*Artigo
de Padre Wendel,
sacerdote
Salvista,
da Fraternidade Jesus Salvador
A oração é um dom de Deus, onde Ele
quer estabelecer uma profunda e íntima comunhão com o ser humano, pode se dizer
que é uma graça concedida pelo próprio Deus
1º A ORAÇÃO
‘Senhor, ensina-nos a rezar, como também João
ensinou a seus discípulos.’ (cf. Lc 11, 1c)
‘A oração é um impulso do coração, é um
simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da
provação ou no meio da alegria’ (Sta. Teresa do Menino Jesus).
‘A oração é a elevação da alma a Deus ou o
pedido a Deus dos bens convenientes’ (São João Damasceno).
A oração é um dom
de Deus, onde Ele quer estabelecer uma profunda e íntima comunhão com o ser
humano, pode se dizer que é uma graça concedida pelo próprio Deus. E para que
esta oração, que é um diálogo com Deus, aconteça é necessário o dom da fé. Em
Hb 11, 6, diz que : ‘sem fé é impossível
agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro
que ele existe e que recompensa os que o procuram.’
A oração nos torna
amigos de Deus. Por isso, a oração e as suas práticas não podem se tornar um
peso, mas deve trazer um desejo pelo divino.
‘A oração, quer saibamos ou não, é o encontro
entre a sede de Deus e a nossa. Deus tem sede de que nós tenhamos sede dele’
(Sto. Agostinho).
Estamos num mundo
que tenta nos fazer olhar para a Terra e não para as realidades celestiais. A
oração é o caminho que nos faz lançar o olhar para as coisas do Alto. Quem
deseja encontrar o Amor de Deus deve percorrer o caminho da oração, da
experiência do encontro pessoal com Jesus. Este processo acontecerá a partir da
fé.
Há diversas formas
de Oração :
Oração de súplica
O vocabulário
referente à súplica tem muitos matizes no Novo Testamento : pedir, implorar,
suplicar com insistência, invocar, clamar, gritar e mesmo ‘lutar na oração’. Mas sua forma mais habitual, por ser a mais
espontânea, é o pedido : é pela oração de súplica que exprimimos a consciência
de nossa relação com Deus : como criaturas, não somos nem nossa origem, nem
senhores das adversidades, nem nosso fim último. Mas, como pecadores, sabemos,
na qualidade de cristãos, que nos afastamos de nosso Pai. O pedido já é uma
volta para Ele.
Oração de intercessão
A intercessão é
uma oração de pedido que nos conforma de perto com a oração de Jesus. Ele é o
único Intercessor junto do Pai em favor de todos os homens, dos pecadores,
sobretudo. Interceder, pedir em favor de outro, desde Abraão, é próprio de um
coração que está em consonância com a misericórdia de Deus. No tempo da Igreja,
a intercessão cristã participa da de Cristo; é a expressão da comunhão dos
santos. Na intercessão, aquele que ora ‘não
procura seus próprios interesses, mas pensa sobretudo nos dos outros’ (cf.
Fl 2,4) e reza mesmo por aqueles que lhe fazem mal.
Oração de louvor
O louvor é a forma
de oração que reconhece o mais imediatamente possível que Deus é Deus! Canta-o
pelo que Ele mesmo é, dá-lhe glória, mais do que pelo que Ele faz, por aquilo
que Ele É. A Eucaristia contém e exprime todas as formas de oração. É ‘a oferenda pura’ de todo o Corpo de
Cristo ‘para a glória de seu Nome’;
segundo as tradições do Oriente e do Ocidente, ela é ‘o sacrifício de louvor’.
‘Não existe outro
caminho da oração cristã senão Cristo. Seja a nossa oração comunitária ou
pessoal, vocal ou interior, ela só tem acesso ao Pai se orarmos ‘em nome’ de
Jesus.’
2º. A EUCARISTIA
A Eucaristia é
fonte e ápice de toda a vida cristã. Os demais sacramentos, assim como todos os
ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia
e a ela se ordenam. Pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual
da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa. Pela celebração Eucarística
nós nos unimos à liturgia do céu e antecipamos a vida eterna, quando Deus será
tudo em todos (cf. ICor 15,28).
Encontram-se no
cerne da celebração da Eucaristia o pão e o vinho, os quais, pelas palavras de
Cristo e pela invocação do Espírito Santo, se tornam o Corpo e o Sangue de
Cristo. Fiel à ordem do Senhor, a Igreja continua fazendo, em sua memória, até
a sua volta gloriosa, o que ele fez na véspera de sua paixão : ‘Tomou o pão…’ ‘Tomou o cálice cheio de vinho…’
A presença do
verdadeiro Corpo de Cristo e do verdadeiro Sangue de Cristo neste sacramento
não se pode descobrir pelos sentidos, diz Sto. Tomás, mas só com fé, baseada na
autoridade de Deus.
O Senhor nos
convida insistentemente a recebê-lo no sacramento da Eucaristia: ‘Em verdade, em verdade, vos digo : ‘se não
comerdes a Carne do Filho do homem e não beberdes o seu Sangue, não tereis a
vida em vós’’ (cf. Jo 6,53).
Um dos frutos da
comunhão eucarística são :
– Aumenta a nossa
união com Cristo. Receber a Eucaristia na comunhão traz como fruto principal a
união íntima com Cristo Jesus. Pois o Senhor diz : ‘Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em mim e eu nele’
(cf. Jo 6,56).
– Separa-nos do
pecado. Como o alimento corporal serve para restaurar a perda das forças, a
Eucaristia fortalece a caridade que, na vida diária, tende a arrefecer; e esta
caridade vivificada apaga os pecados veniais. Pela mesma caridade que acende em
nós, a Eucaristia nos preserva dos pecados mortais futuros. Quanto mais
participarmos da vida de Cristo e quanto mais progredirmos em sua amizade,
tanto mais difícil de ele separar-nos pelo pecado mortal.
3º. A SAGRADA
ESCRITURA
Na Sagrada
Escritura, a Igreja encontra incessantemente seu alimento e sua força, pois
nela não acolhe somente uma palavra humana, mas o que ela é realmente : a
Palavra de Deus.
Os livros sagrados
não devem ser apenas um livro de leitura ou somente para um conhecimento
intelectual, mas sim um livro para rezar e meditar os mistérios revelados por
Deus a cada um de nós.
Aqueles que
desejam conhecer mais profundamente a Deus, deve ter a Bíblia sagrada como um
grande meio para se chegar ao conhecimento do Amor de Deus.
A Sagrada
Escritura é uma grande arma espiritual para derrubar as forças de Satanás.
4º. O ROSÁRIO DA
VIRGEM MARIA
A Virgem Maria é
reconhecida e honrada como a verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. Ela é também
verdadeiramente Mãe dos membros de Cristo, porque cooperou pela caridade para
que na Igreja nascessem os fiéis que são os membros desta Cabeça.
O Rosário, de fato, ainda que caracterizado por sua fisionomia
mariana, em seu âmago é oração cristológica. Com ele, o povo cristão
frequenta a escola de Maria para deixar-se introduzir na contemplação da beleza
do rosto de Cristo e na experiência da profundidade de seu amor. Mediante o
Rosário, o cristão alcança a graça em abundância, como se a recebesse das
próprias mãos da Mãe do Redentor.
Todo católico deve
estar na ‘escola’ de Maria, pois Ela
nos apresenta a grande Verdade que é Jesus Cristo, o seu Filho. Aqueles que tem
a Virgem Maria como sua Mãe, tem uma grande intercessora em todos os momentos
difíceis da vida terrena.
Maria Santíssima
nos leva para os braços de Seu Filho Jesus.
5º. O JEJUM
Jejum e Abstinência
A abstinência e o
jejum são formas de penitência interior. Este tipo de penitência nos ajuda a
dominar as nossas paixões carnais, que muitas vezes nos conduzem ao pecado.
O jejum na Igreja
Católica é obrigatório na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa. Fora
esses dias, o católico pode fazer jejum quando quiser e achar necessário. O
jejum é deixar de fazer uma refeição no dia (almoço ou jantar).
A abstinência de
carne, o fiel católico a partir dos 14 anos de idade deve abster-se de comer
carne (e seus derivados) na Quarta-feira de cinzas, na Sexta-feira Santa (da
Paixão) e em todas as sextas-feiras do ano (salvo se for dia de solenidade).
O jejum, o fiel católico
a partir dos 18 anos até 59 anos de idade deve deixar de fazer uma refeição no
dia – devendo ser o almoço ou o jantar, na Quarta-feira de Cinzas e na
Sexta-feira da Paixão.’
Fonte :
* Artigo na íntegra
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