‘O Papa disse na
Polónia que a resposta à pergunta ‘Onde
está Deus?’ diante do sofrimento da humanidade se encontra precisamente
naqueles que sofrem.
‘Há perguntas para as quais não existem
respostas humanas. Podemos apenas olhar para Jesus, e pergunta-lhe a Ele. E a
sua resposta é esta : ‘Deus está neles’, Jesus está neles, sofre neles,
profundamente identificado com cada um’, sublinhou, durante a celebração da
Via-Sacra que reuniu os participantes da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no
Parque de Blonia, espaço verde da cidade de Cracóvia.
Perante dezenas de
milhares de jovens dos cinco continentes, Francisco apresentou questões que
muitos se colocam diante do mal e das tragédias.
‘Onde está Deus, se no mundo existe o mal, se
há pessoas famintas, sedentas, sem abrigo, deslocadas, refugiadas? Onde está
Deus, quando morrem pessoas inocentes por causa da violência, do terrorismo,
das guerras?’, questionou.
‘Onde está Deus, quando doenças cruéis rompem
laços de vida e de afeto? Ou quando as crianças são exploradas, humilhadas, e
sofrem – elas também – por causa de graves patologias?’, acrescentou.
O Papa sustentou que a
resposta a estas questões, na fé católica, é dada por Jesus Cristo, que ao
morrer na cruz ‘abraça a nudez e a fome,
a sede e a solidão, a dor e a morte dos homens e mulheres de todos os tempos’.
Francisco saudou
depois, em particular, os peregrinos sírios, ‘que fugiram da guerra’.
A Via-Sacra, que
apresenta em 14 estações os momentos do julgamento e execução de Jesus Cristo,
teve meditações dedicadas às 14 Obras de Misericórdia que a Igreja Católica
propõe aos seus fiéis.
Ao longo da
cerimónia foram projetados pequenos filmes sobre instituições de solidariedade
católicos de Cracóvia; uma cruz foi transportada por jovens pertencentes a
associações de diversos países.
O Papa quis
elencar todas as obras de misericórdia, a começar pelas sete corporais : dar de
comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, dar pousada
aos peregrinos, visitar os enfermos; visitar os presos; enterrar os mortos.
‘Somos chamados a servir Jesus crucificado em
cada pessoa marginalizada, a tocar a sua carne bendita em quem é excluído, tem
fome, tem sede, está nu, preso, doente, desempregado, é perseguido, refugiado,
migrante’, explicou.
Francisco recordou
depois as obras de misericórdia espirituais : dar bons conselhos, ensinar os
ignorantes, corrigir os que erram, consolar os tristes, perdoar as injúrias,
suportar com paciência as fraquezas do nosso próximo, rezar a Deus por vivos e
defuntos.
‘A nossa credibilidade de cristãos é posta em
jogo na acolhida da pessoa marginalizada, que está ferida no corpo, e no
acolhimento do pecador, que está ferido na alma’, precisou.
O pontífice
argentino convidou os jovens católicos a ser ‘protagonistas no serviço’ ao serviço de quem mais precisa, para
transformar uma sociedade ‘por vezes dividida, injusta e corrupta’.
Após a Via-Sacra,
Francisco regressa à sede da Arquidiocese de Cracóvia, onde está alojado
durante a sua visita de cinco dias à Polónia, até domingo.
O Papa voltou à
janela do prédio, como fez nas últimas duas noites, para saudar a multidão, que
desta feita terá um lugar especial para doentes, sem-abrigo e pessoas com
deficiência.’
Fonte :
* Artigo na íntegra
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