centro de nossas comunidades, nunca experimentaremos sua presença em nosso meio.

Se voltamos à Galiléia, a ‘presença invisível’ de Jesus Ressuscitado adquirirá traços humanos para ler os relatos dos Evangelhos, e ‘presença silenciosa’ voz específica irá recuperar as suas palavras de encorajamento.’


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